Histórias de uma portuga em movimento.
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Jun 06
publicado por parislasvegas, às 16:04link do post | comentar | ver comentários (3)

Falando da minha profissão, devo dizer-vos que há certas coisas a que não me consigo habituar, não importa quantas vezes as faça. Uma das mais difíceis de suportar (tenho pânico MESMO) é andar a 150 Km/hora nas ruas de uma cidade nas escoltas de chefes de Estado.

Há razões muito lógicas para não permitir que um chefe de um governo fique parado no trânsito e a mais lógica de todas, claro está, prende-se com a segurança: um governante preso numa fila é um "sitting duck" que pode ser abatido com facilidade. E é óbvio, que a Rainha de Inglaterra não pode dizer que chegou atrasada a uma reunião porque "apanhou trânsito" pelo caminho. Por isso, é prática habitual em todos os países do mundo que os cortejos de transporte desta gente passem a toda a bisga pelo tráfego normal com batedores policiais a abrir caminho.

Muito embora os condutores sejam treinados especialmente para isto, a verdade é que, mesmo passados estes anos todos, ainda não me consegui habituar às razias, guinadas e altas velocidades que se praticam nestas viagens alucinantes.

Em Lisboa e no Porto, o pessoal que vai na estrada habitualmente caga d'alto para os batedores da GNR e não se desviam nem por nada. Cheguei a atravessar a cidade do Porto de uma ponta à outra, a 120 à hora, com uma (isso mesmo UMA) batedora da BT a abrir caminho ao PONTAPÉ às viaturas. Aquela mulher foi o meu herói durante uns tempos - convenhamos que é preciso tomates para fazer um número daqueles.

Em Albufeira, há uns anos atrás, vi um Mercedes blindado a espetar-se sózinho numa curva a querer acompanhar o ritmo da GNR - o que vale é que ninguém se aleijou, mas os blindados são os carros mais perigosos para malabarismos destes. Afinal foi assim que a Princesa Diana foi ter com os anjinhos.

Por mais treino que toda a gente envolvida tenha, não se pode prever o que vai acontecer quando temos cinco ou seis carros colados a mais de 100 Km/h a passar pelo fluxo normal de trânsito numa faixa de rodagem que nem existe (geralmente é o espaço que se vai abrindo entre os carros da fila da esquerda e da direita). Pior ainda quando se faz isto tudo em sentidos contrários, proibidos e etc. Sinais vermelhos não existem e os stops não valem nada.

Acho que se pode perceber porque raio continuo a ter um medo do caraças destes percursos alucinados.

O trauma estendeu-se à minha vida civil - mais depressa me desvio de um cortejo oficial (preservando a fabulosa pintura laranja do bólide) do que de uma ambulância....

 


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