Histórias de uma portuga em movimento.
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Mai 09
publicado por parislasvegas, às 15:08link do post | comentar | ver comentários (3)

Percebo e partilho toda a indignação que tenho lido nos jornais e nos blogues portugueses em relação ao caso da Alexandra. Mas é preciso entrar em nacionalismos estúpidos? é preciso dizer  que os russos são todos uns brutos, alcoólicos e as russas todas umas prostitutas embebidas em vodka? Não haverá más mães em Portugal? 

 

Gostaram do que viram quando viram os ingleses a denegrir Portugal e os portugueses por causa do caso da Maddie? Então?? Mas que merda vem a ser esta??

 

As pessoas deviam concentrar-se no pouco que (infelizmente) se pode fazer por esta menina e absterem-se de alarvidades, os russos são como todos nós: há-os bons e maus, porcos e limpos, bêbados e sóbrios, trabalhadores e preguiçosos. A grande maioria deles são como a grande maioria dos portugueses: preocupados em trabalhar para dar de comer aos filhos. Because the russians love their children too. Vamos lá a deixar-nos de xenofobias que isso nem parece nosso.


publicado por parislasvegas, às 08:22link do post | comentar | ver comentários (6)

 Já passei por muitas fases desde que saí de Portugal: a fase em que acompanhava tudo o que se passava no país e que tinha saudades loucas de casa, a fase em que não queria saber de nada e não sentia falta nenhuma, a fase em que queria saber, mas ficava enojada com tanto disparate e a fase do optimismo estúpido em que tudo o que era português era bom.

 

Ou seja, dentro ou fora, continuo uma portuga típica, com sentimentos esquizofrénicos em relação ao meu país e aos meus conterrâneos.

 

A minha prima diz-me que o meu maior problema de cabeça é o relacionamento que tenho com Portugal, eu tento explicar-lhe que ela, enquanto italiana, nunca conseguirá perceber a maluquice da portugalidade. 

 

Agora ando numa fase de acompanhar tudo o que se passa, mas a esforçar-me por não fazer juízos de valor. No entanto, isto é demais para mim. Aliás, acho que é demasiado até para 10 milhões aguentarem em colectivo.

Só na última semana, os chorrilhos de asneiras nos telejornais, no parlamento, nos debates, na campanha eleitoral, a piroseira dos Globos d'Ouro e, last but not least, o caso da Alexandra, têm-me feito contorcer de dores na alma.

 

E depois, isto da internet é tudo muito bonito, especialmente porque é democrático e permite que qualquer imbecil opine em qualquer lado (eu incluída). É alucinante a quantidade de comentários nos sites dos jornais nacionais de grande tiragem que são boçais, ordinários, mal escritos ou simplesmente idiotas.

 

Este fenómeno não é português, é global, a estupidez humana não é exclusivo nosso, muito embora às vezes pareça que nos doutorámos em parvoíce, com tese em imbecilidade colectiva. Quanto um diz mata, há logo vinte comentários a seguir que dizem esfola e com erros de ortografia e gramática.

Palavra d'honra que às vezes, por muito que me esforce a ler determinados posts ou comentários não consigo perceber o que a pessoa quer dizer, tal não é a algarviada.

No fundo, quem não consegue falar ou escrever em condições também não consegue pensar, e isto não só um problema de educação nacional. Os meus bisavós eram iletrados e falavam bem, com clareza e lógica. 

 

Mas que porra, e eu que tinha prometido a mim mesma não me chatear mais com isto.

 


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