E os diálogos imaginários do costume.
Apesar de todos os face liftings e maquilhagem das fachadas, boutique-hotels e restaurantes design, Lisboa continua a ser a velha senhora de sempre, com os mais de oitocentos anos de existência e cansaço a transpirarem em cada esquina.
É verdade que Lisboa está a tornar-se mais ecológica, mais limpa e mais bonita, mas nenhum equipamento público altamente high-tech pode esconder a verdadeira essência da cidade que continua a ser, acima de tudo, um Porto, com marinheiros e putas, estrangeiros exóticos, vagabundos profissionais e vigaristas.
Não há como não amar a vagabundagem enconstada às igrejas manuelinas, o contraste das tias finas que passam enquanto as senhoras vestidas de preto rezam a chorar dentro das igrejas, os africanos vestidos de mil cores, os camônes côr-de-lagosta a petiscar nas esplanadas e os chatos engravatados a caminho dos bancos.
Por mais que a vida nos mude, a mim e a Lisboa, esta é uma história de amor que vai durar enquanto eu respirar.
Agora outra coisa completamente diferente. O que vai na cabeça das mulheres portuguesas??? Alguém me explica?? Será que a crise económica tem obrigado as pessoas a comprarem só metade das roupinhas?? Não percebo o que passa pela cabeça das quarentonas que tenho visto, metro e meio e 70 quilos, vestidas com calças curtas e blusas sem costas ou (pior ainda, blharrrgh) pelo umbigo. As crises de meia idade andam a bater forte no pessoal e nem sequer percebo bem porquê. Lisboa deve ser uma das poucas cidades do mundo em que mais se vêem casais de mulheres de meia idade com homens muito mais novos. Não há explicação a não ser o mau gosto genético. Salve-se quem puder.