Histórias de uma portuga em movimento.
08
Nov 10
publicado por parislasvegas, às 17:15link do post | comentar | ver comentários (2)

Li hoje isto no NY Times e fiquei deveras chocada. Eu sei que talvez seja ingénuo da minha parte, que já deveria saber como se rezam estas missas, mas a verdade é quanto mais se trabalha nesta área, mais vamos esquecendo que há pessoas envolvidas. Inocentes prejudicados, direitos que são atropelados todos os dias. E os mais fracos são sempre os que mais se lixam: mulheres e crianças. Por alguma razão  as Nações Unidas continuam tão activas no domínio dos Direitos Humanos, quer dizer que estes não são respeitados. Nós, confortáveis numa Europa desenvolvida, ocupados a chorar as mágoas de quem não pode comprar um carro novo ou ir de férias para as Bahamas, a fazer contas à vida em como pagar a prestação da casa ou a cortar no peixe para comer mais frango, nem sequer pensamos nestas pessoas, vivendo abaixo da dignidade humana.

 

Não me venham com histórias de isto ser Religião. Os muçulmanos não são nenhuns animais que gostam de bater em mulheres e torturar criancinhas, isto é, simplesmente, a mais completa miséria humana, atraso de espírito, tacanhez mental. O facto de se passar numa região muçulmana é mera coincidência.

 

Na fronteira do Afeganistão com o Irão vivem mulheres que não contam enquanto seres humanos, que são casadas aos 8 anos e começam a parir aos 12, que servem de criadas às famílias dos maridos e são maltratadas por todos. Não podem pedir o divórcio (prática permitida às mulheres muçulmanas, ao contrário das mulheres católicas...) por razões de carácter cultural - se voltarem para casa dos pais e causarem a desgraça do nome de família, serão ainda pior tratadas do que na família dos maridos. A única saída é o suicídio. O pior no meio disto tudo é a sobrevivência. Leiam o artigo.

 

E é esta uma terra "ocupada" pelos Ocidentais. Que vergonha...


17
Mar 10
publicado por parislasvegas, às 18:38link do post | comentar

Lula da Silva pediu a Israel para parar com a construção de colonatos no que deveria ser território da Autoridade Palestina.

 

E os israelitas: "É pá, já podias ter dito!", "É que a malta pára já imediatamente. É que é já a seguir!".

 

Onde os americanos, russos, franceses, ingleses, e o resto da comunidade internacional falharam, eis que entra o Luiz Inácio e a coisa resolve-se num ápice! É desta! Quais processos de Barcelona, quais "proximity talks", que se lixem os roads maps e tal. O Presidente do Brasil, manda, Israel faz.

 

 

Espectáculo! 


09
Abr 09
publicado por parislasvegas, às 19:14link do post | comentar | ver comentários (2)

 

 

 

 

 

Para mim, a Itália é  o meu segundo país, por várias razões, aprendi italiano quase ao mesmo tempo que o português e passei lá muito bons e muito maus tempos da minha vida. Como qualquer pessoa sensível que se preze, o terramoto do início desta semana tocou-me imenso e não deixo de pensar nas pessoas que perderam as suas famílias e as suas casas.

 

Nunca fui fã do Berlusconi, mas a verdade é que há que entender a Itália e os italianos para perceber como é que tal cromo foi acabar com primeiro-ministro, não uma, mas várias vezes.

Os italianos são como nós: têm uma classe política sofrível (para não dizer outra coisa) e estão desiludidos com a democracia há muito mais tempo do que nós, logo, fazem escolhas improváveis.

Agora nada, mas nada neste mundo pode desculpar as declarações que o primeiro-ministro italiano fez esta semana, dizendo que para as cerca de 50.000 famílias desalojadas, o facto de estarem a viver em tendas era como um "fim de semana de campismo". Na minha opinião, só há uma palavra para descrever isto: bardamerda.

 

Mas em democracia cada povo só tem o que merece.

Espero, que com esta bojarda, os italianos entendam, finalmente, que têm um idiota como líder, já que, pelos vistos, não perceberam à primeira...

 

 


03
Jun 08
publicado por parislasvegas, às 20:27link do post | comentar | ver comentários (2)

Puro nojo é aquilo que se passa na Birmânia. 

