Como todos os diários na net, este vai ter pedaços factuais do meu dia-a-dia e, acima de tudo MUITAS opiniões.
Um dos assuntos que irá, concerteza, dominar este blog é o meu choque cultural com a ex-União Soviética. Não quero que me tomem por racista. As críticas que faço aos eslavos do Norte não têm nada a ver com uma ideia de raça. Tem a ver simplesmente com a minha total incapacidade de adaptação à sua cultura. Falo a língua, percebo os fundamentos das atitudes e reacções, preocupo-me em saber a história e os costumes destes povos. Compreendo. Mas não gosto. Há três anos que me esforço por gostar. Mas não gosto. Não há nada a fazer.
Tenho vivido aqui tempos felizes, seguramente os melhores da minha (ainda) curta existência. Fiz aqui amigos sólidos, daqueles por quem se atravessa o mundo só para ir dizer um olá. Vivo satisfeitinha da vida com o meu querido e os nossos cães. O que é que eu quero mais?
Queria gostar disto, pá, era só isso....

Pois, finalmente, após muitas hesitações e a pedido de nenhumas famílias, cá me instalei.
A altura é péssima - mais uma mudança de casa ( a terceira em 3 anos - digam lá que não sou resistente!), constante choque-frontal com a mentalidade pós-soviética e um emprego (ou melhor, trabalho) que me "rouba" 12 horas por dia. Não sei como é que vou ter tempo para isto.... Só sei que no meio de tanta confusão preciso de uma âncora, ou terapia ou seja lá o que fôr. Por isso escolhi o nome de "pouco sozinho" para este blog. Ao contrário do que podem estar a pensar, não significa "muito acompanhado" e vem da letra das "águas de março" do grande Jobim. Porque é isso que eu quero que este espaço seja um "pouco sozinho" de sanidade mental, na minha vida de loucos.