Histórias de uma portuga em movimento.
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Out 04
publicado por parislasvegas, às 05:26link do post | comentar
Cá ando toda feliz e contente, longe das hipotéticas sestas do Santana Lopes e dos serões passados em frente à televisão a ver a "Quinta das Celebridades". Ontem quando cheguei a casa tive dois cães em extâse - não me posso esquecer de levar a bulldog ao veterinário, tenho medo que lhe dê algum enfarte quando se excita daquela maneira.
Esta semana São Pedro anda com pena de nós e não tem chovido, o que torna a cidade bastante agradável com esta luz de Outono a incidir nas cúpulas douradas das igrejas. Como ando bem-disposta, até não me tem feito diferença a habitual arrogância e falta de educação com que as pessoas aqui nos brindam. Não é preciso muito para dar conta que já saímos da Europa dita "civilizada". Hoje fui almoçar ao restaurante de sempre aqui ao lado do escritório, sou cliente mais do que regular há já três anos. Ora em Portugal, por exemplo, toda a gente sabe que quando se é cliente habitual de um restaurante, não apenas todos os empregados nos tratam já pelo nome, como também existe todo um ritual especial : "Bom dia, D. não- sei -quantos, então o que é que lhe apetece hoje? Olhe que temos aí um peixinho fresquinho de comer e chorar por mais! E então uma sopinha, não vai?", e por aí a fora. O ritual aqui é muito diferente. Para além de ter levado com um bom-dia seco quando cheguei, ainda se recusaram a juntar mesas (impensável!) para que coubesse toda a gente, e quando refilámos que a cerveja estava quente, ainda nos responderam com maus modos que não costumavam vender cerveja fria (!!!).
A chatice é que não vale a pena mudar de restaurante, porque nos outros somos tratados de igual modo, ou pior ainda.
Um povo que ainda não se habituou a trabalhar em troca de dinheiro, não pode, obviamente, ter noções sobre o que é um bom serviço. Se fossem naturalmente simpáticos esta questão não se poria, mas penso que quando esta terra desenvolver um pouco mais, os empresários vão ter que dar cursos de formação especiais só para pôr o pessoal a dizer bom-dia e obrigado. De qualquer forma, os ordenados são tão baixos que as pessoas devem pensar que não lhes pagam para fazer o esforço de serem bem educados para com os clientes. O almoço de hoje serviu para tomar uma decisão inabalável: nunca mais deixo gorjetas àquele pessoal. Mas enfim, quando sou tratada desta forma nos estabelecimentos comerciais é que tenho a certeza que cheguei a "casa". "Lar, doce lar", bem longe da Cinha Jardim e dos seus porquitos bebés!

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