Histórias de uma portuga em movimento.
29
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 10:12link do post | comentar | ver comentários (5)

Estaria mentindo se dissesse que não ligo a trapos. Toda a gente que me conhece sabe que gosto de um trapinho bem esquisito ou de uns sapatinhos de cor berrante.

Este mês tem sido uma razia desgraçada e ando meio chateada com isto.

A minha bulldog comeu-me uns sapatos (salto agulha, 10 cm) laranja-choque que eu comprei há três anos numa loja de Drag-Queens em Amesterdão. Estão irrecuperáveis...

A senhora que me ajuda lá em casa resolveu lavar (e secar!!!) na máquina um lenço de seda pura Givenchy, que eu comprei em Kiev para comemorar a minha colocação em Paris (era rosa e laranja com desenhos da torre eiffel...) e uma camisola de seda natural, rosa-choque da colecção 2004 da Laundry Factory.

As minhas calças de seda preta preferidas, que eu comprei numa lojeca de uma estilista Tailandesa em Bangkok em 2002, rasgaram-se a semana passada (movimento brusco a entrar no carro..). Para além da risota que foi, atravessar as ruas do centro de Paris, com o meu Xano atrás proteger o meu rabo de olhares indiscretos, fiquei triste pá..fiquei mesmo. É que já não vou conseguir comprar umas iguais (e não se podem mesmo arranjar - ficaram desfiadas..).

Porra que não se pode ter nada.

O que me chateia quando alguma coisa se estraga (ou os cães comem) é que compro sempre peças que não existem em grande número, e por isso não as consigo substituir.

Nunca me visto com coisas "main-stream" e por isso quando perco qualquer coisa é pra sempre, porque não há igual..

Por exemplo,os sapatos laranja eram a moda dos travestis em 2003, agora já é outra coisa qualquer. E eu adorava vestir-me toda de preto, bem sóbria, com os sapatos de Drag-Queen, para ir aos "eventos" oficiais (deliciosa a cara do pessoal a olhar prós sapatos!) - agora já não arranjo outros...

Estou a ver que esta crise só se resolve com um passeio no Blv. Saint-Germain.

Uma das coisas que eu gosto aqui em Paris é de poder ter lado-a-lado, lojas de grande estilistas e de roupa em segunda mão, ou bujigangas orientais, ou uma cooperativa de estilistas a começar.

A malta vai lá, vê a montra da Versace, apaixona-se pelos vestidinhos, exclama em voz alta; putaqueopariu! vairoubarpráestrada! quando vê os preços, e depois segue (mais aliviadinha) para xeretar nas coisas que realmente interessam (ou melhor, naquilo que realmente se PODE comprar).

Quando se está bem farta e bem pés-doridos de andar a saltitar de loja em loja e, no meu caso, sem comprar nada, existem várias opções de paragem: pode-se ir gastar uma pipa de massa ao Café da loja Armani ( e aí, mais uma vez digo entre dentes: máváfánculo bastardodimerda) ou pagar 4 euros (4!) por um chá verde na boutique da Shangai Tang (comé que se diz filhodaputa em chinês???) ou abancar num dos muitos japonocas baratunchos a beber uma Asashi. Esta é a opção menos fashion, mas é geralmente o que eu faço. Não há nada que saiba melhor do que uma cervejinha geladinha depois de um tour às montras.

Daí pode-se passar à paragem obrigatória da LV e babar prá cima das malinhas. Tenho sido muito bem comportada e ainda não comprei nenhuma (este ano...). E depois, como não podia deixar de ser, babar uma meia hora à frente das montras com Manolos.

 

 

 

 


28
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 11:49link do post | comentar | ver comentários (11)

Ando agora a fazer uma coisa que já todas vocês devem ter feito: consultar esse grande manancial de informação que é a net, sobre algumas dúvidas que tenho relativas a cuidados de saúde que se devem ter quando se está a pensar engravidar.

Tenho encontrado todo o tipo de sites, 99% por cento dos quais me stressam tanto, que nem vale a pena ler aquilo, sob pena de nem sequer conseguir ovular, quanto mais engravidar. Agora a sério: o que é uma pré-grávida? alguém me explica??

