Histórias de uma portuga em movimento.
23
Nov 04
publicado por parislasvegas, às 07:29link do post | comentar
Isto não é lá muito habitual, mas a situação justifica. Tinha prometido a mim mesma não utilizar este blog para assuntos deste calibre, mas lá terá que ser. Pelo que tenho ouvido das televisões portuguesas, tá tudo muito baralhado com o que se anda aqui a passar. Se tiverem TV cabo vejam a BBC World que anda com ligações em directo e percebe o que se está a passar.
O candidato da oposição não ganhou as eleições coisa nenhuma. Os resultados oficiais divulgados não condizem nem com as sondagens à boca das urnas, nem com aquilo que esta vossa amiga viu com estes olhinhos que a terra há-de comer. Fiz parte da missão da OSCE para observação das eleições, como o relatório já foi divulgado ontem, estou à vontade para dizer o que vi.
Eu andei o Domingo todo metida nas assembleias de voto, eu vi porque as pessoas estavam sem medo e recusavam-se a dobrar os boletins. Eu vi porque as urnas eram transparentes, e o que eu vi, não tem nada a ver com o resultado oficial - acreditem. Neste momento, temos cerca de 50.000 pessoas na rua, o Parlamento está reunido de emergência, o governo acusa a oposição de "terrorismo" e de excitarem deliberadamente os jovens para servirem de "carne para canhão". O Presidente "eleito" fez uma declaração pungente às mães deste país, do estilo - Quando a polícia secreta matar os vossos filhos não venham dizer que eu não avisei - por isso, já vêm como o ambiente vai bom por aqui.
Eu estou enfiada em casa, porque acabei por ficar doente com a maratona de Domingo - das 6 da manhã à 1 da manhã de segunda-feira, com temperaturas entre os 0 e os -5. Hoje tentei chegar ao Hospital (de ambulância e tudo) - mas um caminho que demora 5 minutos, demorou meia hora, tal não é o controlo e o maralhal espalhado na rua.
Kiev está vestida de laranja (confesso que não gosto lá muito da côr...) que é a côr do candidato da oposição. Seja qual fôr o desenvolvimento da situação, devo confesar que estou ligeiramente pessimista. Isto porque acredito que as regiões que votaram em massa no candidato do governo (as regiões na fronteira com a Rússia) também não irão aceitar uma mudança brusca de rumo no caminho do país. Por enquanto, aguarda-se a decisão do Parlamento (validar ou não o resultado das eleições) e a confusão só deve começar depois disso. Enquanto se aguarda, há autocarros, aviões e comboios que vêm das outras regiões (da fronteira com a Polónia) em direcção à capital com ainda mais maralhal para ajudar à festa. O que eu duvido é que eles cá cheguem, a avaliar pelo controlo policial em todas as estradas que conduzem à capital.
Bem, e por agora é tudo , se puder, isto é , se tiver ligação à net, vou dando mais notícias, à medida dos desenvolvimentos.

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