Aproveitámos estes dias de Páscoa para santificarmos o ninho e não fazer absolutamente nada. Já tinha saudades de ficar assim, maridinho e cães no rame-rame. Com grandes planos de ir a Portugal (com preços proibitivos, porra que não se pode com esse país que anda caro como o raio), de passear na Bretanha, na Normandia no raio-que-nos-parta, afinal acabámos em casa. Antes de tudo, porque acho que os cães já têm tempo suficiente de canil, obrigado, para estar a fazê-las passar por mais quatro dias de isolamento numa jaula. Quer dizer, está bem que são animais e tal, mas eu não gostaria de passar o meu tempo fechada em casa, para me fecharem depois num hotel. Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti. Mesmo quando os outros são cães...
Tínhamos decidido que queríamos começar a visitar os sítios "badalados" da cidade. Já que não fazemos mais nada, pelo menos ver essa Paris "fashion" que toda a gente jura a pés juntos que existe, mas que ninguém conhece ou frequenta.
Quando se têm amigos, não interessa o sítio onde se vai beber um copo. Pode ser a tasca mais rasconça (quanto mais melhor) que o importante é a companhia e a boa conversa. No nosso caso, amigos são bem escasso nesta cidade, de modo que lá nos decidimos a ir jantar ao Mandala Ray, um restaurante/bar para os lados do 8eme, propriedade desse grande empresário da noite que é o John Malkovitch (ele ainda tem o LUX????).
Como seria de esperar, o Mandala é lindo de morrer, com uma decoração fantástica (a cena do hippie/chic africalhado de que tanta gente gosta agora..) e com uma comida de chorar por mais. Todos os detalhes foram cuidados e o nível da cozinha justifica os preços marados que se praticam no sítio. Claro que o people é constituído exclusivamente por aspirantes a top-models, piranhas à caça de marido rico, russos mafiosos com muita pasta e arábes do petróleo com ainda mais pasta...
Mandala Ray, restaurante/bar. Paris
Not a happy crowd. O que vale é que nós nunca nos aborrecemos sozinhos, e é sempre agradável gozar com a cara dos outros nestas situações...
Acabámos a noite num sítio bastante mais simpático, a beber um copo com um amigo de longa data do Alex, que regressou há pouco tempo do Gabão.
Conclusão: os sítios "fashion" de Paris são só para inglês ver, ou para a Madona ou o Brad Pitt se divertirem quando vêem às suas casinhas de Paris passar uma temporada. Não têm gente normal, muito menos têm franceses. Os parisienses só frequentam estes sítios quando têm que levar a mulher/namorada a jantar à séria (i.e, quando fazem merda da grossa e precisam de pedir desculpa com um cheque chorudo...)