Será que só porque estou a pensar nisso agora tenho que comer só não sei quê, eliminar os cafés e o vinho da dieta normal que faço, tomar bué de pílulas de suplementos vitamínicos e o diabo-a-sete? É que só de ler essas merdas já entro em paranóia total: uma bica por dia pode provocar sei-lá-oquê no feto, um copo de vinho pode fazer com que a criança nasça abaixo do peso, a minha idade pode influênciar negativamente tudo e mais alguma coisa - desde a produção de óvulos até a mal-formações fetais e o raio-que-os-parta.

E a cena do sexo??Tem que se fazer não-se-quantas-vezes-por-semana a partir do dia x, quando a temperatura está Y - e se não me apetecer caramba? e não apetecer ao meu parceiro bolas?

Alguém me explica o que aconteceu com o "milagre da vida"? Assim tira-se a magia toda à coisa...

Esta ideia de inventar a categoria do "pré-grávido" é mesmo um espelho da sociedade actual: temos filhos cada vez mais tarde, já num stress desgraçado de pressões familiares, pressões monetárias, faltas de tempo e dificuldades várias na vida do dia a dia que fazem com que a palavra "stress" ande braço dado com  "engravidar". Também achamos que a ciência pode resolver todos os problemas e dar todas as respostas. Achamos que, se não somos capazes de conceber, ou se os nossos filhos nascem com problemas de saúde, que a culpa é toda nossa.

Não é. Pelo menos não a 100%. A aventura de conceber uma vida continua a ser isso mesmo: uma aventura.

Nem todos os problemas de infertilidade têm solução. Nem sempre um comportamento irrepreensível por parte de uma futura mãe resulta numa criança saudável (infelizmente).

Tenho apanhado coisas escritas por gente que ficou com cicratizes psicológicas para o resto da vida, por coisas tão simples como não ter leite suficiente para amamentar os filhos. Antigamente, ainda dizia que estas coisas só aconteciam em Portugal, tal é o "síndrome" da "Super-mãe" que todas as mulheres portuguesas têm e que as fazem criticar venenosamente todas as outras que não conseguem ser o modelo de perfeição. Mas não. Isto é um fenómeno do Mundo Ocidental, provocado pelo facto de termos cada vez menos filhos e cada vez mais tarde.

Pois fiquem sabendo que malta cá em casa não vai em stresses destes. Claro que vou eliminar (definitivamente) os cigarros antes sequer de começar a tentar, claro que não vou andar grávida a apanhar pifos de vodka ou a beber 10 cafés por dia, claro claro claro. Mas não vamos deixar de sair (para "acalmar o casal e preparar terreno para a gravidez" como vi escrito num blogue americano-atrasados....) nem de fazer a nossa vida normal. Se fôr é, se não também não será. Com muita pena nossa, é verdade. Mas não será.

Esta a primeira e última vez que falarei de pré-qualquer-coisa no blogue. O assunto só voltará a ser abordado se houver resultados palpáveis.

E quando ao resto do pessoal que anda a escrever sobre isto na net: descontraiam pá, a sério, essas merdas só vos fazem mal à cabeça, afastam os vossos companheiros de vós e lixam a vida à família toda.

Eu sei que todas queremos muito e que isto é muito sério, não levo de ânimo leve, nem pensem (quem me conhece sabe bem). Mas olhem à vossa volta: não são só as mulheres que sofrem com a falta ou perca de um filho.

Por favor, pensem nisto.


publicado por parislasvegas, às 11:10link do post | comentar

Mas ontem já foi festa até às 4 da manhã. O centro de Paris iluminado como no 14 de Julho. O Zizou passou de velho a herói nacional (outra vez) o Vieira é um Deus e o Ribéry um torpedo humano. O seleccionador passou de besta a bestial - como dizia o retardado do comentador da Sport tv ontem.

Andam insuportáveis que já ninguém os cala - agora que vão jogar contra o Brasil só querem a revanche de 1998.

Afinal, apenas um povo como todos os outros...

 


27
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 11:02link do post | comentar | ver comentários (1)

Vinha hoje na estrada e só me apareciam carros com bandeiras tugas espetadas nas janelas, nos bancos, à laia de lençol etc. Qualquer dia temos que começar a fabricar edredóns com o símbolo nacional - só falta.

