Histórias de uma portuga em movimento.
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Dez 05
publicado por parislasvegas, às 07:04link do post | comentar
Ontem, finalmente, decidi-me ir à procura de enfeites natalícios (a criançada chega dia 26 e convém ter a decoração "in place") e de alguns presentes mais urgentes, também para os miúdos.
Bolas que ia morrendo! A FNAC em plena convulsão, aquilo parecia uma revolução popular, cheia que nem um ovo, com filas intermináveis para as caixas.
O resto das lojas não estavam melhores, uma parafernália de mães e criancinhas por todo o lado, famílias inteiras aos berros porque não se entendiam quando aos presentes, grande espírito natalício hem??Paz aos homens e inferno familiar...Que fantástico!
Estes quatro anos de Kiev retiraram-me as memórias do Natal do consumo.
Nunca apanhei confusão, para já porque não havia grande coisa para comprar. Depois, porque o Natal Ordotoxo é a 6 de Janeiro e acaba por ser desencontrado da data católica. O que fazíamos (porque passámos três dos quatro natais lá) era juntar o pessoal todo que estava longe da família, comprar umas prendinhas absurdas e simbólicas para todos, comer que nem uns desalmados e contar histórias de aventuras natalícias nas nossas partes do mundo. Todos os anos foram uma mistura de mussaca grega, com bacalhau, zampone italiano, chouriço espanhol e panettone no fim, tudo regado com belo tintol portuga.
Aqui, meu Deus, os templos pagãos cheios de supostamente bons cristãos a gastar o subsídio até ao último tostão. Que ridículo. Já pensaram bem na figurinha triste que fazemos todos???
Grande parte de nós até dizem: pois, eu não ligo muito e tal, é mais pelas crianças. Já reparam como os putos se transformam em verdadeiros vampiros chantagistas nesta altura do ano???Já não há surpresas, nem magia. Eles têm que ter a certeza que vão receber isto ou aquilo que viram na televisão, senão têm ataques de birra e amuo a seguir ao jantar de natal.Se os meus me sairem assim, os natais vão ser passados ao estalo...
E então onde fica a celebração da paz na humanidade? Se o ramadão é respeitado dessa forma por todos os povos de cultura muçulmana. Se mesmo os não-crentes que vivem em países onde se celebra o ramadão o respeitam como uma celebração de paz e de harmonia de vida, como raio sucumbimos ao materialismo desta maneira? Como podemos dedicar-nos a amar a nossa família, no meio da discussão sobre as meias pra oferecer à tia, irritados com as filas dos centros comerciais, desnorteados com o dinheirinho que nos está a sair da carteira e vai levar os próximos seis meses para repôr?
Amor entre os homens, lembram-se? Sem decorações coca-cola, sem presentes caros. Mostrar aos que nos rodeiam que nos são queridos. Sentarmo-nos em volta de uma mesa e partilhar mais do que a comida. ´
Mesmo sem maior parte dos meus ente-queridos, é isso que vou ter este Natal.
O meu primeiro "Noel à Paris" vai ser passado numa de amor e de simplicidade.
 Boas Festas, caguem nas compras e sejam felizes!

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