Histórias de uma portuga em movimento.
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Ago 06
publicado por parislasvegas, às 16:52link do post | comentar

É verdade. Ando venenosa sim. E amarga e com mau feitio. Faz parte da vida e o essencial é termos capacidade para nos rirmos disso (também).

Vocês bem sabem que tenho poucas vacas sagradas e que não me levo lá muito a sério. Por isso, a convivência com gente que se leva demasiado a sério e com uma infinidade de tabus põe-me meio louca.

A culpa é vossa (claro). Vocês é que me habituaram a falar de tudo e um canudo sem barreiras, a rirmos de tudo e todos, principalmente de nós. E, claro, que o mundo dos outros não é assim e que maior parte dos seres humanos têm instintos animais demasiado aguçados para terem a humanidade de se rirem de si próprios.

Paris é o sítio ideal para se conhecerem triliões de pessoas pedantes, snobs, arrogantes e cheias delas próprias. Como não vos tenho cá, o Xano é que me atura e mesmo assim ainda nos fartamos de rir à custa das personagens que temos cruzado nesta cidade louca.

Mas, como tudo, o choque inicial está a desfazer-se. E o meu veneno aguça-se, não (já) no sentido da amargura, mas sim no sentido cómico.

Há algumas semanas juntámos lá em casa um grupo de cerca de 10 pessoas, tão diferentes entre si, que eu pensei que o jantar ia ser um desastre. Surpreendi-me agradavelmente quando os meus convidados me provaram que afinal não eram pessoas assim tão sérias que não soubessem valorizar boa comida e bom vinho e, a partir daí, tudo correu sobre rodas.

No sábado passado fomos a uma festa que eu pensei que iria ser uma seca, porque havia gente "tão bem", tão colunáveis e tão mediáticos que achei ser impossível ter uma conversa interessante. A festa em questão, embora tivesse todos os ingredientes para aparecer no "Paris Match" acabou por ser divertida, e acabámos a fazer conhecimentos interessantes com pessoas que, como nós, se riem das merdas que fazem.

Já passaram por nós milhentas figuras-tipo: o portuga de sucesso, o intelectual de serviço, o aristocrata sem tusto, o casalinho gay simpático, o bêbado inconveniente, a boazuda desmiolada, enfim, um manancial de personagens estranhas que eu pensava que se tinham esgotado com a minha saída de Kiev. Afinal a colecção de cromos continua.

Só queria era começar a ter mais tempo de convívio para retomar as minhas "crónicas insólitas" - é que aqui, afinal, também existe a matéria-prima.

 


Assim não vale. Queremos é os peru menores escabrosos. Conta mazé as cenas macabras!!!!
Beijos
Riki a 2 de Agosto de 2006 às 21:53

Epá, é verdade, o titulo criou falsas expectativas!!!
Queremos os podres. E as podres mais ainda!!!
Atalaia a 3 de Agosto de 2006 às 09:38

Mas por isso mesmo é que me queixo de falta de tempo para conviver. Ainda ontem faltei a uma festa que deve ter sido um espetáculo de gente estranha digno de uma crónica. Infelizmente nem eu nem o Xano temos tido tempo para nos emanciparmos das tarefas domésticas. Quando chegar a Ludmila vamos prá rua queimar sutiãs e já teremos tempo para nos misturarmos aos cromos, que (chego à conclusão) é o que gostamos realmente de fazer na vida....
parislasvegas a 3 de Agosto de 2006 às 11:44

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