Como vem sendo hábito desde que este blogue começou, assinalo hoje o 21º aniversário da catástrofe de Chernobyl . Desta vez venho falar da cidade de Pripiat , uma pequena cidade "científica" que, como Chernobyl alojava, em recinto fechado, os funcionários da Central e suas famílias. Fora da Ucrânia esta cidade é praticamente desconhecida e os seus habitantes entraram na categoria geral de "refugiados de Chernobyl ", no entanto, há pouco tempo nasceu o movimento "salvem Pripiat " que se encarrega de tentar impedir a destruição total da cidade.
As autoridades ucranianas querem "limpar" as zonas de exclusão por duas razões: apagar de uma vez as memórias do acidente (como se fosse possível) e impedir que antigos habitantes e novos vagabundos se instalem nos edifícios abandonados. Desde o desmantelamento da URSS que se tem tornado difícil vigiar a zona de exclusão - existem barreiras, mas maior parte das vezes não se encontram guardadas, por falta de dinheiro, falta de meios, falta de voluntários para secarem numa terra de ninguém expostos aos níveis de radiação que ainda singram naquelas paragens.
Os sobreviventes do desastre querem preservar a memória dos que pereceram e entendem que isso apenas é possível através da preservação dos sítios.
Entretanto, os animais selvagens vão tomando conta das zonas de exclusão e os cientistas ocupam-se a estudar os efeitos da radiação nos animais que têm ocupado o terreno deixado livre pelos humanos. Dos relatos que ouvi de quem esteve no local há cerca de 15 anos nem sequer um mosquito de ouvia no ar. O facto de alguma vida ter regressado já é um motivo para ficar optimista.
Mais sobre Pripiat aqui.