Histórias de uma portuga em movimento.
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Dez 05
publicado por parislasvegas, às 08:53link do post | comentar
Só reparei mesmo que estamos às portas do Natal por causa das decorações em Bona - os alemães, povo de gosto refinado e anões nos jardins, adoram a panóplia de renas de neón e pais-natais mecânicos, bonecos articulados de todo o estilo e luzes a piscar por todo o lado. Aqui em Paris as ruas estão decoradas de uma forma espantosamente discreta e, para dizer a verdade, ando demasiado auto-centrada na mudança para reparar em seja o que fôr...
Este fim-de-semana bateu-me com uma intensidade fenomenal a consciência de que é, realmente, Natal. E não tenho decorações em casa, e não comprei presentes para ninguém. A única família que vai estar comigo nesse dia é o meu Xano.Ainda não fiz planos para o que é que vai ser o jantar ou para tentar decorar minimamente a casa. Não percebo o que se passa comigo...
Posso desculpar-me de mil e uma maneiras: que decorar a casa é a minha última prioridade, quando ainda nem sequer tenho as camas todas para deitar o pessoal. Que ainda ando a desempacotar caixotes, que ando a comer refeições prontas de micro-ondas todos os dias, sem tempo para cozinhar normalmente, quanto mais para decidir ementas natalícias.
Mas não tem desculpa. Hoje vou tentar fazer a minha árvore de Natal. A árvore já sei onde está, agora as decorações é que tem sido difícil. Não faço ideia onde andarão as putas dos anjinhos e das bolinhas, concerteza nalgum dos 60 caixotes que ainda andam por abrir...Lá terei que ir comprar novas..
Quanto ao jantar de Natal, acho vai ser completamente inortodoxo. Talvez uma mariscada, com alguns pratos libaneses à mistura.
Apesar de andar ligeiramente triste, porque não vou conseguir estar com a minha família (como já vem sendo hábito...), ando com um gozo secreto de não andar em filas de lojas e no meio das confusões da compra de presentes. Além disso, muitas das coisas que eu queria comprar para oferecer já esgotaram, acho que vou fazer as compras todas em Janeiro, já com bons preços e com a escolha toda.
Allways look at the bright side of life!

publicado por parislasvegas, às 03:51link do post | comentar
Embora me tenha deixado de rastos, este fim-de-semana soube-me mesmo bem. Já vi que ainda não ando com resistência física suficiente para abusar desta maneira, a fazer mais de 1000 Km durante dois dias, mas quero ver se recupero depressa para começar a aproveitar mais e a viajar (outra vez) por essa Europa fora. Já me tinha esquecido de como tudo é perto, nesta parte da Europa.
Saímos de Paris na sexta-feira à noite (desaconselho vivamente),  e depois de cerca de duas horas para fazer 10 Km e conseguir sair da cidade, foram outras duas horas sempre a andar até Bruxelas. Teve a sua piada ver um risco na fronteira entre a França e a Bélgica - o lado francês seco e o belga molhado - estava a chover em Bruxelas, como sempre, aliás.
Raio de sina dos Belgas esta de não ver o Sol. Bruxelas até é uma cidade tão agradável, como tanta coisa para fazer (e pouca para ver), é uma pena que o clima seja a porcaria que é, e que isso deixe as pessoas tristonhas e deprimidas a toda a hora.
De Bruxelas a Bona são mais duas horas, com as estradas alemãs impecáveis, como sempre, e GRATUÍTAS. Engraçado esta regra alemã de não existir limite de velocidade em determinados troços de auto-estrada. Em vez de sinais de limite, existem uns sinais verdinhos de "velocidade recomendada - 130". E é verdade que a coisa funciona. Nesses troços, vai tudo a abrir com uma segurança impossível noutros países.
Os alemães funcionam matematicamente: na fila da direita vai o pessoal dos 100 aos 120, na do meio o pessoal dos 130 aos 150, na da esquerda o pessoal dos 160 aos 220. O tempo não estava grande coisa, de maneira que não vi ninguém a andar a mais de 180. Juízo. Os gajos têm juízo, tão simples quanto isso.
Gostei de Bona. Não tem nada a ver com outras partes da alemanha que eu conhecia, nomeadamente Frankfurt.
Bona é uma aldeiazinha simpática com a casa do Beethoven no meio.
 As pessoas são uns amores de simpáticas e tratam bem toda a gente. Bem sei que agora ando com tendência para achar que TODA a GENTE é educada e que TODA a GENTE me trata bem, depois da Ucrânia tudo o que vem à rede é peixe...
Mas aqui é mesmo verdade. Os alemães de Bona são gente simples, sem aquele ar "metálico" alemão, sem ares de superioridade e com educação e simpatia. Como foram a cidade Capital durante uns anitos, e, claro, ocupados pelos americanos depois da guerra, toda a gente fala inglês, o que é uma compensação para o meu mau alemão.
Fiquei estúpida com a minha capacidade de compreensão da língua - ainda percebo! e bastante! Falar é que já é mais difícil, mas com a prática acho que isto ainda vai lá.Infelizmente não tivemos tempo para ir a Colónia. Fica para a próxima viagem.
Eu que dizia que estava farta de Europa e não queria mais viajar neste Continente, acho que vou ter que engolir as minhas palavras. É que descobrir a Europa a este "micro" nível, andando de carro, é realmente bastante diferente do que aterrar nas Capitais, andar nos monumentos e pronto, está visto.
Viajar assim dá-nos, para além de dores de costas, oportunidade para conviver com os locais, parar em todas as estações e apeadeiros e ver mais de perto essa tal Europa, de que todos dizemos que fazemos parte, mas que raros de nós conhecem.

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