Histórias de uma portuga em movimento.
26
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 13:49link do post | comentar | ver comentários (2)

 

 

Como vem sendo hábito desde que este blogue começou, assinalo hoje o 21º aniversário da catástrofe de Chernobyl . Desta vez venho falar da cidade de Pripiat , uma pequena cidade "científica" que, como Chernobyl alojava, em recinto fechado, os funcionários da Central e suas famílias. Fora da Ucrânia esta cidade é praticamente desconhecida e os seus habitantes entraram na categoria geral de "refugiados de Chernobyl ", no entanto, há pouco tempo nasceu o movimento "salvem Pripiat " que se encarrega de tentar impedir a destruição total da cidade.

 

As autoridades ucranianas querem "limpar" as zonas de exclusão por duas razões: apagar de uma vez as memórias do acidente (como se fosse possível) e impedir que antigos habitantes e novos vagabundos se instalem nos edifícios abandonados. Desde o desmantelamento da URSS que se tem tornado difícil vigiar a zona de exclusão - existem barreiras, mas maior parte das vezes não se encontram guardadas, por falta de dinheiro, falta de meios, falta de voluntários para secarem numa terra de ninguém expostos aos níveis de radiação que ainda singram naquelas paragens.

 

Os sobreviventes do desastre querem preservar a memória dos que pereceram e entendem que isso apenas é possível através da preservação dos sítios.

 

Entretanto, os animais selvagens vão tomando conta das zonas de exclusão e os cientistas ocupam-se a estudar os efeitos da radiação nos animais que têm ocupado o terreno deixado livre pelos humanos. Dos relatos que ouvi de quem esteve no local há cerca de 15 anos nem sequer um mosquito de ouvia no ar. O facto de alguma vida ter regressado já é um motivo para ficar optimista.

 

Mais sobre Pripiat aqui.

 

 


publicado por parislasvegas, às 13:10link do post | comentar | ver comentários (2)

Nascido em 1517, viria a estudar sob a alçada de Miguel Ângelo em Roma. Grande pintor e humanista português, permanece um ilustre desconhecido sendo mencionado " de passagem" nos livros de história com que se instruem os nossos adolescentes (alguém se recorda de ter falado nele durante o liceu???).

 

 

 


17
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 18:20link do post | comentar | ver comentários (10)

Ontem com a belli no jardim, parece que nem tenho pança..

 

impressão que depressa se desfaz com esta foto tirada há uma hora:

 

Para equilibrar - cá vai uma foto com a outra gorda cá de casa:

 

 

And last but not least - as fatiotas funkies do Kiko:

bodies para 3 meses.


publicado por parislasvegas, às 14:49link do post | comentar | ver comentários (2)

Na edição desta semana do "The Economist " (vénia, vénia) Portugal volta a ser referido pelas mesmas razões de sempre - as más.  

 

Diz-nos o Economist o que nós (infelizmente) há muito já sabemos - que a nossa economia é uma vergonha, que nos deixámos cair para a ponta da cauda da Europa Ocidental (i.e. não somos a "cara" da Europa, mas sim o cú) e que somos o verdadeiro exemplo do que não fazer em caso de adesão ao Euro.

 

Também nos acusa de certos "crimes" que são meias-verdades . Objectivamente Portugal foi o primeiro país a ser ameaçado com sanções pela Comissão por não cumprir o Pacto de Estabilidade, mas isso foi apenas porque o peso político da Alemanha e da Itália as defenderam de ter essa desonra, pois derraparam muito antes de nós. 

 

A justificação apresentada pelo Economist  e que coincide com a análise que eu, simples leiga, faço desta desgraça, é que o nosso país (uma vez mais) fez tudo ao contrário. Enquanto em Bruxelas negociávamos a adesão ao Euro, em Lisboa ignorávamos alegremente a mudança que aí vinha. O que quer dizer que, ao contrário dos restantes europeus nos "preparámos" para a adesão ao euro depois da moeda ter sido posta em circulação - how weird is that hu ?

 

Claro que esta não foi a única burrice. O boom  dos anos 90, orgulhosamente reivindicado por um certo professor de economia, não passou de especulação. Não criou riqueza, não investiu no futuro, não reformou o tecido produtivo. No entanto, a responsabilidade tem que ser dividida, não apenas por todos os que nos governaram, mas também e muito por todos os "empresários" que pensaram mais em andar de Porche do que em criar empregos. E, infelizmente, esse animal reproduz-se com fartura nas nossas terras.

 

A conclusão do vetusto semanário não é diferente da de qualquer um de nós - estamos fodidos .  Chegámos às últimas e agora não temos outro remédio que agonizar enquanto este Governo nos corta a todos em tiras (incluindo a si próprio) a sangue frio. Como os senhores do Economist são estrangeiros, estão muito mais optimistas que todos nós e acham que o PM Sócrates está a portar-se bem e a fazer o que é preciso para nos retirar do buraco hard medecine - o que arde cura). Eu, tão tuga que raramente consigo ver para além do véu de lágrimas da Severa, tenho as minhas dúvidas.

 

Curiosamente nem por um momento os senhores estrangeiros abordaram esse assunto de importância vital para o futuro da nação - será o PM engenheiro de minas?ou de pontes? Devem andar distraídos daquilo que é verdadeiramente essencial...

 

 


16
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 17:09link do post | comentar | ver comentários (5)

Mais uma daquelas fotos em que não se percebe nada, a não ser que estou GORDA pra carambas!

