Histórias de uma portuga em movimento.
24
Fev 05
publicado por parislasvegas, às 06:27link do post | comentar
Regressada, radiante e contentíssima, esta vida tinha que arranjar maneira de me lixar definitivamente a disposição...Andei duas semanas a tentar resistir ao facto de não ter água em casa (foram reparar um filtro e puf água nem vê-la - normalni), de me terem cortado o telefone e de estar rodeada de neve por todos os lados (o que torna extremamente difícil sair de casa para o trabalho todos os dias) e tentei (juro) manter a boa onda.
Mas porra, tinha de ser lixada e à distância. É assim um bocadinho indecente aproveitar o facto de uma pessoa estar "presa" a 6.000 quilómetros de distância para dizer o mal que apetece (o outro não tem hipóteses de defesa, a menos que apanhe um avião) numa altura em que anda toda a gente a arrancar olhos para ver se saltam de sítio.
Aqui o problema maior foi a maioria absoluta do PS.
Nunca pensei que o Governo do Eng.º Sócrates me fosse prejudicar mesmo antes de ser empossado. É que quando um barco vai ao fundo, todos sabem os que os ratos fazem, certo? Mas há ratos e ratos. Esta rata (salvo seja) que daqui vos fala, teve de saltar do barco, há quatro anos atrás, rapidamente e em força para a Ucrânia. Mas os ratinhos agora são mais finórios, não enchem a barriga com a Ex-URSS. Quando "saltei" para aqui, não prejudiquei ninguém, não havia nem uma alma que quisesse cá estar ( e continua a não haver), muito menos quem soubesse a língua.
Agora os ratinhos finos estão a cagar-se de alto para quem serviu em países difíceis e estão a tentar saltar a cerca, arrancar olhos e cabelos, vale tudo - até vender as suas respeitáveis mãezinhas - para ver se saem para o estrangeiro e se toda a gente se esquece da cores que defenderam durante estes anos ( a crítica é generalizada, mas a verdade é que nem toda a gente é assim - devo dizer-lo).
Mais uma vez, lá ando eu a fazer papel de estúpida no meio disto tudo.
Alguém sabe de algum curso em filha-da-putice? É que eu preciso mesmo. Precisava de uma reciclagem em coisas como:
Difamação e Boatos
Insinuações sobre orientação e perversões sexuais
Contactos políticos
Filha-da-putice gratuíta
e outras cadeiras que preciso de frequentar urgentemente, sob pena de ser comida viva. Mas a culpa é minha. Quem é que me mandou, a mim campónia, meter-me em jogos de peixe graúdo?É nestas alturas que eu vejo que ando completamente despreparada (esta palavra existe? ) para enfrentar o mundo cão em que me meti ( e voluntária, meu Deus!!!).
O meu grande defeito é não conseguir descer abaixo de certos limites - e isso é um handicap que vou manter para o resto da minha vida....

22
Fev 05
publicado por parislasvegas, às 00:51link do post | comentar
Cá estou eu, uma vez mais a cagar sentenças à distância. No rescaldo das legislativas portuguesas, estou muito satisfeita com a retirada do Dr.Paulo Portas do panorama político português e com os resultados eleitorais da esquerda em geral. Os portugueses votaram massivamente na esquerda, por pura rejeição da direita, não penso que este voto tenha um sentido ideológico e também não penso que os portugueses serão estúpidos ao ponto de pensar que o PS pode fazer milagres. Espero também que os próprios socialistas não sejam parvos ao ponto de se considerarem os salvadores da pátria. Agora que a alegria de ver o Santana pelas costas já passou, bora lá ser um bocadinho realistas e reconhecer que qualquer força política que se proponha governar Portugal neste momento, tem as mãos mais do que atadas pela situação económica e social que se vive na Europa em geral.
Longe vai o tempo em que vivíamos "orgulhosamente sós". Longe vai o tempo das nacionalizações selvagens e das intervenções do Estado na economia. Hoje em dia, qualquer Governo tem que cumprir os critérios a que acordamos para ter ordenados em Euros, e o resto é conversa.
As diferenças de Governação dependem do modo como o nosso executivo nos vende o peixe de Bruxelas. Actualmente, os Governos europeus são uma espécie de relações-públicas e lobbistas dos povos. Eu explico - prefiro ter os socialistas a bater o pé em Bruxelas e depois, caso não consigam o que queremos, vir explicar as medidas restrictivas ao povo de uma maneira acessível e simpática. Considero que os últimos governos PS têm tido esse desempenho. O Governo do PSD entrou logo a matar, com a Dr.ª Ferreira Leite a dizer a Bruxelas que tínhamos sido uns irresponsáveis e que merecíamos ser castigados. E fomos. E o PSD também....
Há tão pouca margem de manobra para melhorar a situação que as diferenças têm que ser vistas a este nível. E a outros. Por exemplo, o governo do PSD apenas se lembrou que um executivo é suposto melhorar as infra-estruturas e qualidade de vida do povo em geral, nos 60 dias que precederam as eleições. Outro problema que me dei conta, pela minha situação profissional, é que nestes quatro anos a administração pública quase paralisou. Por falta de dinheiro, bem entendido, mas não só. Muito por falta de vontade, desorganização, medo, falta de criatividade (sim, é preciso MUITA criatividade para fazer omeletes sem ovos...). Falta de vontade porque nunca houve um objectivo, uma motivação. Tudo o que se ouvia nas reuniões de alto nível da Administração era o facto de não haver dinheiro e de não se poder realizar este ou aquele projecto por essa razão. Muito embora no anterior governo do PS a situação não fosse diferente, a mentalidade foi outra. Na maioria dos casos sempre se tentava aproveitar a "prata da casa" e os recursos disponíveis para fazer qualquer coisa, mesmo que não fosse o ideial, pelo menos os projectos não ficavam parados. Desorganização porque quando nada anda, os canais burocráticos entopem e não há nada a fazer, excepto atirar a papelada toda pró lixo e começar de novo (acreditem que eu sei...). E medo, porque nestes quatro anos, eu que sirvo a República há dez, nunca tinha visto tanta pressão, tanta "ameaça" dirigida aos simples funcionários. Claro que também nunca tinha visto ordenados tão generosos para assessores nem tanta protecção partidária na Administração. Mas o PS é que tinha os Boys, não é? Pois, quando se vêem as coisas por dentro, há detalhes que são mais fáceis de apanhar do que quando apenas se lêem os jornais.
O PS tem agora em mãos, uma responsabilidade descomunal. Espero que a equipa do Sócrates esteja à altura. Não deposito todas as esperanças no futuro PM, afinal de contas é apenas um humano como todos nós. Tenho é fé (sim, porque em Portugal política e místicismo andam muito de braço dado - vejam o mito do D.Sabastião...) que este senhor seja capaz de reunir gente mais competente do que os anteriores. E deixo daqui um apelo sentido ao futuro PM para que rompa com a maldição portuga - por favor, Sr. Eng.º não nos fuja desta vez. Precisamos de um Governo...

