No último mês, as tropas francesas e alemãs estacionadas na zona "no fly " do Líbano têm-se confrontado com uma série de provocações israelitas. Parece que o divertimento-mor da Força Aérea israelita é assustar as tropas alemãs, apontando as armas dos caças de guerra às tropas estacionadas na área, chegando ao ponto de quase terem abatido um helicóptero.
Eu estou a ver o filme: passados mais de cinquenta anos da segunda guerra mundial, os israelitas vêem o exército alemão como o "descendente" das tropas nazis e dizem uns prós outros: "bora lá pregar um susto a estes cabrões". Razão tinham os alemães de não se quererem meter ao barulho neste assunto. As vinganças históricas ultrapassam os limites do racional. Todos sabemos que os alemães expiaram duramente os crimes de uma meia-dúzia de homens lunáticos e que grande percentagem do povo alemão pouco ou nada teve a ver com a insanidade da guerra. E são esses que hoje estão a tentar defender os civis libaneses das incursões israelitas e continuam a pagar por algo que já nem a geração dos seus pais tem responsabilidade .
O pior são os franceses. Esses é que não têm mesmo pachorra nenhuma para as brincadeiras dos israelitas. Para além disso, os franceses vêem com muitos maus olhos um Estado que se compromete num acordo internacional a não sobrevoar determinada zona, para depois andar a fazer isso mesmo e em formação de combate. A semana passada, os franceses perderam a paciência e alvejaram os israelitas. Veio a Ministra da Defesa (sim, que aqui neste país de machos latinos é uma mulher) avisar Israel que as tropas francesas tinham falhado o alvo de propósito: prá próxima é a sério. Estão lá para proteger civis e não para aturar traumas históricos.
Às vezes é preciso uma gaja com tomates para fazer aquilo que nenhum homem tem coragem.