Tenho andado com a sensação de que este blog anda muito futilzinho. Assim à atirar pró super-light. E essas coisas cheiram-me logo a tias, linha e coisas do género. Como eu não quero que me convidem para escrever um livro, e já desisti de pintar o cabelo de loiro, o melhor mesmo é começar a falar sobre as coisas que me interessam e parar com este jogo de trivia. Enquanto dizia isto ao Xano (que concordou), passaram-me pela cabeça todos os temas que já tive alinhados para escrever, mas que nunca viram a luz do écran. É que como diz o
ZP não basta mandar uma patacoadas mais ou menos alinhavadas. Não quero andar a debitar ideias absurdas no ciberespaço. Até porque a lotação para isso já anda esgotada.
Para postar de jeito é preciso ter tempo, para pelo menos pensar antes de teclar. O que não anda a acontecer lá muito neste momento.
Enquanto estiver em Pequim e em Shanghai, muito provavelmente, não vou conseguir aceder ao blogger, por isso lá se livram de mim durante duas semanas. Quando voltar vou tentar dar um conteúdo de jeito a esta coisa.
Como sabem, muito embora a China seja um dos principais utilizadores da net (acho que vai em 94 milhões de cidadãos com acesso), nem tudo é livre. Apesar da doutrina "um país dois sistemas" estar a melhorar em muito a vida dos chineses, não podemos esquecer que não se trata propriamente de um regime democrático. O aspecto social do país intriga-me tanto como o cultural. Tentando ter algum conhecimento, para tentar compreender um sítio de que tanto gosto (mesmo sem perceber patavina daquilo) já li tudo o que me apareceu à frente sobre a China. A diversidade é tão grande e a história do país estende-se por tantas eras, que às vezes parece que me afogo em informações que não consigo processar.
A china moderna não me é fácil de compreender. As disparidades entre classes são enormes. Os números do desemprego real não chegam sequer a ser contabilizados. Mas a verdade é que o desenvolvimento é visível, e que todos têm oportunidades, segundo as suas capacidades. Actualmente, a política é um assunto bastante debatido na rua.
Se o mito do Mao ainda não caiu totalmente é porque maior parte dos chineses não quer perder a face perante o resto do mundo. Aquele homem foi responsável pela mudança de regime e, em última análise, devem agradecer-lhe pelo progresso que alcançaram. Os chineses têm uma mentalidade completamente diferente dos Europeus. Consideram que aquilo que o PCUS fez divulgando as atrocidades de Estaline foi uma cobardia e vergonha total. E, ao fim e ao cabo, Mao apenas seguiu ensinamentos milenares que guiaram quase todos os imperadores chineses ao longo da história. Diz-se que até a revolução cultural foi inspirada por uma medida tomada pelo primeiro imperador Han, que para eliminar a concorrência dos sábios e mudar radicalmente a mentalidade do seu povo, ordenou que se enterrassem vivos todos os 300 homens de letras que viviam no seu reino e que se queimassem todos os livros. Como vêem, só bons exemplos...
Espero trazer-nos mais relatos interessantes do Oriente (nem que seja só pela coscuvilhice do casamento..) e começar a ter mais tempo para postar as coisas sobre as quais eu quero mesmo escrever.