Histórias de uma portuga em movimento.
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Mai 07
publicado por parislasvegas, às 10:31link do post | comentar | ver comentários (1)

Domingo  sem surpresas nas duas eleições que seguíamos: na Madeira, como sempre, o PSD a conseguir uma maioria superior a 60%, e aqui em França a vitória de Sarkozy por 53%.

 

Relativamente à Madeira até tenho vergonha de explicar a quem vê a coisa de fora que aquilo é controlado por uma espécie de Mobutu (que me desculpe o espírito do dito pela comparação) truculento que lá consegue, a bem ou a mal, convencer aquela gente toda a votar nele (gente que, diga-se,não tem grande nível de educação). Assim, mesmo sem recorrer a falsificações eleitorais (como quem vê de fora assume) o resultado é sempre garantido pela miséria dos ignorantes que votam no Senhor Doutor aliada à ganância dos dominantes que votam do Alberto João porque não querem perder o tacho. De resto, se os Madeirenses gostam tanto do homem, que fiquem lá com ele. Não lhe vá dar na cabeça reformar-se a vir para o Continente tentar armar-se em Mussolini com sotaque.

 

Aqui em França a coisa pia mais fino. Na minha opinião, o facto que explicou a derrota da esquerda nestas eleições foi muito simples: falta de ideias. Talvez em Portugal isso não importe muito -  desde que o candidato seja engenheiro diplomado e inscrito na ordem dos engenheiros, já pode falar, falar e não dizer nada, que ninguém se interessa. Os senhores doutores falam tãão bem (até temos um PR que é "professor"e tudo!) que está-se tudo cagando para o conteúdo do discurso. Pois aqui não. Quando os candidatos alinhavam duas promessas seguidas, têm que justificar, argumentar, explicar de onde vão retirar o dinheiro para baixar os impostos, ou aumentar o salário mínimo. E o único que tinha capacidade técnica para o fazer foi Sarkozy .

 

Por outro lado é triste chegarmos ao ponto de ter eleitorado de direita, centro e esquerda a votar na mesma pessoa só porque é o único que pensa. É o desespero de querer ter um projecto de futuro nesta Europa moribunda que levou 53% dos franceses a optar pelo candidato agora vencedor.

 

Outro aspecto triste é o facto de Ségolène Royal se ter defendido da derrota com o argumento de que a sociedade francesa é muito conservadora e ainda não estar preparada para dar a Presidência a uma mulher. Enquanto mulher, este tipo de argumento ofende-me. Descartar a própria incompetência e, no fundo, a incompetência crassa do aparelho do Partido, com o argumento do machismo é um golpe baixo. Isso é verdadeiramente "bater à menina". Puxar cabelos em vez de dar um murro bem assente nas ventas. E eu não aprecio mariquices.


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