Histórias de uma portuga em movimento.
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Jun 06
publicado por parislasvegas, às 16:27link do post | comentar

Pelos vistos, não foi só em Portugal que se ouviram os apelos do nosso seleccionador. Hoje de manhã atravessei três bairros de Paris ( e dos finos, por sinal) e havia bandeiras de Portugal janela-sim-janela-não. Isso foi antes da maltesaria começar a sair à rua vestida com as camisolas da selecção e com bandeirames enormes às costas, à laia de lençol. Isto tudo e o jogo ainda nem sequer acabou...

O mais engraçado é que euzinha aqui que sempre critiquei a "comercialização" da bandeira e o patriotismo de relvado, arrepiei-me que nem uma madalena sensível com as ondas de verde-vermelho em Paris. Isto de ser imigrante dá pró sentimento.

Agora vou ali num instante atirar-me da janela a baixo, porque estou desde as nove da matina a ouvir uma discussão  sobre a conquista europeia do Espaço (a sério - isto parece o StarWars, estou a alucinar!) e não consigo ver o jogo. Por SMS dizem-me que estamos a ganhar. Vivam as novas tecnologias, o Espaço e todos os seus satélites, mais a maravilha do GPS mas porra para as reuniões que discutem essas merdas em dia de jogo da selecção.


Diz a esses merdas que vêm com conversas das conquistas do espaço que a europa primeiro tem de acabar com a pobreza e a miséria e só depois pode pensar em naves espaciais.
Sobre as bandeiras e os futebois, não me pronuncio. Vivo apátrio e o meu unico clube é o Barreirense.
Riki a 22 de Junho de 2006 às 11:06

Este campeonato é como o tremoço. Não mata a fome mas entretém.
Dá jeito, assim aproveitam-se as horas de jogo para não ficar engarrafado no trânsito, nas compras, e se nos conseguirmos abestrair do barulho, até se pode dormir um bom bocado, que ninguém nos chateia, e emquanto o scolari (que é brasileiro, caso não saibam) não perder, os protugueses disfarçam as trombas.
Atalaia a 22 de Junho de 2006 às 11:07

caro Riki: apesar dos pesares, como sabes bem, o maior portento da conquista espacial ainda continua a ser a Rússia. As merdas dos americanos mais Marte e o caraças, não se comparam ao feito de manter gaijos em órbita na MIR. Ora a MIR, que se está desfazendo aos pedaços (mas isso agora não interessa nada) tem sido um motor económico para muito boa gente cá em baixo: componentes, software, laboratórios e até o raio das sanitas cosmonauticas têm que ser fabricadas nalgum sítio. É nessa perspectiva que eu vejo o esforço europeu para a conquista do espaço: dar mais postos de trabalho a quem tem os pés assentes no planeta. Para além dos benefícios para a ciência e medicina que são retirados das experiências efectuadas em órbita e tal. Estes são os nossos novos descobrimentos, disso tenho a certeza. Os saltos que damos em tecnologias de transporte e comunicação só têm comparação com essa época. Há que ver as coisas, também, pela perspectiva aventureira.
Atalaia: exactamente. Concordo com isso tudo e é uma tristeza o povão andar drogado com o mundial enquanto continua pobre como o raio. Ainda hoje o público diz que as empresas portuguesas estão cada vez mais endividadas... Mas eu até gosto de futebol tás a ver?assim só pelo jogo, mais nada. E até gosto de ver os nossos putos a jogar, muito embora me esteja cagando para quem ganha ou deixa de ganhar o mundial. Acredita que, se Paris tivesse praia, não me apanhavam a ver os jogos de fim-de-semana. ...
parislasvegas a 22 de Junho de 2006 às 15:30

Tal como combinado, aqui vai a resposta:
Sobre a conquista espacial na Russia, deves em primeiro lugar corrigir a gralha e escrever “União Soviética”.
Em relação à União Soviética, e tendo em conta todos os defeitos do sistema – que os tinha e por isso caiu – quando foi iniciado o programa espacial soviético em meados dos anos 40, e já depois da guerra, não havia desemprego. Durante a época do Estaline e do Nikita o estado soviético não se queixava de falta de dinheiro para justificar o fim da segurança social como hoje acontece com a maior parte dos estados membros da comunidade. Mal ou bem nos tempos da União Soviética dos anos 50, havia comida nos pratos e as pessoas tinham onde trabalhar. Emprego e alimentação entre outros direitos foram uma realidade. Coisas que hoje comunidade europeia não são garantidas.
Dizeres-me que a criação de emprego é um factor que vai estar agregado ao desenvolvimento da conquista espacial, a mim parece-me uma fuga para a frente. O problema da Europa é estrutural. O que é que acontece às fabricas de satélites na Europa quando os chineses fizerem mais satélites, melhores e três vezes mais barato, pilotados por técnicos chineses???
Inventam outra conquista?
O que se passa é que o modelo liberal que à força querem impor na comunidade europeia não é válido porque não satisfaz as reais necessidades das populações. Preocupem-se mas é com uma PAC que seja um factor de desenvolvimento e que se emancipe finalmente dos lobies dos agricultores franceses e dos produtores de leite dos países baixos... aí é que esta o desenvolvimento.
Riki a 22 de Junho de 2006 às 16:38

Se andasses, como eu ando, nas reuniões PAC todos os meses, já tinhas perdido as esperanças. ..e mais não digo que não posso. O que eu acho é que a malta, tem que se agarrar àquilo que houver e já não existe agricultura na Europa fora da França e das vacas leiteiras da Holanda.
parislasvegas a 22 de Junho de 2006 às 17:50

Isso é mesmo assim???
(esta é uma pergunta completamente genuina!!!)
Então e novos estados membros da europa central? Ceriais, e fruta pelo menos... não?
Riki a 23 de Junho de 2006 às 14:35

Só tenho uma palavra a dizer: HA!
A sério?pensavas mesmo isso???ai, ai, ai....Bom depois a gente fala.
parislasvegas a 23 de Junho de 2006 às 16:16

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