18
Fev 05
publicado por parislasvegas, às 05:49link do post | comentar
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Ver se agora funciona....

publicado por parislasvegas, às 03:00link do post | comentar
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publicado por parislasvegas, às 01:42link do post | comentar
Os casamentos tradicionais duravam cerca de três dias. Assim, em torno de uma boa mesa e boa pinga, cantando e dançando se criavam os laços necessários entre famílias e amigos, criando também uma bolsa de familiariedade à volta do novo casal que, normalmente, mal se conhecia. Então expliquem-me lá por que carga d'água, nós que já vivemos juntos vai para 4 anos decidimos fazer um casamento de quase 3 semanas?
Ainda ando com mixed feelings. Por um lado, acho que foi a festa mais surreal, mais louca e mais gira que eu podia ter tido. Adorei o nosso casamento, os dias que o precederam e os dias que se seguiram. Por outro lado, colocar meia dúzia de pessoas que mal se conheciam a viver estilo "big brother" é capaz de não ter sido lá muito boa ideia...
De boas intenções está o inferno cheio, dizem os mais velhos. A nossa única intenção era fazer a festa num sítio especial para nós, que maior parte das pessoas não conhecia, e por isso, proporcionar uma oportunidade especial, para que uma cambada de europeus do sul visse a China de outra maneira.
Acho que o saldo foi positivo. Quase toda a gente adorou a visita a Pequim e a Shanghai. Os "velhotes" do grupo aguentaram-se magnificamente à bronca, ao frio, ao estrafalhanço emocional do casamento, à falta de pão e a comer com pauzinhos durante 15 dias. Mesmo sem falar uma pinga de chinês ninguém se perdeu.
Os mais novos lá começaram a arranhar um mandarim ranhoso e algumas pessoas chegaram a aprender alguns caracteres básicos para se orientarem.
Claro que a ideia clássica da china, que maior parte das pessoas trazia enraizada, se desfez em mil pedacinhos. Esperavam talvez uma série de casinhas baixinhas, com um chinesinhos muito pobrezinhos vestidos à Mao. Apanharam-se numa mega-Manhathan, com 17 milhões de habitantes, um trânsito louco, torres e mais torres e, de quando em vez, um bairro tradicional com os tais velhinhos vestidos à Mao. Pois é, assim se vive o comunismo do século XXI!
Nenhum dos convidados resistiu à febre do capitalismo consumista e todos saímos de lá com a bagagem inchada e as carteiras anémicas.
Como muito bem resumiu o Martin, no nosso último jantar mediterrânico em Pequim, vivemos nas nuvens durante esses dias e o que custou (e continua a custar) é descer do paraíso e retomar a rotina.

publicado por parislasvegas, às 00:22link do post | comentar
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publicado por parislasvegas, às 00:14link do post | comentar

O Mais Velho


Suzhou - Porta com Gaiola

14
Fev 05
publicado por parislasvegas, às 03:17link do post | comentar
Cá estou. Queriam desculpar o discurso de jet lager, mas a verdade é que me sinto como se alguém me tivesse marretado o cérebro e raptado para um mundo estranho. Como se tivesse acordado, quinze dias passados, com uma ressaca descomunal e uma aliança na mão esquerda. Para além do cansaço e das trocas biológicas, estes últimos dias foram ricos em estafanço cultural e esfrassalhanço emocional. Podia só postar imagens, mas nem sequer ainda tenho fotos.
Quando conseguir pensar novamente, logo digo mais qualquer coisa.
Entretanto, acho que vou voltar prá cama. Não consigo obrigar-me a ficar activa, quando tenho quase um metro de neve que não me deixa sequer sair de casa. Abençoado tupolev e seu piloto da aeroflot que ontem nos guiaram por meio de uma tempestade de neve. Foi mais complicado guiar de volta a casa do que aterrar...

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