Uma das minhas colegas hoje, andava com a revista das fotografias do baptizado do Príncipe da Dinamarca, com um ar altamente escandalizado, e dizia a toda a gente: "Ai vê-se mesmo que a mãe é do povo!". Isto porque numa das fotos, a criancinha estava a chuchar num dedo da mãe. Um dos meus outros colegas, ouviu aquilo e começou logo a refilar, que ela estava a exagerar, que um bébé, mesmo real, é sempre uma máquina de choro, e antes fazer figura de plebeu do que deixar a criancinha abrir a goela em plena cerimónia solene, o primeiro sacramento cristão! a apresentação perante Deus e os outros católicos!Antes enfiar o dedo na goela daquela "coisa" do que deixá-la berrar no santo território da igreja milenar. No entanto, não deixou de acrescentar que considerava o casamento de um descendente de uma família real com um(a) pebleu(eia) uma aberração da pior espécie.
Sendo eu a única plebeia naquele escritório, o único ser com sangue vermelho, e uma das únicas republicanas (isto é, não sou republicana só de boca, considero MESMO que é o melhor sistema político do mundo), o meu colega aproveitou para me "picar" e perguntar qual era a minha opinião sobre o assunto.
Resumidamente, lá o esclareci sobre a minha posição. O tipo não acreditou, pensou que eu o estava a gozar discretamente. É verdade que tenho esse feitio, e às vezes faço isso, dou a opinião contrária,com um ar muito sério e, na verdade, estou é a gozar com a cara do meu interlocutor. O meu colega já me topou, mas desta vez estava errado. Foi a sério.
Concordo a 100% com ele. Sou a favor de casamentos entre raças, religiões (e até sexos!) diferentes. Acho que quanto mais se misturar melhor. Neste caso não. A única mistura com a qual não concordo DE TODO, é a mistura do sangue azul com plebeus.
Esta minha "reaccionarice" vem de vários factores. Para começar, os casamentos reais não têm nada que ver com amor, paixão e outras merdas a que nós, meros mortais, temos direito. O casamento de herdeiros de trono é um instrumento diplomático.
Ao assegurar descendência de duas casas reais, a criancinha não é produto de amor entre duas pessoas de sexo diferente, é apenas um instrumento de entendimento e consolidação de alianças entre duas nações, dois reinos. Por isso os príncipes do século XXI não podem querer ter o melhor de dois mundos.
Não podem querer ser Chefes de Estado sem fazer nada por isso, e querer viver uma vida "normal" ao mesmo tempo.
Claro que o facto das famílias os autorizarem a casar com gente vulgar,não está relacionado com respeito pelo livre arbrítrio de cada um. É mais para "limpar" o sangue e livrar o trono das maldições milenares das hemofílias e pancadas de família.
Esta é a razão principal pela qual eu discordo plenamente dos casamentos com seres humanos de sangue azul. É que aquela gente tem doenças. E a dar com um pau. Acho que não têm nada que andar a poluír o sangue do povo.
Deus me livre e guarde se eu, alguma vez, juntava o meu sangue, vermelhinho, a um gajo de sangue azul. Que nojo!
Desculpem lá, mas nisto sou preconceituosa a sério.