Histórias de uma portuga em movimento.
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Out 05
publicado por parislasvegas, às 07:57link do post | comentar
Cá ando a tentar sobreviver, meia imersa num mar de burocracia, papéis por todo o lado, reuniões aos magotes e etc. Não tenho muito tempo pra andar a navegar no ciber espaço. Aviso já que esta posta vai ser curta e grossa, porque isto agora anda assim. Não há nada a fazer. Aviso que é pra me darem o desconto, não sei se estão a ver...
Não posso dizer que ande propriamente mal-disposta, mas também não ando na minha forma habitual de ter capacidade para brincar com esta merda. Entenda-se por "esta merda" o mundo em geral e a vida em particular.
Com a ida do Xano para Paris, não perdi apenas a presença da minha cara metade (física, entenda-se. Meu amor: estás sempre comigo. No calor do leito etc blá blá - lembras-te?), perdi, também o meu colega de trabalho, que comigo e o grande-chefe, suportava o fardo de tentar lutar contra tudo e contra todos e conseguir o impossível: pôr um serviço público a funcionar bem.
Agora somos só dois, e devo dizer que isto não está fácil para ninguém. Isto só acontece quando se leva o trabalho a sério, bem sei. Mas o que é que vocês querem?não consigo ser de outra maneira.
Entretanto e passadas umas tantas cargas de nervos (o que se passa por aí? toda a gente cagou no mundo em geral foi?) provocadas pela inércia da máquina, sento-me agora (já fora do horário de trabalho) a tentar pôr alguma ordem no meu cérebro. Graças a Deus vem aí o fim-de-semana, mas olhando de relance para a minha pasta, percebo que vai ser tudo menos tranquilo - quilos de papel, meus amigos, quilos!Eu mereço.
O programa deste fim-de-semana é perfeito para o casal Tina e Xano. Enquanto Xano se desunha para encontrar uma casa que lhe permita abandonar os 6 m3 de quarto manhoso de hotel em que se encontra, Tina tem agendada uma ida ao hospital para se vacinar contra a gripe (a situação aqui começa a ser preocupante - a sério. Não me bastou andar quatro anos a levar com os bafos de chernobyl, ainda me arrisco a apanhar uma carraspana mortal. Fixe!) e uns cinco relatórios para escrever até segunda-feira.O que vale mesmo são os 2.600 quilómetros de distância, ao menos não ficamos com pena de não ter tempo para namorar.
E para quem pensa que o meu Xano anda de férias por lá, informo que o homem pegou no batente assim que lá chegou e se encontra em pleno exercício das suas novas funções.
Saquei a minha psique cansada à depressão à conta de um sobretudo lindinho Byblos (era a única marca que tinha o 32, amor, não tenho culpa, bem andei à procura de mais baratucho...), dois chapéus de vison e umas camisolinhas cheias de pinta. Cada um faz o que pode.À falta de prozac, foi o que se arranjou.

publicado por parislasvegas, às 02:55link do post | comentar
Que alguém me disser que na função pública não se faz nenhum, leva uma cuspidela nos olhos. Próxima vez que me vierem com a conversa do "tás deprimida porque não consegues é viver sózinha" levam outra cuspidela nos olhos.Vamos lá a ver se malta se entende:
Gosto do muito do meu Xano e, realmente, porra, custa-me viver sem o meu querido e dormir sózinha.Algum mal nisso, carago? Uma gaja não pode ser casada e estar apaixonada pelo marido, porra?As conversas de gaja-independente-toda-em-cima e etc, servem mais pra solteironas do que outra coisa (chiiiiii o meu mau feitio...) e eu não tenho vergonha em dizer que amo a pessoa que vive comigo e pronto.
O pior é que não é isso (só) que me anda a lixar a cabeça e a por-me a disposição em ponto canídeo. É, simplesmente, e novamente NÃO TER TEMPO PARA NADA. Com mil coisas a tratar e nem mal tenho tempo para comer. Saio todos os dias da xafarica aflita de xixi, porque nem sequer tempo pra ir à casa de banho tenho. SOCORRO.
Para elém disso, esta merda não é o sítio mais fácil do mundo, nem o mais agradável, mas pronto não é? É aquela conversa do "do que é que te queixas e blá blá blá". Já toda a gente deve ter percebido que não ando a falar dos leitores habituais aqui do blogue. O que mais me irrita é que as pessoas que se me põem a cagar este tipo de sentenças nunca estiveram num país difícil e nunca trabalharam mais do que 6 horas diárias e mais a mais só me falam do raio do salário. "Blá blá, mas ganhas bem". Bardamerda, é o que eu tenho a dizer a estes comentários. Bar-da-mer-da. Os mercenários militares ganham mais do que eu e eu não lhes invejo a vida de caca que têm. É certo que tive a sorte de escolher e de trabalhar naquilo que gosto e é certo que esta é apenas uma fase passageira em que estou a ter mais dificuldades e que vai passar rapidamente. JURO que não tenho andado por aí a queixar-me.
Por isso me cai ainda pior ter gente que nunca se lembrou do meu número de telefone estes anos todos, para me ligarem agora com a conversa de xaxa do "coitadinha, pois, andas deprimida, aí sózinha, pois, mas ganhas bem, vês, e isso não pode ser assim tão mau, não é, blá,blá,blá". A GOZAREM-ME pá, isto só pode ser a gozarem-me e a congratularem-se secretamente, pensando que eu ando aqui a choramingar todos dos dias.
Não, não ando a choramingar, não ando perdida e dispenso os "falsos preocupados", obrigado. Cuspidela no olho, meu irmão, cuspidela no olho!
Quando aos meus verdadeiros amigos e à minha família: obrigado por me terem ligado, obrigado por se preocuparem comigo. Não se enervem, esta posta é apenas mau feitio em estado puro, ainda não destilado. Eu estou bem, obrigado. A trabalhar de mais, mas bem.Quanto a isso não há nada a fazer enquanto não nos forem enviados reforços. O castigo não cai apenas sobre os meus ombros, andamos todos a sofrer e a fazer de burros de carga.

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