Hoje a Angie deu cabo da sua já fraca reputação enquanto cão de guarda.
Tinha passado o dia a pedir-me para entrar em casa, mas como hoje estava a empregada e o chão tinha sido limpo, quis manter a cozinha livre de patadas e deixei a bulldog no jardim.
Mas a Angie não é cão que desista e meteu na cabeça que tinha que entrar em casa. O facto da empregada ter deixado o portão mal fechado quando saiu também ajudou e a partir daí foi uma questão de persistência e Deus sabe que não há cão mais teimoso do que um bulldog inglês.
A ideia da Angie deve ter sido dar a volta à casa e entrar pela portada frente, mas como não conhece o bairro, acabou por se enganar e ir dar à casa de um vizinho.
Ora andava eu já a chamar o cão (que me respondia com uivos de pânico...) mas sem conseguir identificar onde o dito se tinha metido, quando chega um senhor de meia idade ao portão a perguntar se o bulldog inglês era meu. Corada de vergonha lá respondi que sim a explicar que o portão não costumava estar aberto e tal já com medo que a cadela tivesse rosnado ou assustado alguém. O vizinho lá foi explicando, entre gargalhadas, que a Angie se tinha tentado meter na casa dele e que estava encolhida a um canto do jardim com medo de toda a gente.
Lá fui buscar o cão, com o resto dos vizinhos da rua a rirem desalmadamente da mariquice do cão. Só tem mesmo é caparro , o resto parece que ficou estragado com os mimos que tem em casa. A vizinhança só dizia: "é uma menina não é??" "nota-se!!!".
Mas antes esta vergonha do que entrar em despesas por ela ter estragado alguma coisa, ou, Deus nos livre, ela ter mordido alguém...
A fera....