Histórias de uma portuga em movimento.
23
Mai 06
publicado por parislasvegas, às 11:41link do post | comentar

Ultimamente deixei de ler. Esta afirmação é incrível pois, para mim, é a mesma coisa do que dizer "deixei de respirar". Exagero quando digo que deixei de ler, porque, na prática, estou sempre a ler qualquer coisa. Todos os dias leio todos os jornais, franceses e portugueses. Leio milhares de documentos sobre coisas interessantíssimas como os progressos da regulamentação veterinária internacional ou os projectos de expansão da rede de satélites europeia.

Acompanho obrigatoriamente toda a intriga política deste país, e os avanços e recuos da situação internacioal (aquela dos israelitas terem apanhado o senhor do Hamas em plena Ramalah vai dar merda da grossa...) e papo milhares de relatórios todas as semanas. Acho que isso me anda a tirar a paciência para me dedicar à leitura recreativa.

Mas ando a reparar que isso me tornou uma pessoa incomparavelmente mais chata. Não penso que isto seja evidente para as pessoas que me rodeiam, falo do meu mundo interior e da minha imaginação. Até os meus sonhos restringiram os temas. Agora as minhas noites são passadas como os meus dias: em reuniões e assembleias a discutir não importa o quê. Antigamente ainda conseguia dar umas voltinhas a cenários fabulosos que, seio-o agora, eram alimentados por coisas que eu lia. O meu cérebro está com falta de alimento e prega-me com chatices na hora de dormir...

O mais grave é que, mal cá cheguei, comprei dezenas de livros que continuam à espera de ser abertos pela primeira vez. Eu que não conseguia ter um livro parado na estante. Que tinha que acabar de ler qualquer coisa nos 3 dias seguintes a tê-la comprado. Isto anda a preocupar-me seriamente.

Para me curar, vou passar os próximos dias ao século XV português com a "Casa do Pó" de Fernando Campos. Para grandes males, grandes remédios....

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Eu continuo a ler ficção todos o dias. Aconteça o que acontecer.
Sobre "Casa do Pó" de Fernando Campos, olha que não sei se foi a melhor escolha... li o livro, gostei mas ficou aquém das minhas expectativas. Pensei que fosse muito melhor.
Nas últimas semanas "descobri" dois clássicos que me deixaram completamente extasiados e que me deram vontade de ler tudo aquilo que escreveram: D H Lawrence e Salmon Rushie.
Quer um quer outro conhecia-os de nome mas nunca nos tínhamos encontrado. Agora ando completamente agarrado a estes dois. Ando a ler tudo o que estes senhores escreveram.
Riki a 23 de Maio de 2006 às 12:36

Eu continuo a ler ficção todos o dias. Aconteça o que acontecer.
Sobre "Casa do Pó" de Fernando Campos, olha que não sei se foi a melhor escolha... li o livro, gostei mas ficou aquém das minhas expectativas. Pensei que fosse muito melhor.
Nas últimas semanas "descobri" dois clássicos que me deixaram completamente extasiados e que me deram vontade de ler tudo aquilo que escreveram: D H Lawrence e Salmon Rushie.
Quer um quer outro conhecia-os de nome mas nunca nos tínhamos encontrado. Agora ando completamente agarrado a estes dois. Ando a ler tudo o que estes senhores escreveram.
Riki a 23 de Maio de 2006 às 12:36

Também acho que a Casa do Pó poderia ser melhor, mas acho muita piada àquele tipo de "romance histórico". Do Fernando Campos gostei especialmente da "Ponte dos Suspiros" e vou continuar a ler coisas dele. Curiosamente, não gosto de Rushdie, ou melhor, não gostei de nada que dele que li até hoje. Mas em relação a autores estou sempre aberta a quase tudo, tirando Paulo Coelho e Margarida Rebelo Pinto por isso diz-me o que estás a ler do Rushdie, pode ser que esse me "agarre".
parislasvegas a 23 de Maio de 2006 às 13:09

Eu não consigo estar sem ler, eu "vivo" na literatura , na poesia, para mim é algo que me enriquece imenso, é como viajar:)
Atira-te aos livros...Beijinhos:)
Helder a 23 de Maio de 2006 às 13:22

Tu sabes que não sou gajo de grandes seguidismos literários. Ouvi falar do Rushdie pela primeira vez como vitima de uma lei islamica e arauto da liberdade de expressão. Foi meio caminho para não pegar no gajo.
Aqui há uns tempos ofereceramme um livro que eu ja tinha. Como quem me oferecu o livo teve o cuidado de me darem o talão fui torcar a coisa à FNAC.
Pelo valor trouxe uma "historia da comuna de paris", mas sobravam 7 euros... procurei e encontrei por justamente 7 euros uma edição da propria FNAC de um livrito de contos dos Salman Ruhdie. Oriente, Ocidente. Contos passados em Delhi e em Londes. Trouxe mais para poder confirmar a minha má vontade do que por curiosidade literaria simples. E olha que apartir daí fiquei um consumidor incondicional do gajo. Em duas palavras: Xu lente. Uma visão muito critica aos ingleses, aos indianos que imitam os ingleses. Um acido muito proprio, um humor desconcertante e uma grande sensibilidade!!! 5*.
Riki Martin a 23 de Maio de 2006 às 16:44

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