À conta desta doença que afecta quase todos os que possuem ADN tuga, a comunicação social do Luxemburgo revoltou-se contra a nossa comunidade: dizem que os portugueses são racistas e xenófobos e que não têm de aturar CADA METRO QUADRADO da Capital luxemburguesa coberta de verde e vermelho. Azar. Afinal de contas são 10% da população. Os luxemburgueses que não provoquem muito porque que aquele país, sem portugueses, pára...

O fabuloso bólide laranja fez furor hoje. Autocarro pejado de adolescentes - todas meninas - que davam gritinhos de excitação e tiraram milhentas fotos à máquina. Ia-me espetando à conta de cegar com os flashes. Tive sinceramente pena do motorista do autocarro...

Os franceses não acreditam puto na própria Selecção. Anda tudo com a camisola do Brasil - é um statement. Se, por um lado, me irrita que não apoiem sequer os azuis, por outro lado, acho que os franciús até têm razão - quando a situação anda realmente má, não há bola que lhes valha. Nesse sentido, este é um povo que não acredita em histórias da carochinha. Na volta, é assim que vê o grau de civilização de um país...Ou então o grau de desespero, já não sei bem qual dos dois. Imaginem vocês que as manchetes dos jornais de hoje comentam uma entrevista dada ontem pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, quase sem referências ao Espanha-França. INCRÍVEL!Estes gauleses são mesmo loucos...

 


26
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 14:17link do post | comentar | ver comentários (12)

Finalmente um fim-de-semana fora de Paris!!!!! Em oito meses foi a primeira vez que não estivémos ou a trabalhar ou de "permanência" ao fim de semana...

Rumámos a Dijon sábado de manhã, para fugir ao trânsito das sextas ao fim do dia. 300 Km de boa estrada, campo pintalgado de vacas charolesas e searas de trigo. Já em Dijon, região de bom vinho (borgonha), se nota o contágio da organização suiça: tudo limpinho e arranjadinho, não os vizinhos dizer mal da "façon de vivre" dos franciús.

Fomos assistir a uma das muitas corridas de clássicos que se organizam em França e que tencionamos passar a acompanhar mais de perto, sempre que tivermos oportunidade para isso. Estas corridas, para além da competição em si (que é secundária - toda a gente está nisto por paixão pelas máquinas) ainda têm exposições de carros históricos, venda de peças para carros antigos e tudo o que se relacione com esta doença de que sofremos, que é gostar de carros em geral e dos mais antigos em particular.

Para esta, excepcionalmente, levámos o 111R, que fez um sucesso desgraçado junto dos proprietários de Lotus antigos que lá andavam.

Afinal de contas, o fabuloso bólide laranja é o digno sucessor das máquinas avariadas que a Lotus fabricou nos anos 60.

O Elise foi o grande responsável pela recuperação económica da companhia (praticamente na falência desde os anso 80) e recupera muitas das tradições de construção da Lótus: posição de condução quase deitada, carroceria ultra-leve e motor levado-do-diabo.

Nos encontros que se seguirem, tencionamos preparar o Mustang para exposição - as 41 primaveras respeitáveis do bicho já dão direito a essa honra...

Quando chegámos estava a decorrer a corrida de Fords GT, muito animada, com o Ford Escort de um amigo português a fazer uma boa pontuação, até ter feito dois peões em pista que lhe arruinaram a classificação geral, mas fizeram as delícias do público.

Aqui ficam alguns dos modelos que vimos correr no Sábado e no Domingo - daqui a quinze dias estaremos em Le Mans para as 24 horas de clássicos e lá vão vocês ter que levar com carros no blogue de novo. Cada um com a sua doença....

Ford GT de 1600 a 2500 cm3

Ford Escort

Ford Mustang 1970

 

Lotus Challenge:

Lotus 7

Lotus 11

Lotus Elan

Fórmula Ford:

Série Maxi 1000 (de 800 a 1000 cm3):

 

Fora de competição - Bugattis de 1928 a 1935:

 

 

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23
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 16:21link do post | comentar

 

Querida MI,

A tia escolheu esta imagem - chinesa, claro (eu depois explico-te essas coisas do Oriente e tal) para te oferecer no dia em que chegaste a este mundo meio louco e meio desalinhado, mas tão maravilhoso e tão cheio de coisas boas.

