Sexta-feira já chegou, o que quer dizer que os meus tormentos estão quase passados. Devo confessar que esta foi uma das piores semanas dos últimos 5 anos. Sobrevivi. É o que importa. Tenho muito veneno acumulado cá dentro que preciso de destilar. Este blogue não é o local para isso, nem eu tenho privilégios especiais que me permitam quebrar o sigilo profissional a que estou obrigada. Por isso fico-me por aqui. Ando a pensar em comprar um saquinho e umas luvas de boxe, acho que preciso...
Mas nem tudo são más notícias. Muito embora já não possa ir a Paris como tinha planeado (os serviços à República falam sempre mais alto), o meu Xano consegue vir cá (UIPI!). Vou tentar desligar os circuítos este fim-de-semana e curtir o meu amorzinho.
O nosso amigo Zé da Penalva tocou ontem numa das minhas preocupações: o dinheiro que gastamos cá fora. Também eu ouvi o meu Chefe a anunciar cortes no pessoal e no orçamento. Eu tenho a experiência que tenho, e só posso falar do caso que conheço. Aqui não se gasta um tostão mal gasto e as contas são revistas ao cêntimo. Não andamos a brincar.O pessoal aqui faz horas extraordinárias todos os dias, sem qualquer pagamento. Funcionamos com menos três pessoas do que devíamos e se nos cortam algum contrato vamos ser forçados a fechar. Ou a funcionar muito mal, como aliás, parece ser apanágio deste tipo de serviços. Nem sei porque estou aqui com este tipo de conversas, quando me faltam 30 dais para sair e quando parece que quem teria obrigação profissional e moral de se preocupar com este tipo de coisas se está borrifando, mas no fundo estou preocupada com as pessoas que têm trabalhado comigo todos estes anos, num esforço de puro amor a um país que nem sequer é o deles, e que agora de uma hora para a hora podem ficar sem emprego. Lá estou eu outra vez a preocupar-me com o que não me diz respeito...