 

Entendo que a Comunidade internacional não poderia obrigar a Junta a aceitar ajuda sem recorrer a uma intervenção militar, e aceito que isso não é solução, porque a violência nunca é o melhor caminho.

 

Não compreendo é que não haja, dentro do próprio regime birmanês, quem tenha o mínimo de humanidade.

 

Não compreendo que um governo inteiro possa ser constituído por filhos da puta que deixam centenas de milhares de mortos a apodrecer e milhões de vivos sem condições mínimas de vida.

 

Um verdadeiro genocídio, sem recurso a armas.

 

A semana passada, a estúpida da Sharon Stone (que deve estar a ficar chéché com a idade) veio a público dizer que o terramoto chinês tinha sido a paga karmica para a política chinesa em relação ao Tibete. E na Birmânia, idiota???Que mal fizeram as duzentas mil pessoas que morreram??

 

Há gente que devia lavar a boca com sabão azul antes de se por a cagar sentenças públicas dignas de um inquisidor da Idade Média.

 

Não há pachorra para tanta estupidez humana.


28
Nov 07
publicado por parislasvegas, às 08:42link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Em França, para além das greves generalizadas, novos motins nas zonas suburbanas. Aquando das eleições, um dos canais de TV convidou um painel de jornalistas estrangeiros para comentarem a política francesa, entre os quais uma portuguesa (acho que da Visão). A nossa compatriota dizia "se os franceses tiverem que enfrentar um quarto das reformas pelas quais os portugueses já passaram, teremos uma nova revolução nas ruas". E não é que a rapariga tinha razão??

 

Qual a diferença entre os dois povos? porque é que os portugueses não se revoltam? somos moles? Não. Nós nunca tivémos o que os franceses já tiveram: um verdadeiro sistema de assistência social. Um país rico que sustentava os seus cidadãos mais (ou menos) carenciados. Agora esse sistema está em falência generalizada. Há que procurar um novo modelo social. Estou como a D.: se procurarem bem no bolso das chaves, talvez o encontrem.

 

 

Nunca vi tamanho disparate como na cobertura mediática de Annapolis. Quem ouvisse os jornalistas de variadas proveniências (aqui não foi só a CNN que teve culpa) até parecia que iriamos sair dalli com um acordo de paz e o problema israelo-arabe resolvido.

 

Um problema com mais de 50 anos, entre uns tipos que ainda há quinze dias se andavam a metralhar na faixa de Gaza, com ramificações em todos os países vizinhos. Mas basta o Bush convidar a malta para se sentar à mesa que a coisa resolve-se num abrir e fechar d'olhos. Afinal de contas, até a Síria lá estava. Não há pachorra para tanta diarreia mental.

 

Mas, neste tema, o prémio do disparate vai para o Economist da semana passada que trazia na capa uma foto do Bush, com os dizeres "Mr. Palestine". Detesto quando o jornalismo se confunde com a publicidade. Ainda mais quando é a minha revista favorita que comete tal atrocidade.

 

Aquilo que os jornalistas deveriam ter dito é que a Conferência foi um sucesso mesmo ainda antes de ter começado. Sentar os vários actores do processo a uma mesa, passados sete anos de paralizia total nos contactos já foi excelente. Os discursos finais denotaram optimismo e o aperto de mão entre o Presidente Palestiniano e o PM Israelita mostrou ao mundo que existe uma base de comunicação. Podem ter a certeza que os detalhes dos assuntos tratados e negociações futuras não aparecerão nas capas dos jornais desse mundo fora.

 

O que eu não consigo perceber é se os jornalistas inventam porque não têm informações, ou se simplesmente são alimentados com chorrilhos de disparates, ou ainda, se dizem apenas aquilo que pensam que "alguém" vai gostar de ouvir. Sendo que esse alguém pode ir desde o accionista principal do órgão de comunicação social, aos políticos e e até mesmo ao público em geral. É uma profissão lixada. Uma que eu não gostaria de ter...

 

 

E o estatuto do Kosovo quase a rebentar...

 


07
Mai 07
publicado por parislasvegas, às 10:31link do post | comentar | ver comentários (1)

Domingo  sem surpresas nas duas eleições que seguíamos: na Madeira, como sempre, o PSD a conseguir uma maioria superior a 60%, e aqui em França a vitória de Sarkozy por 53%.

