Embora me tenha deixado de rastos, este fim-de-semana soube-me mesmo bem. Já vi que ainda não ando com resistência física suficiente para abusar desta maneira, a fazer mais de 1000 Km durante dois dias, mas quero ver se recupero depressa para começar a aproveitar mais e a viajar (outra vez) por essa Europa fora. Já me tinha esquecido de como tudo é perto, nesta parte da Europa.
Saímos de Paris na sexta-feira à noite (desaconselho vivamente), e depois de cerca de duas horas para fazer 10 Km e conseguir sair da cidade, foram outras duas horas sempre a andar até Bruxelas. Teve a sua piada ver um risco na fronteira entre a França e a Bélgica - o lado francês seco e o belga molhado - estava a chover em Bruxelas, como sempre, aliás.
Raio de sina dos Belgas esta de não ver o Sol. Bruxelas até é uma cidade tão agradável, como tanta coisa para fazer (e pouca para ver), é uma pena que o clima seja a porcaria que é, e que isso deixe as pessoas tristonhas e deprimidas a toda a hora.
De Bruxelas a Bona são mais duas horas, com as estradas alemãs impecáveis, como sempre, e GRATUÍTAS. Engraçado esta regra alemã de não existir limite de velocidade em determinados troços de auto-estrada. Em vez de sinais de limite, existem uns sinais verdinhos de "velocidade recomendada - 130". E é verdade que a coisa funciona. Nesses troços, vai tudo a abrir com uma segurança impossível noutros países.
Os alemães funcionam matematicamente: na fila da direita vai o pessoal dos 100 aos 120, na do meio o pessoal dos 130 aos 150, na da esquerda o pessoal dos 160 aos 220. O tempo não estava grande coisa, de maneira que não vi ninguém a andar a mais de 180. Juízo. Os gajos têm juízo, tão simples quanto isso.
Gostei de Bona. Não tem nada a ver com outras partes da alemanha que eu conhecia, nomeadamente Frankfurt.
Bona é uma aldeiazinha simpática com a casa do Beethoven no meio.
As pessoas são uns amores de simpáticas e tratam bem toda a gente. Bem sei que agora ando com tendência para achar que TODA a GENTE é educada e que TODA a GENTE me trata bem, depois da Ucrânia tudo o que vem à rede é peixe...
Mas aqui é mesmo verdade. Os alemães de Bona são gente simples, sem aquele ar "metálico" alemão, sem ares de superioridade e com educação e simpatia. Como foram a cidade Capital durante uns anitos, e, claro, ocupados pelos americanos depois da guerra, toda a gente fala inglês, o que é uma compensação para o meu mau alemão.
Fiquei estúpida com a minha capacidade de compreensão da língua - ainda percebo! e bastante! Falar é que já é mais difícil, mas com a prática acho que isto ainda vai lá.Infelizmente não tivemos tempo para ir a Colónia. Fica para a próxima viagem.
Eu que dizia que estava farta de Europa e não queria mais viajar neste Continente, acho que vou ter que engolir as minhas palavras. É que descobrir a Europa a este "micro" nível, andando de carro, é realmente bastante diferente do que aterrar nas Capitais, andar nos monumentos e pronto, está visto.
Viajar assim dá-nos, para além de dores de costas, oportunidade para conviver com os locais, parar em todas as estações e apeadeiros e ver mais de perto essa tal Europa, de que todos dizemos que fazemos parte, mas que raros de nós conhecem.