Este ano estou muito perdida, ainda mais do que já vem sendo hábito...Na véspera de fazer seis anos que deixei Lisboa, encontro-me numa situação absolutamente inédita que me impede de pensar naquilo que quero fazer da minha vida. Pela primeira vez, tenho que chegar à conclusão que não tenho planos. só direcção (já não é mau...).
Ontem estávamos a ver os vídeos do nascimento do Kiko e reparámos que o Xano aparece sempre todo stressado ao telefone a tentar ver se não ficamos com os móveis na rua, se conseguimos uma data indicativa para mudar de casa, se conseguimos organizar as coisas para transitar de um país para o outro dentro dos prazos dos contratos da casa, da electricidade e etc etc. Eu andava prá li a pairar no ar, como se estivesse a flutuar, apesar da minha recém adquirida gordura. Apareço sempre a falar muito baixinho, de uma maneira muito suave e maior parte das vezes estou a falar directamente com o Kiko, ignorando o resto das pessoas à volta e a confusão total em que a nossa vida estava na altura.
Só sei que acabei de chegar, que andei quase seis meses com um bébé debaixo do braço, em viagens de avião, aeroportos, ligações, taxis e casas emprestadas. Só sei que agora só quero é sossego e paz, para poder falar muito baixinho com o meu bébé que cresce tão depressa, que daqui a uns meses já não será só meu, tão acordado para o mundo que ele já anda. Agora que organizei a nossa casa (que separei as cuecas do feijão verde como dizia uma amiga) e que finalmente começo a conhecer pessoas, ainda não me apetece resolver seja o que fôr só por estarmos em Janeiro.
As resoluções para este ano estão adiadas sine die. E o mais engraçado é que me sinto altamente feliz com isso.