 

Tirada a semana passada no nosso jardim em Chavenay,

 

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publicado por parislasvegas, às 17:04link do post | comentar | ver comentários (2)

"Still sex, still drugs, but not exactly rock and roll"*

 

 

 

* A propósito da moda das "raves" em Goa.

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13
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 15:24link do post | comentar | ver comentários (2)

Ando sem paciência para coisas sérias porque tenho demasiadas com que me preocupar neste momento. Decidi que, desde que essas coisas seríssimas não toquem o kiko , me estou cagando para o mundo e para tudo em redor.

 

Da premissa acima descrita abro demasiadas, mas obrigatórias excepções - stresso por causa dos meus, muito embora não seja boa altura. Não consigo evitar.

 

Para me distrair caí em futilidades várias - a PS3 , os DVDs Blue Ray , a edição americana dos X-men , a reciclagem de história de Portugal do século XVI,a literatura indiana, os sapatos às cores e a roupa de bébé fazem parte dos meus alívios.

 

Comprei uma t-shirt dos Rolling Stones mi-nus-cu-la . Mesmo assim o puto vai ter que crescer bastante para encher aquilo. Nesse dia, espeto-lhe o cabelo e ponho-lhe uns jeans rotos. Delícia.

 

Só para contrariar, ainda nos sai um betinho atinado que só gosta de gravatas. Dizem que o desatino mental é genético mas que salta uma geração. Pais desatinados têm filhos atinados e vice-versa.

 

Já não consigo assistir a uma reunião como as pessoas normais. Ao fim de uma hora sentada só quero matar alguém e sair dali a correr. Aguentei-me nos últimos dois dias, estoicamente. Não me apanham em mais nenhuma.

 

Ao fim de sete meses estou a começar a admitir que o meu estado me limita e me torna uma elefanta lenta com muito mau feitio (e com péssima memória). Para piorar as coisas, está a começar a fazer calor em Paris.

 

 

 

 

 

 

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03
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 16:39link do post | comentar | ver comentários (3)

 

O Che com a camisa tradicional dos camponeses ucranianos e o tridente kievita na boina.

 

 

Ucrânia outra vez. As confusões habituais. Os jornais vos dirão que a divisão entre pró-ocidentais e pró-russos se aprofunda, que apoiantes das duas facções se reúnem em cada vez maior número na rua. Que as eleições antecipadas marcadas pelo Presidente foram rejeitadas por um Parlamento que já não existe, mas que não pára de fazer leis e de resuscitar instituições do tempo da velha senhora.

Muito do que prevíamos nas conversas escutadas atentamente pelos senhores da carrinha branca está agora a acontecer. Muitas noites do inverno de 2004 (até a noite de Natal) foram passadas diante da lareira a discutir este assuntos em inúmeras línguas.

Seja o que fôr que os jornais nos digam, uma coisa é certa - não existe aqui nenhuma revolução libertadora do povo, nem a mão de ferro de Moscovo a querer oprimir um povo desgraçado. Eu também cheguei a cair nessa, mas há que abrir os olhos. O povo é realmente desgraçado e continuará a ser. Não há lado dos "bons" e tão pouco existe o lado dos "maus". Como em tudo neste mundo, apenas existem interesses antagónicos que se degladiam pelo poder económico e político. O resto são tretas.

 

Aplique-se esta fórmula (chamada "realpolitik" e velha de muitos séculos) a todos os telejornais que se vê, e o resultado é uma imagem muito mais nítida do mundo. Atenção: nem toda a gente gosta de usar óculos.

 

 Ps - ando a torçer-me com vontade de lá estar...decididamente não sou boa da cabeça.


02
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 15:01link do post | comentar

 

 

 

Segundo os registos, faz esta semana, no dia 7, 501 anos que nasceu o Basco Francisco Xavier, num castelo no sopé dos Pirenéus . Desde muito cedo, esta fraca figura, loira de olho claro, manifestou mais habilidade para a filosofia do que para as armas, tornando-se o único dos filhos da Casa de Xavier a tomar o hábito.

 

Tenho pela figura deste jesuíta, místico e teimoso, uma admiração enorme, mais pelos seus feitos temporais do que pela obra religiosa. Mas mesmo neste segundo aspecto, teremos que lhe reconhecer grande coragem e iniciativa pela criação (ou co-criação) da Ordem dos jesuítas que ao contrário de todas as outras, apostava na educação dos povos e na evangelização através do respeito pela cultura alheia e do mútuo conhecimento .

Neste aspecto, a aliança dos jesuítas com o Reino de Portugal ( e que acabaria por ter consequências desastrosas para o nosso Império) foi a primeira empresa globalizante, que incluía capitalismo, dominação cultural, mas também promoção do contacto inter-racial , de preferência pelo casamento.

 

Os "casados" figuras centrais da nossa colonização, eram os varões tugas  que se juntavam com mulheres "locais" ganhando assim "casa" oferecida pelo Reino para legar às gerações futuras, essas sim, já convenientemente misturadas de raça e língua mas (oficialmente) cristãos puros e duros. Esta prática, única e inteligente num país sem recursos demográficos e, logo, sem recursos militares. Esta política, pode parecer paternalista e altamente racista,  à luz dos valores do  século XXI. Analisando a coisa dentro das mentalidades da época,  até traduz um humanismo único que ficou conhecido como marca do reinado de D. João III.

 

Mas já nos desviamos de Francisco, o Basco, que revelava talento para a filosofia e teologia.

Os pais resolveram enviá-lo para a Universidade de Paris para estudar estas matérias e Francisco frequenta o colégio preparatório de Sta Bárbara, nessa altura dirigido por um português e  por onde passavam todos os crânios da Península Ibérica. 

 


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