 Esta imagem, dizia eu, é-te dedicada para que tenhas na tua vida tudo o que as flores de lótus e os koi (carpas chinesas) simbolizam: amor, longevidade, equilíbrio e conforto material.

Bem vinda!

 

 

 


publicado por parislasvegas, às 11:54link do post | comentar | ver comentários (2)

12h54, surge um assunto urgente a tratar com o lado francês, telefono para o funcionário responsável:

"Bom dia, tenho um assunto urgente para comunicar"

"Bom dia, depois das 14h30, agora não"

"Mas eu disse urgente, não percebe francês?"

"Depois das 14h30 já percebo. Agora está na hora de almoço."

"Faltam quatro minutos para a hora de almoço e eu só demoro dois a explicar a situação."

"Depois das 14h30 já pode explicar-se durante meia hora"

"Oiça lá, porque é que me atendeu o telefone, então?"

"Porque pensava que era a minha mulher"

"Então obrigadinho pela não colaboração e tenha um bom dia"

E ganham estes gajos 6 vezes mais do que os funcionários portugueses! NUNCA no nosso país teria acontecido uma coisa destas (garanto-vos até porque conheço pessoalmente a pessoa responsável do nosso lado).

São estas coisas que me fazem amar a pátria....


21
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 16:27link do post | comentar | ver comentários (7)

Pelos vistos, não foi só em Portugal que se ouviram os apelos do nosso seleccionador. Hoje de manhã atravessei três bairros de Paris ( e dos finos, por sinal) e havia bandeiras de Portugal janela-sim-janela-não. Isso foi antes da maltesaria começar a sair à rua vestida com as camisolas da selecção e com bandeirames enormes às costas, à laia de lençol. Isto tudo e o jogo ainda nem sequer acabou...

O mais engraçado é que euzinha aqui que sempre critiquei a "comercialização" da bandeira e o patriotismo de relvado, arrepiei-me que nem uma madalena sensível com as ondas de verde-vermelho em Paris. Isto de ser imigrante dá pró sentimento.

Agora vou ali num instante atirar-me da janela a baixo, porque estou desde as nove da matina a ouvir uma discussão  sobre a conquista europeia do Espaço (a sério - isto parece o StarWars, estou a alucinar!) e não consigo ver o jogo. Por SMS dizem-me que estamos a ganhar. Vivam as novas tecnologias, o Espaço e todos os seus satélites, mais a maravilha do GPS mas porra para as reuniões que discutem essas merdas em dia de jogo da selecção.


19
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 14:58link do post | comentar | ver comentários (4)

Isto anda paradito e sem interesse nenhum. Não é a primeira vez que um blogue meu passa por uma crise destas, mas ando com sérias dúvidas se vale a pena ou não manter o estaminé. A minha vida em França não tem tido interesse. Passo quase todas as horas do dia a trabalhar e os tempos livres são poucos, acabo por não conhecer nada da cidade nem do país. Já lá vão sete meses e tudo o que eu sei daqui é que os franceses guiam como loucos, gostam de futebol e de mulheres e não são muito amigos de trabalhar. Ou seja, isto é tão igual a isso aí que até dá raiva. Não há choque cultural, não há exotismo, não há tempo e não há exitação.

Tenho gostado da comunidade portuguesa de cá. Uns cristalizados no tempo, com o culto da Nossa Senhora, do bacalhau, benfica e folclore, outros modernos e portugueses assumidos sem vergonhas de porteira, que fazem questão de mostrar que somos tão ou mais desenvolvidos do que os franceses - só ganhamos é substancialmente menos. Gosto de todos. No fundo porque existe uma comunhão de portugalidade que se dá bem com a bifana e com o cinema de culto. Tenho ido a quase tudo, desde festas populares a exposições de arte contemporânea e vejo muitos franceses com curiosidade sobre o que faz no nosso país.

