Histórias de uma portuga em movimento.
25
Mai 10
publicado por parislasvegas, às 20:52link do post | comentar

Sabem a sensação do "até parece que..." pois até parece que o kiko iria conseguir entrar na escola que escolhemos mas depois não entrou, até parece que vamos conseguir a casa que queremos, mas depois não conseguimos, até parece que vamos conseguir o emprego que queremos,  mas depois não. Até parece que vamos conseguir juntar dinheiro, mas depois afinal, quem sabe...

 

E eu ando aqui, a respirar muito fundo, e a conseguir alternativas para tudo, e a marrar de cabeça na parede, e a stressar q.b. Mas apesar de tudo, a coisa a não perder é o sangue frio. Cooooollll. Digo eu para mim mesma 59 vezes ao dia. E mesmo com todas as contrariedades, eu sei, tenho a certeza, I'm positive, que vamos conseguir. E se não for tudo aquilo que queremos, vai ser bom na mesma. Estamos bem, estamos juntos, somos uma família, apoiamo-nos e somos felizes, não são umas pedras no sapato que nos vão deitar a baixo.

 

E só me parece (dê lá por onde der) que vamos ser muito felizes em Lisboa....

 

E agora: só tenho a dizer bem: a todas as directoras de todas os jardins de infância que contactei: obrigado, muito obrigado. Nisso Portugal é um país espectacular, mesmo onde não há vagas, mesmo onde não se paga, toda a gente tem compreendido o drama e tem aberto as portas das escolinhas ao kiko. Obrigado, do fundo do coração...

 

E agora: só a dizer mal: ó senhores das agências imobiliárias, nós bem que percebemos que arrendar não vos dá o guito que queriam. Mas estamos em crise, ok? nós e vocês, todos ao mesmo tempo. Vamos lá acordar e tratar as pessoas enquanto seres humanos. Pode ser?Obrigado.

 

E cá vamos continuar a marrar. Não percam as cenas dos próximos capítulos....

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12
Mai 10
publicado por parislasvegas, às 13:57link do post | comentar | ver comentários (4)

Casas de Banho:

 

Escovas de dentes de viagem, almofadas de viagem, miniaturas de cremes para viagem, amostras várias, perfumes com um milímetro de líquido, Shampôs com um milímetro de líquido, sabonetes cheirando a ranço, máscaras faciais caducadas, cuequinhas descartáveis de viagem, sets de manicure que eu nem sabia que tinha, ligaduras de maternidade, cuecas de maternidade, parafernália de tratamento de mamas aleitantes, bombas várias, instrumentos de tortura, cremes anti-estrias e anti-gretas.

 

Confesso que guardei maior parte destas coisas conscientemente: "pode fazer falta", " e se eu tiver outro filho", "isto cheira tão bem" e etc.

 

Hoje foram cerca de 20 quilos de coisas inúteis e outras mais ou menos úteis (só não sei o que fazer com elas) para o lixo, guardei um kit de viagem (incluindo as cuecas descartáveis...) e as primeiras chuchas do meu filho.....

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05
Mai 10
publicado por parislasvegas, às 08:35link do post | comentar

Ataque aos armários para ver  o que se dá e o que vamos transportar.

Como pequena amostra da coisa resolvi ir mexer no meu só para mudar a roupa de Inverno e trocá-la por roupa de Verão (já fazem uns bons 30 graus por aqui).

Deu-me um ataque de nostalgia misturado com pânico e só mudei mesmo as roupas, não tive coragem de fazer os sacos para dar. Agora terei que voltar à carga.

Do raide blitz pelos meus roupeiros saltam à vista várias evidências:

 

1. Tenho demasiada roupa;

2. Tenho demasiados sapatos;

3. Tenho demasiadas malas;

4. Nem tudo me serve;

5. Tenho demasiada tralha velha.

 

Há coisas que já deveriam estar entregues ou a alguém que precisasse (quando ainda estavam novas) ou no caixote do lixo (de tão acabadas que estão). Mas como deitar fora a malinha de camurça que o meu pai me ofereceu aos 16 anos?? Ou como me desfazer da malinha verde-tropa comprada em Amesterdão na primeira viagem que fiz à Holanda com o meu marido? (essa sim, já desfeita de tão velhinha). E a quantidade de sapatos 36 que já não me servem??? (Nota: o corpo voltou ao normal depois da gravidez, mas os pés não....). E as peças D&G, um vestido 32 que me serve nas orelhas e um casaco de pele todo roto, que não consigo deitar fora nem por mais uma???

Sem falar na multidão de roupas étnicas que fui coleccionando nas minhas viagens pela Ásia e que nunca foram vestidas, nem serão (nem mortinha! mas acho piada a tê-las, é estúpido...).

