Entretanto, maior parte das pessoas que conheço parece estar em crise. Doenças, falências financeiras e percas de empregos. Tudo numa segunda-feira só. Eu já vinha vendo vir a tempestade, mas quem está no meio do furacão acha sempre que não é tão mau assim até ficar sem telhado.
Continuo pendurada. À espera de decisões e a ficar cada vez mais irrequieta. Eu que sou uma pessoa tão adaptável, posso dar-me bem no céu e no inferno, mas detesto purgatórios e limbos. O clima é demasiado enevoado para mim.
Os planos para a escapadela de Fevereiro começaram em grande: uma viagem a São Tomé com visita às belezas da ilha tanto à superfície como debaixo do mar. Depressa a megalomania passou. Horas de avião. Vacinas da Febre amarela. Tratamentos anti-palúdicos . Estamos velhos para essas merdas . Mas sonhar não custa nada e um dia ainda havemos de ir à Ilha do Príncipe, que quando metemos uma ideia na cabeça é difícil fugir-lhe.
Entretanto nesta semana que passou já andei (ciberneticamente, claro) no Qatar, no Dubai, na Jordânia e em Israel. Em todo o lado faz mais frio do que cá. Voltámos à casa de partida. Se calhar vamos fazer algo que já não fazemos há seis anos - passar férias em Portugal. Dizem que a galinha da vizinha é sempre melhor do que a nossa. Passados estes seis anos fora do país, começo a ter as minhas dúvidas. Parece-me é que as nossas cacarejam demasiado...
Agora que todos os meus dias são Domingos, dou por mim a ansiar pelo dito. O único dia da semana em que me parece que a vida bate certo .