
Chama-se assim por ficar no nº44 da Avenida principal da cidade (Xreschatik). Foi sempre um sítio de eleição para "gente normal" e estrangeiros perdidos. Nestes quatro anos tenho frequentado regularmente o bar porque, para além de bom ambiente (sem novos riquismos, sem máfias, sem pretenciosismos, mas com muitos novos-intelectualóides-a-imitar-tendências-estrangeiras) tem a melhor música ao vivo da cidade.
Numa das primeiras idas a este bar, um dos meus amigos (que por acaso até fala um excelente russo) foi abordado por uma rapariga que lhe suplicava que fosse com ela, por cem dólares, não que ela fosse puta, nem pensar nisso, mas é que tinha que pagar a renda e o prazo acabava amanhã e não podia perder o apartamento e etc. O que vale é que o meu amigo não se escandalizou nada com a abordagem, tinha vivido na URSS tempo suficiente para saber o que a casa gasta. Isso foi há quatro anos, e nunca mais vi cena que se parecesse. A terra mudou e as pessoas também...
Há cerca de dois anos, tivémos a sorte de conseguir ver
DePhazz ao vivo e a côres, num concerto privado, regado a champagne, com toda a gente meio bêbeda, inclusivé a banda.
Sábado passado lá estivémos, a festejar o nosso último jantar no 44 (caso tenha sido, realmente, o último) com uma banda fantástica - Sabaki Dojdiá - ou Rain Dogs, em inglês. Como o nome da banda indica, são inspirados no Tom Waits. Verdadeiros performers cantam tudo e um canudo: blues, jazz, salsa, reggae, skank, eu sei lá...e em russo!Dos melhores concertos que eu já vi.
Este foi regado a cognac e,devo confessar, foi com grande dificuldade que vivi este Domingo. Uma ressaca fabulosa mais o regresso da Super-mãe a Portugal deram cabo de mim. Já recuperei. Gostava que mais amigos tivessem cá vindo, só para ir beber um copo ao 44, vale a pena!