 

A parvoíce total é que sempre me considerei uma pessoa muito pouco materialista. E depois vai-se a ver o afinco com que colecciono merdas e, especialmente, sapatos, para perceber que eu e a Imelda Marcos, no fundo, somos irmãs espirituais. Isso deixa-me completamente lixada porque, convenhamos, tinha-me em melhor conta do que isso.

E eu, que até sou uma pessoa desenvolvida (seja lá o que for que isto quer dizer...), achava que seria fácil descartar as coisas e seguir para outra fase. Mas claro, a cabeça humana tem destas coisas e ando um bocadinho triste de ter que me desfazer de tanta porcaria. Mas isso é do meu armário. Do resto da casa, confesso que nem tanto. Aí é a vez do meu marido stressar.

 

Vamos deitar fora esta piscina que só serviu para o jardim de uma casa específica e que nunca mais vamos utilizar? NÃO! Pois nunca se sabe quando isso vai servir e bláblá. Claro, digo eu, quando servir e se servir provavelmente a piscina estará podre e teremos que comprar outra. E ferramentas que nunca foram usadas (e nem serão)? e peças de merdas que eu nem sei o que são? e caixotes com toneladas de VHS's?e milhares de DVd's? e Cd's, hã????

 

E bom, lá terei que começar por dar o exemplo eu própria, sacrificando os meus sapatos e as minhas malinhas em prol da colectividade para o resto da família se sentir forçada à vontade para fazer o mesmo.

 

E agora pensem lá, vocês que vivem há décadas na mesma casa, com tralha preciosa acumulada de anos e anos. O que deitariam fora numa mudança em que só pudessem levar metade daquilo que têm?? É um exercício giro, acreditem...

Pode ser que descubram, como eu, que o peso que carregam às costas poderia ser muito, mas muito menor!

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29
Abr 10
publicado por parislasvegas, às 20:27link do post | comentar

Pois falava eu dos nomes feios que temos que chamar a pessoas várias para desabafar nestas coisas de ficar entalados até ao pescoço com burocracias, senhorios, seguros etc...

 

Nem de propósito fomos contactados hoje pelo nosso antigo senhorio em Paris. Parece que a família francesa muito BCBG que nos foi substituir na casa deu cabo de umas coisas e quer agora culpar os portugas. Passo a explicar: há três anos, quando saímos de Paris, deixámos a casa impecável e não só fizemos uma inspecção com o senhorio como chamámos um perito para fazer um documento legal cuja tradução selvagem seria "o estado do sítio". E ainda bem que o fizemos, porque senão agora o senhorio não teria maneira de provar que não fomos nós que transformámos a varanda do quarto principal em piscina.

 

O senhor, que até hoje foi o melhor senhorio que eu já tive, e que para além de ser simpático é uma pessoa com uma inteligência acima da média (ganhámo-lo pelo estômago, claro), ligou-nos a pedir um mail que refira o tal documento e que nada estava inundado na casa à altura da nossa saída. Isto para termos o advogado a apertar com os franciús que agora querem que as obras sejam pagas ou pelo senhorio ou por nós.

 

E como, perguntam vocês, se transforma uma varanda de um primeiro andar numa piscina?? Bom, aparentemente pondo uma carrada de cães a cagar na mesma e deixando os aljerozes entupir com merda de cão. Finíssimo. Digno de qualquer família europeia de classe A.

 

Ora como nós também temos cães, aqui del-Rei que os tugas é que fizeram aquilo, esta-se mesmo a ver que os portugueses são gente muito pouco asseada e que entopem varandas com merda de cão, que por sua vez apenas inundam passado três anos. É preciso ser estúpido. E porco. Muito javardo mesmo.

 

Tenho pena do meu ex-senhorio que foi alugar uma casa tão bonita a estes selvagens.

 

E para que se saiba: os meus cães nunca tiveram sequer autorização para subir ao primeiro andar, quanto mais cagar dentro de casa. Que nojo....

 


publicado por parislasvegas, às 15:40link do post | comentar

Os dias em Lisboa foram muito agitados, não se pode dizer que tenha corrido pelo melhor, mas também não correu mal. Digamos que já tenho onde cair morta, muito embora não seja o mausoléu de mármore que eu queria, isto é, as entrevistas profissionais deram resultados, mas a pasta ao fim do mês não vai ser aquela que eu queria.