 

Relativamente à Madeira até tenho vergonha de explicar a quem vê a coisa de fora que aquilo é controlado por uma espécie de Mobutu (que me desculpe o espírito do dito pela comparação) truculento que lá consegue, a bem ou a mal, convencer aquela gente toda a votar nele (gente que, diga-se,não tem grande nível de educação). Assim, mesmo sem recorrer a falsificações eleitorais (como quem vê de fora assume) o resultado é sempre garantido pela miséria dos ignorantes que votam no Senhor Doutor aliada à ganância dos dominantes que votam do Alberto João porque não querem perder o tacho. De resto, se os Madeirenses gostam tanto do homem, que fiquem lá com ele. Não lhe vá dar na cabeça reformar-se a vir para o Continente tentar armar-se em Mussolini com sotaque.

 

Aqui em França a coisa pia mais fino. Na minha opinião, o facto que explicou a derrota da esquerda nestas eleições foi muito simples: falta de ideias. Talvez em Portugal isso não importe muito -  desde que o candidato seja engenheiro diplomado e inscrito na ordem dos engenheiros, já pode falar, falar e não dizer nada, que ninguém se interessa. Os senhores doutores falam tãão bem (até temos um PR que é "professor"e tudo!) que está-se tudo cagando para o conteúdo do discurso. Pois aqui não. Quando os candidatos alinhavam duas promessas seguidas, têm que justificar, argumentar, explicar de onde vão retirar o dinheiro para baixar os impostos, ou aumentar o salário mínimo. E o único que tinha capacidade técnica para o fazer foi Sarkozy .

 

Por outro lado é triste chegarmos ao ponto de ter eleitorado de direita, centro e esquerda a votar na mesma pessoa só porque é o único que pensa. É o desespero de querer ter um projecto de futuro nesta Europa moribunda que levou 53% dos franceses a optar pelo candidato agora vencedor.

 

Outro aspecto triste é o facto de Ségolène Royal se ter defendido da derrota com o argumento de que a sociedade francesa é muito conservadora e ainda não estar preparada para dar a Presidência a uma mulher. Enquanto mulher, este tipo de argumento ofende-me. Descartar a própria incompetência e, no fundo, a incompetência crassa do aparelho do Partido, com o argumento do machismo é um golpe baixo. Isso é verdadeiramente "bater à menina". Puxar cabelos em vez de dar um murro bem assente nas ventas. E eu não aprecio mariquices.


17
Jul 06
publicado por parislasvegas, às 12:05link do post | comentar | ver comentários (4)

Não é a primeira vez que escrevo sobre Beirute e o fascínio que tenho pela cidade desde a minha adolescência. Os amigos Libaneses que tenho tido, poucos mas bons (embora os Libaneses tenham fama de aldrabões e ávaros, eu nunca confirmei o preconceito) têm contribuído para que eu não perca a vontade de visitar esse país tão misturado, tão lindo em termos de paisagem natural e humana.

Volto a este tema novamente, só para me lamentar. Lamentar a infeliz opção de Israel por uma política belicosa, numa altura em que as relações entre a Síria e o Líbano estavam à beira da normalização. Bastava que tivesse havido um gesto de boa vontade por parte de Israel. A verdade é que o próprio Hamas avançou nesse sentido com o reconhecimento implícito do Estado de Israel no final do mês de Junho. Também o Líbano já se tinha declarado disposto a desarmar o Hezbolah, caso Israel retirasse do seu território. Apesar dos pesares, a situação da Palestina não tinha tantas evoluções positivas desde há uns 10 anos.

É triste ter a percepção clara de que a paz naquela região não interessa a ninguém.

 


mais sobre mim
Fevereiro 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25


arquivos
2014:

 J F M A M J J A S O N D


2013:

 J F M A M J J A S O N D


2012:

 J F M A M J J A S O N D


2011:

 J F M A M J J A S O N D


2010:

 J F M A M J J A S O N D


2009:

 J F M A M J J A S O N D


2008:

 J F M A M J J A S O N D


2007:

 J F M A M J J A S O N D


2006:

 J F M A M J J A S O N D


2005:

 J F M A M J J A S O N D


2004:

 J F M A M J J A S O N D


pesquisar neste blog
 
blogs SAPO