Desde muito pequena que adoro livros e filmes de ficção científica. Ainda hoje, o melhor que me podem dar é um bom Sci-Fi . Para além de me ajudar verdadeiramente a descontrair (afinal, as histórias não são deste mundo) grande parte das grandes obras deste género também me obrigam a reflectir em coisas como a essência do humano, a ordem do universo e outras tretas do género (principalmente o Asimov ).
Quando comecei a trabalhar nesta área (o espaço, não a ficção científica) tudo me parecia tão irreal quanto os filmes do Star Wars - só os extraterrestres é que não tinham lugar na discussão. A trabalhar em projectos que seguiam os calendários de anos "marcianos" (687 dias) ou anos "venusianos" (225 dias), o que eu andava mesmo era a viajar na maionese. Durante mais de seis meses não percebi a ponta de corno do que se falava quando se descreviam as expedições a Marte, os projectos de exploração da órbita solar, ou (menos) ainda as experiências científicas que pretendem testar a teoria da relatividade. Todos os meus colegas falavam destes assuntos, profundamente esotéricos, com um à vontade que me deixava banzada. Cheguei a pensar que aquelas pessoas à minha volta eram actores, a representar deixas desgarradas de vários filmes Sci-Fi e que, na verdade, também eles não faziam ideia do que falavam. Mas não. Estas coisas já existem. Tudo o que eu vi nos filmes quando era miúda, se não se tornou ainda realidade, está lá perto.
Finalmente, começo a dominar os rudimentos disto e já dou por mim a discutir os componentes de um satélite ou de um launcher " com uma naturalidade que até a mim me banza. Afinal, tantos anos a papar filmes, havia de servir prá alguma coisa.
Só me faltam os homenzinhos verdes e o Dr. Spock .