 

Em altura de crise, não me posso queixar. Claro que tenho a certeza que certos e determinados anónimos que aqui vêem para destilar raivites (e que nunca são publicados, que o blogue é meu e o resto que se lixe) vão ficar muito contentes por saber que o meu rendimento vai diminuir substancialmente e que vou ter que mudar a família para um cochicho de apartamento, ficando a trabalhar muito mais horas para muito menos ordenado. Se ficarem contentes com isso, parabéns. Saibam que eu não me vou abaixo, que estou tão optimista por voltar ao meu país (mesmo com crise, mesmo sem dinheiro) que tanta alegria da minha parte chega a passar por estupidez.

 

Entretanto o cão já está vacinado e despachado, só faltam os certificados que o médico diz que lhe quer passar mais em cima da altura da mudança mesmo. Falta falar com a companhia aérea e obter uma licença de transporte o que, visto os preços descabidos que eles cobram pelo animal, não deve ser difícil. Nestes últimos 3 meses a bicharoca vai é ficar de dieta porque o preço é a peso e a gaja está gordíssima. Ainda falta correr a casa de alto a baixo, deitar o eventual lixo fora, para não pesar no transporte, decidir quais são os móveis que vão e os que ficam (meter o Rossio na Rua da Betesga nunca é fácil), alugar uma casa em Portugal (apesar da crise ninguém quer fazer um contrato a iniciar em Julho ou Agosto, preferem continuar a perder dinheiro) e tratar das papeladas de legalização dos carros. Esta última parte que é sempre a mais complicada, desta vez vai ser facilitada porque o ACP trata disso para os sócios.

 

Para além disto é preciso fotografar as peças da casa para o seguro, fazer um inventário de tudo a transportar, empacotar as coisas todas e encerrar os contratos todos da casa, electricidade, telefone, telemóveis, seguros, tvcabo e água. Depois é entrar no avião e rumar a Lisboa onde começará tudo de novo: desempacotar a casa, fazer contratos, legalizar carros, etc, etc..

 

Os papéis da escola dos miúdos já estão tratados, estou agora à espera da resposta da instituição. Parece que para o ano do Kiko as coisas estão muito entupidas, mas não quero nem perder a esperança nem dramatizar.

 

Aliás o essencial numa coisa destas é não dramatizar. Acho que estou farta de dizer isso. Os psicólogos comparam o stress de mudar de casa ao stress do divórcio ou de perder um ente querido. Quem muda de casa e de país tantas vezes quanto eu, não pode cair na dramatização ou fazer-se de vítima, antes pode e deve chamar todos os nomes feios que sabe aos empreiteiros, senhores do transporte, seguros, burocratas, gente da companhia telefónica e etc (nas costas dos próprios, claro), tem um efeito bastante terapêutico. Aliás este blogue vai começar a servir para essas coisas outra vez.


09
Abr 09
publicado por parislasvegas, às 19:54link do post | comentar

 Pois é, neste blogue, desde 2004 que vos venho falando de mudança de casa aqui, mudança de casa ali, mas nunca vos mostrei o desastre ao vivo e a cores.

Como tenho um computador relativamente recente e sou preguiçosa, só agora tenho vindo a descarregar algumas fotografias da mudança para a Ilha, há cerca de um ano e meio.

 

Sem me querer queixar de nada, recordo que o Kiko tinha cerca de dois meses quando andei a desempacotar isto. Deixo-vos com fotos de apenas três divisões da casa:

 

 

Cozinha (reparem nos caixotes de alcóol, grande desgraceira...)

 

 

 

Sala

 

 

 

Sala de Jantar

 

 

 

E faltam os quartos e os diversos caixotes perdidos, dos quais ainda sobrevivem cerca de 30, fechadinhos, tal e qual aqui chegaram, no sotão da casa. Agora é pensar como é que se enfia esta merda toda no meu apartamento de solteira.

 

 

 

---da-se, só de pensar que daqui a um ano e meio tenho que fazer isto tudo outra vez, até me passo...

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05
Jan 08
publicado por parislasvegas, às 22:54link do post | comentar | ver comentários (2)
O Kiko está a chegar ao sexto mês e a amamentação está praticamente terminada. Com grandes dores de coração para mim e sem grandes dramas para ele. Assim é que deve ser.

Muito lentamente estou a começar a pensar em refazer a minha vida, procurando alternativas profissionais, fora da minha tradicional ocupação, mas dentro da minha área académica.

Quem me conhece sabe que  para além de trabalhar muito, também tive muita sorte. A sorte é um factor que nunca deve ser descurado na vida. Quantos milhares de pessoas trabalharam tanto ou mais do que eu sem nunca conseguirem realizar os seus sonhos profissionais. Eu sou uma das poucas pessoas que conheço que estava a trabalhar em algo que sempre quis e que o fazia por pura paixão. Igualar isso agora vai ser difícil. Mas estou por tudo.


