Já falei várias vezes das diferenças de "standard" nos vários sítios do mundo e como, relativizando, tudo se torna contextualizado conforme a região onde se vive, a cultura em que estamos inseridos e mesmo a religião seguimos (ou não). Há coisas francamente engraçadas como o facto de, em toda a ex-URSS, se medirem os líquidos em gramas. Tem a sua piada chegar a um bar e pedir 100 gramas de vinho ou 50 gramas de vodka.
Hoje vou falar de um "standard" que não tem piada nenhuma: os percentis. Quem tem miúdos sabe o stress da merda do percentil do ter que estar em conformidade com as médias nacionais, de sentir que os nossos filhos têm que cumprir metas de crescimento para não serem considerados "anormais", uns freaks mesmo que sejam saudáveis. Se não estiver no percentil 50 ou superior, já não é "conforme".
Mas como vim a descobrir às custas do Kiko (que era percentil 10 aos 5 meses de gravidez) os percentis são como tudo no mundo : relativos à região em que se vive, relativos às "médias nacionais". Por curiosidade, fui comparar as tabelas de percentil e descobri que o Kiko nasceu percentil 50 para um francesinho, mas seria um 75 se tivesse nascido em Portugal. Neste momento, o Kiko está em percentil 95 para francês - será que rebentaria com a escala se estivéssemos em Portugal??? Dito isto, esta história de medir as criancinhas e compará-las às médias nacionais soa-me demasiado a ciência eugénica. Não me agrada nem um bocadinho.
Por vezes a ciência "avança" em direcções estranhas. Preferia a técnica tradicional " a olhómetro" talvez seja essa que se utiliza no país em que se medem os líquidos em gramas..