Histórias de uma portuga em movimento.
08
Abr 08
publicado por parislasvegas, às 15:40link do post | comentar


Não é costume neste blog comentarem-se livros ou filmes. Mas há alguns que são tão bons que se impõem. Sobre o filme, apenas digo que vale a pena ver. O que eu quero escrever é sobre as críticas que eu tenho lido ao filme.

Parece-me idiota que se diga que este filme dá "outra visão do Irão". É preciso ser-se muito ignorante para pensar que os iranianos são todos uma cambada de fanáticos religiosos e anti-ocidentais.

A história da Marjane Satrapi não é diferente da história de outras iranianas que conheço, como a minha amiga A. (da mesma geração) que foi recambiada aos 14 anos, sozinha, estudar para Marselha.

Actualmente a viver em Paris (tal como a Marjane) a minha amiga tem sempre a casa cheia de alguém que escolheu "imigrar", ou que precisa de sair de lá temporariamente. Estes "alguéns" são família, vizinhos, amigos e até amigos de amigos. Para o marido francês de A. era difícil lidar com a situação, o apartamento minúsculo sempre debaixo de uma invasão persa. Mas é a vida.

Este filme pode, realmente, informar muita gente distraída sobre o Irão moderno e como se vive a vida nas casas  da elite bem-pensante, mas, para mim, é muito mais. É a história Universal de uma mulher que se descobre através de uma vivência multicultural e o encarar de frente das suas raízes. A isso chama-se crescer. É verdade que as pessoas crescem depressa nas adversidades, mas dói mais.

Por isso vos peço que vejam o filme sem pensarem que estão a ver uma história iraniana. Para mim, é uma das melhores películas sobre dores de crescimento.


 

publicado por parislasvegas, às 15:13link do post | comentar | ver comentários (2)
Já fez seis meses que chegámos à Ilha. O semestre é o breaking point em qualquer novo país. Aquele ponto em que se ama ou se começa a odiar.

Até aqui, as coisas correram muito bem. A Ilha tem a seu favor o facto de o clima não ser muito mau (tirando o calor insuportável e as tempestades de pó e areia), de ter coisas muito bonitas para se visitar, de ter praias espectaculares com mar quente, de ter pessoas simpáticas e hospitaleiras (talvez o mais importante). Logo, uma pessoa não se pode queixar.

Os frescos no supermercado são caríssimos e de má qualidade , como em qualquer sítio isolado sem sector agrícola que se preze. Os serviços são lentos e maus, mas existem. Já vivi em sítios piores e estava a gostar imenso de cá estar.

Isto até me cortarem a água.

Neste momento, devo confessar que só me apetece pegar outra vez na trouxa e zarpar. Pode viver-se sem muita coisa a que estamos habituados, mas tomar banho numa taça de lavar mãos e limpar a cozinha com a água do filtro da máquina de secar roupa não tem piada nenhuma. Eu sei que vou acabar por me habituar a carregar baldes de água e a juntar loiça de 3 refeições para não gastar mais dois litros de água. Mas, neste preciso momento, não estou a ver o humor da situação....
 

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