Histórias de uma portuga em movimento.
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Ago 06
publicado por parislasvegas, às 15:37link do post | comentar | ver comentários (1)

Com o cérebro meio apanhado pelo frio do caraças que aqui se tem feito sentir, decreto hoje o final oficial da Silly Season neste blogue.

Ando ligeiramente lixada pelas temperaturas muito abaixo dos 20 graus, que me obrigaram a vestir roupa de inverno durante todo o mês de Agosto e a acender a lareira todos os dias. Caguei para a economia de electricitidade e já acendi o aquecimento geral da casa e tudo. Porra, passar frio em Agosto é que não. Isso já é demais. Quem haveria de dizer que após quatro anos a viver num iceberg, eu ainda haveria de passar o Verão mais frio da minha vida em França. Sorte filhadaputa.

De resto a minha actividade neural vai arracando aos poucos. Começo a ver que existem outras coisas para fazer profissionalmente que não estão ligadas ao Líbano ou a Timor. É sempre bom passar o Verão a trabalhar em guerras....

Neste momento, e seguindo a minha tradição pessoal de andar sempre contra-a-corrente, já só penso nas minhas férias, embora ainda faltem dois meses.

Já ando com a cabeça no ar, a comprar guias de tudo o mais alguma coisa para poder preparar a estadia com antecedência. Ainda falta decidir em que Continente é que vamos descansar, por isso já estourei o orçamento deste mês em livros de viagem a vários sítios exóticos.

É o meu "vá pra fora cá dentro". Tenho esta mania de sonhar com viagens e nada me dá mais prazer do que a preparação das férias. Muitas vezes, nem as férias em si me dão tanto gozo quanto esta fase de preparação. Não se pense com isso que quando arranco vou com tudo já milimetricamente planeado - não senhor, que esse tipo de férias (que eu chamo de "Guterristas" porque é o que o nosso ex-PM tinha a mania de fazer, mais do que mania - obecessão de fazer) não é pra mim. Mas gosto de ter um "overview" de tudo o que é possível fazer antes de chegar aos sítios e depois, só depois de lá chegar, é que decido se faço ou não.

Este Agosto foi fértil em notícias de amigos de Kiev. Infelizmente, nem todas positivas. O nosso "padrinho" de casamento perdeu o irmão mais velho no início do mês. Tenho muita pena, principalmente porque este choque lhe chegou na altura em que tem, obrigatoriamente, de mudar de país. A nossa vida é assim, nem sempre fácil. Espero poder vê-los aqui em Paris quando fizerem escala a caminho da sua nova casa- as Ilhas Maurícias. Passar da Ucrânia para um paraíso tropical até nem deve ser mau. Espero que se adaptem bem e tenham muita sorte no novo sítio.

Os meus amigos checos escreveram-nos esta semana a informar que se vão mudar para Praga. Como o filho chegou à idade da Universidade querem que o miúdo estude em Checo, o que é capaz de ser uma opção difícil porque o puto NUNCA estudou na própria língua....Em Kiev estava no liceu americano e estudava em russo e inglês. Mas os nossos amigos estão bem lançados nas respectivas carreiras e não acredito que fiquem em Praga muito tempo, não deve faltar muito para o Mila ir desempenhar funções de Embaixador algures...São pessoas tão calorosas e tão agradáveis que eu adorava viver novamente na mesma cidade que eles. Os nossos almoços checos de Domingo e as jantaras tailandesas na nossa casa eram sempre inesquecíveis. O Mila, com o seu metro-e-noventa-e-tal gostava de chocar o restante corpo diplomático da União Europeia, pegando-me ao colo nas reuniões, para demonstrar como a "cooperação entre Europeus" era possível (ainda estou a ver a cara dos outros colegas!!!).

Os espanhóis lá estão a secar em Ottawa. Uma das capitais mais chatas do mundo, a par do Luxemburgo e de Berna. Após a chegada ao Canadá, e do divórcio, são muito mais difíceis de contactar. Finalmente, passado mais de um ano, consigo estar em contacto mais ou menos permanente com os dois. A minha amiga ainda não se decidiu se regressa ou não à Europa, mas por enquanto está a curtir o novo mundo e a pensar mudar-se para Montreal...O que lhes aconteceu não foi nada invulgar nesta vida, muitos casais se divorciam quando mudam de país. Somos nós e os controladores aéreos que rebentam a escala da percentagem de divórcios. Mas a vida continua, e eu tenho a certeza que eles vão ser muito felizes, cada um à sua maneira.

Quero voltar a Kiev, um dia destes, para ver os amigos que ainda lá estão, na sua maioria ucranianos. Tenho sempre saudades das pessoas especiais que conheço nestas andanças e tenho muita pena de ter perdido contactos ao longo dos anos, mas, agora, já sei a receita e há amizades que não vou deixar morrer.


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