700 mortos no Chile é impressionante.

Se tivermos em conta a dimensão do sismo (8.8 é obra!), só se pode concluir que a qualidade das construções é mesmo boa e que foi feita uma preparação para uma eventualidade destas. De qualquer das formas, tragédia é tragédia, e dois de seguida (com tsunami e tudo) assustam qualquer cidadão, principalmente os portugueses, sentados (des)confortavelmente em placas teutónicas instáveis. 

Dá medo.

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Leio nos jornais que a Madeira vai continuar a receber o mesma ajuda da UE do que até aqui.

Ainda não vi os documentos oficiais da UE, mas parece-me uma notícia estranha.

Estranha porque os quadros da verbas para a convergência de zonas ultraperiféricas da UE estão mais do que decididos até 2012 e, mesmo num quadro de catástrofe, não podem ser mudados em 15 dias.

Estranho porque ninguém sabe ainda ao certo as verbas que vão ser disponibilizadas para o quadro seguinte.

Mas pronto, isto sou eu com a mania que quero saber tudo, os senhores jornalistas até estão a dar uma boa notícia e eu aqui a ser chata e a querer dissecar a coisa...

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Ainda sobre a Madeira. Era capaz de ser boa ideia pensar bem nas consequências da catástrofe e não começar uma reconstrução à maluca. Ou não?

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Sobre o acordo ortográfico: Não me interessa muito que entre em vigor ou deixe de entrar.

É um acordo que serve maioritariamente os interesses das editoras e o ego das academias, não é coisa para o normal cidadão (seja em que lado do Atlântico ou em que Continente estiver).

A meu ver a harmonização da língua portuguesa é uma tarefa impossível e o acordo não muda essa impossibilidade.

A nossa língua é tão nossa, que cada um de nós Cabo-verdianos, Brasileiros, Portugueses, Angolanos, Moçambicanos, Timorenses, Macaenses e São-tomenses há de continuar a moldá-la à sua maneira.

Somos irmãos de leite, mas não nos tirem as nossas diferenças tão lindas.

Por isso, com acordo ou sem ele, eu vou continuar na minha, escrevendo "à velha", como os meus velhos Professores na Universidade ainda escreviam "necessàriamente" e "philosófico". 

Recusarei o bisturi gramatical e exibirei com orgulho as minhas rugas semânticas. Serei uma relíquia!

(E nunca mais recorrerei a um corrector ortográfico!)

Parece que a Pompeo decidiu despedir-se da Anatomia de Grey. Espero que sem Grey a série acabe (nunca se sabe, até porque o que é ruim tende a sobreviver a tudo...). É que já não tenho pachorra para tanto dramalhão e tanta entranha de fora. 

"Muda de canal!" dizem-me vocês. Pois é. Vocês pensam que em todo o lado do mundo as opções de cabo são tão boas como em Portugal? Não gozem comigo....Se vissem a televisão grega caíam pró lado. Há prá'i uns 15 canais iguaizinhos à TVI (ou piores). É de se cortar os pulsos.

 Há mais de 20 anos que sou leitora assídua de ficção científica, mas este excerto de reportagem refere-se a armas bem reais, desenvolvidas pelos Estados Unidos com o objectivo de controlar multidões em protesto. E a realidade é mais estranha do que qualquer ficção. A tradução do inglês é minha. Ora leiam:

" O Active Denial System (Sistema Activo de Negação) funciona como um forno micro-ondas a céu aberto, enviando um raio de radiação electro-magnética que aquece a pele dos alvos humanos a 130º, forçando qualquer um no seu caminho a retirar-se com dores agonizantes, mas sem ferir, ou deixar marcas(...). "

O artigo avança explicando que esta arma faz parte de um programa de desenvolvimento que vem produzindo diversos tipos de arma "não letal", como por exemplo "armas eléctricas que atordoam, armas laser que causam tonturas ou cegueira temporária, armas químicas que irritam ou actuam como sedativos (...)"*

Medo, muito medo....

* The Soft-Kill Solution, new frontiers in pain compliance by Ando Arike in Harper's Magazine, March 2010. Tradução aqui da casa.