Acima de tudo, tenho orgulho nos nossos conterrâneos que, apesar das vidas difíceis, se assumem, como já disse, a sua portugalidade de cabeça erguida, sem as vergonhas de há 30 anos, quando davam o salto para escapar à pobreza e à guerra colonial. Estes portugueses, que tanto contribuiram para o nosso desenvolvimento à conta das remessas de divisas, não pedem quase nada e estão dispostos a dar quase tudo. São estes que me fazem pensar se, realmente, só seremos capazes de fazer qualquer coisa de jeito fora de casa. Com tanta gente boa, custa-me a perceber como chegámos ao ponto da inviabilidade e da ingovernabilidade.

Mas falava eu deste blogue e do estado das coisas por aqui.

A fase da adaptação ao novo país já acabou, agora entrei numa fase de planeamento da nova vida. Os objectivos que eu mais quero atingir estão, neste momento, mais longe do que nunca.

 A culpa, claro, é exclusivamente minha. Todas as escolhas que fiz nos últimos 15 anos me trouxeram a este ponto, não me posso queixar. Talvez tenha sido demasiado auto-centrada ou ambiciosa, mas agora não vale a pena olhar para trás. Isto para dizer que, para além da falta de assunto, também me falta disposição para brincar aos blogues. Cheira-me que, se continuar a escrever, vou contaminar o Verão e o mundial de futebol com a minha áurea cinzenta de mágoas e angústias - e a net não se fez para isso.

Nos dias de bom humor talvez volte.Ou talvez não.

 


13
Jun 06
publicado por parislasvegas, às 16:04link do post | comentar | ver comentários (3)

Falando da minha profissão, devo dizer-vos que há certas coisas a que não me consigo habituar, não importa quantas vezes as faça. Uma das mais difíceis de suportar (tenho pânico MESMO) é andar a 150 Km/hora nas ruas de uma cidade nas escoltas de chefes de Estado.

Há razões muito lógicas para não permitir que um chefe de um governo fique parado no trânsito e a mais lógica de todas, claro está, prende-se com a segurança: um governante preso numa fila é um "sitting duck" que pode ser abatido com facilidade. E é óbvio, que a Rainha de Inglaterra não pode dizer que chegou atrasada a uma reunião porque "apanhou trânsito" pelo caminho. Por isso, é prática habitual em todos os países do mundo que os cortejos de transporte desta gente passem a toda a bisga pelo tráfego normal com batedores policiais a abrir caminho.

Muito embora os condutores sejam treinados especialmente para isto, a verdade é que, mesmo passados estes anos todos, ainda não me consegui habituar às razias, guinadas e altas velocidades que se praticam nestas viagens alucinantes.

Em Lisboa e no Porto, o pessoal que vai na estrada habitualmente caga d'alto para os batedores da GNR e não se desviam nem por nada. Cheguei a atravessar a cidade do Porto de uma ponta à outra, a 120 à hora, com uma (isso mesmo UMA) batedora da BT a abrir caminho ao PONTAPÉ às viaturas. Aquela mulher foi o meu herói durante uns tempos - convenhamos que é preciso tomates para fazer um número daqueles.

Em Albufeira, há uns anos atrás, vi um Mercedes blindado a espetar-se sózinho numa curva a querer acompanhar o ritmo da GNR - o que vale é que ninguém se aleijou, mas os blindados são os carros mais perigosos para malabarismos destes. Afinal foi assim que a Princesa Diana foi ter com os anjinhos.

Por mais treino que toda a gente envolvida tenha, não se pode prever o que vai acontecer quando temos cinco ou seis carros colados a mais de 100 Km/h a passar pelo fluxo normal de trânsito numa faixa de rodagem que nem existe (geralmente é o espaço que se vai abrindo entre os carros da fila da esquerda e da direita). Pior ainda quando se faz isto tudo em sentidos contrários, proibidos e etc. Sinais vermelhos não existem e os stops não valem nada.

Acho que se pode perceber porque raio continuo a ter um medo do caraças destes percursos alucinados.

O trauma estendeu-se à minha vida civil - mais depressa me desvio de um cortejo oficial (preservando a fabulosa pintura laranja do bólide) do que de uma ambulância....

 


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