Histórias de uma portuga em movimento.
17
Jul 06
publicado por parislasvegas, às 12:05link do post | comentar

Não é a primeira vez que escrevo sobre Beirute e o fascínio que tenho pela cidade desde a minha adolescência. Os amigos Libaneses que tenho tido, poucos mas bons (embora os Libaneses tenham fama de aldrabões e ávaros, eu nunca confirmei o preconceito) têm contribuído para que eu não perca a vontade de visitar esse país tão misturado, tão lindo em termos de paisagem natural e humana.

Volto a este tema novamente, só para me lamentar. Lamentar a infeliz opção de Israel por uma política belicosa, numa altura em que as relações entre a Síria e o Líbano estavam à beira da normalização. Bastava que tivesse havido um gesto de boa vontade por parte de Israel. A verdade é que o próprio Hamas avançou nesse sentido com o reconhecimento implícito do Estado de Israel no final do mês de Junho. Também o Líbano já se tinha declarado disposto a desarmar o Hezbolah, caso Israel retirasse do seu território. Apesar dos pesares, a situação da Palestina não tinha tantas evoluções positivas desde há uns 10 anos.

É triste ter a percepção clara de que a paz naquela região não interessa a ninguém.

 


Ficaram-me nos ouvidos, das notícias de ontem, um apelo desesperado de uma mulher que falava português com uma mistura de sotaques. A senhora dizia: Isto é que é terrorismo! E passavam imagens de Beirute destruida por raides sucessivos.
De facto que diferença faz atirar um avião sobre uma torre de escritórios ou destruir à bomba uma cidade inteira? Não é o mesmo terrorismo?
Ze da Penalva a 17 de Julho de 2006 às 12:34

É assim mesmo. A definição de "terrorismo" falando em termos de ciência política é essa: uma guerra em que o alvo são os civis. Até há bem pouco tempo não havia o conceito de "terrorismo de Estado" que infelizmente entrou no vocabulário das relações internacionais com países como a Líbia, a Síria e Israel.
Também eu não consigo afastar da cabeça as imagens de uma Beirute bombardeada de novo, após curta paz ilusória. Mas mais fortes ainda são as imagens que correram mundo de um homem a fugir por entre o fogo israelita, com o cadáver ensaguentado de uma criança nos braços. Hoje num jornal francês, vi novamente essa imagem com o sub-título: "E a dez minutos de carro, as mulheres continuam a ir ao cabeleireiro e os filhos da classe média israelita fazem festas na praia" Que mundo estranho este em que os seres humanos se habituam a tudo. Mesmo a fazer festas ao som das bazucas e a ir ao cabeleireiro com o cheiro dos cadáveres...
parislasvegas a 17 de Julho de 2006 às 14:26

Vergonhosa a atitude da comunidade europeia que ainda não tomou uma posição clara contra esta politica genocída de israel... Do que é que a diplomacia europeia está à espera para condenar os judeus?!?!?!
Esta subserviência crónica aos americanos continua a meter nojo...
Aquilo que a Europa está a mostrar ao mundo é que não tem capacidade opinativa.........................Lamentável.
A comunicação social também chegou tarde e a más horas, a BBC e a CNN tem feito uma cobertura completamente a favor do imperialismo sionista. A TV5 que tenta manter uma postura ais ou menos objectiva e distanciada, anda a apanhar bonés por falta de meios e a informação que vai transmitindo são imagens requentadas compradas aos gringos e aos bifes.
Das televisões portugueses nem vale a pena comentar. Os televisadores (porque não são jornalistas) mais uma vez limitam-se a analisar este conflito através dos portugueses envolvidos. Se não fosse um dramático paradigma da má qualidade da informação com que nos alimentam este tribalismo informativo até dava para rir... Bombardeiam cidades, matam dezenas de civis, destroem escolas, apagam regiões do mapa e os senhores televisadores fazem reportagens e entrevistas sobre onde é que vão dormir os 6 portugueses que estão em Beirute?!???
Parece que a guerra é o cenário de fundo e a noticia é o incomodo para os 6 portugueses...
Alguém que explique às alimárias que fazem televisão que uma criança morta não tem nacionalidade... Uma escola destruída por um missil é uma notícia mais importante para divulgar do que os pontos de escala que os 4 portugueses que vivem na Síria vão fazer até chegar ao Porto.
Uma única nota final positiva: pode ser que os judeus se lixem desta vez… Pode ser que finalmente haja uma aliança no médio oriente para meter israel no seu lugar.
Allá Ackbá.
Anónimo a 17 de Julho de 2006 às 16:49

Obviamente que o anónimo sou eu!!!
Riki a 17 de Julho de 2006 às 16:49

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