Ontem tive uma conversa surreal. Perguntei a uma funcionária de uma das muitas instituilções internacionais que existem nesta ilha se não precisavam de pessoal lá no escritório. A dita pessoa, que por acaso até era uma gaja, disse-me logo que sim senhor, que estavam sempre com falta de gente e tal, e perguntou-me qual era a minha experiência profissional, Quando comecei a debitar os meus doze anos de labuta, a cara dela alterou-se e disse-me com um sorriso muito amarelo que infelizmente eu tinha habilitações e experiência a mais e etc. Conversando com outras pessoas acabei por perceber que, apesar de muito mais velha do que eu, ela tinha a mesma experiência profissional e as mesma habilitações. Obviamente não foi a pessoa indicada para discutir o assunto. Sou concorrência directa, claro que esta pessoa nunca me vai ajudar. Mais do que isso, acabou a dar-me um sermão sobre filhos e a importância de acompanhar as crianças e tal.  Que parece que se tornou o desporto favorito de gajas com mais 20 anos do que eu que nunca acompanharam os filhos e que nem sequer deram de mamar. É incrível como, quando se é mãe há pouco tempo, toda a gente parece ter um conselho para dar. Principalmente se fizeram merda com os próprios filhos, pensam que têm autoridade para cagar sentenças sobre os dos outros. É que não há paciência...

Se estivesse em Portugal, não pensaria por um segundo em voltar a trabalhar com o Kiko com seis meses, mas como vivo numa terra em que as pessoas só trabalham das 8 às 14, uma terra que tem uma das maiores taxas de crescimento da UE e o único país da União que tem superhavit orçamental (uma figura tão mitológica como Afrodite...) claro que penso nisso, porque sei que vou ter tempo para o meu filho e dinheiro para pagar a alguém que tome conta dele enquanto eu estiver a trabalhar.

Por outro lado, e coisa estranha, recebi um mail duma Fundação internacional muito famosa, para a qual enviei o meu curriculum há cerca de seis meses, com o novo "don't call us we call you" que é: "actualize o seu curriculum.  Não foi aceite há seis meses, mas é tão bom, tão bom que não o queremos perder". Sem dúvida uma maneira super-elegante de mandar alguém à merda.

Entretanto vou me acomodando à minha condição de dona de casa, cada vez menos desesperada...

17
Nov 07
publicado por parislasvegas, às 16:29link do post | comentar
Paramos por aqui uma semana, para ir laurear o queijo a Paris. Agora tenho de ir a correr fazer as malas para nós (o Kiko vai comigo, claro) porque passei a tarde toda na perguiça a beber Sangria à sombra dos minaretes da mesquita. Onde? num restaurante de um compatriota - só podia. Foi a prova provada de que estamos mesmo por todo o lado.

24
Ago 07
publicado por parislasvegas, às 18:02link do post | comentar | ver comentários (1)

Este é o último post que escrevo, sentada nesta cadeira vermelha com vista para o molho de flores cor-de-rosa do meu jardim. É o último post a sair de Chavenay , aldeiazinha onde vivi os últimos dois anos, tão preenchidos que parece que passaram em apenas dias.

 

O primeiro ano vivi-o bastante mal.

Trabalhei demasiado, não gozei a casa, não dei atenção ao meu marido, chegando a casa diariamente irritada com o trabalho, com o trânsito de Paris, com a má educação dos parisienses, exasperada com a burocracia louca de um país que tem a mania que é mais desenvolvido que o nosso (e em muitas coisas é só mesmo mania). 

 

O segundo ano vivi-o melhor, quer dizer, tudo está bem quando acaba bem e com a chegada do Kiko  esquecemos as dificuldades físicas e emocionais que vivemos este ano...

 

Ao contrário do que me aconteceu há dois anos, quando achei que a mudança já veio tarde, que já estava farta até aos cabelos de viver num sítio depressivo, gelado e cheio de conflitos, desta vez está a custar-me arrancar.

 

Porque Paris é a cidade mais bonita do mundo (pena que esteja cheia de parisienses...), porque apesar dos pesares fui muito feliz aqui, nesta casa no campo onde passei uma gravidez em estado de graça e comecei a criar o meu primeiro filho.

 

Porque apesar das manias, França é um país muito civilizado, onde as pessoas (algumas, acho que mais do que os portugueses ) têm a noção do que são as obrigações de um cidadão.

 

Porque, apesar da poluição, esta casa no campo parece ficar a milhares de quilómetros da cidade, rodeaada de  campos de trigo, cavalos e, claro, como não podia deixar de ser, milhões de corvos.

 

Porque, apesar de me estar cagando para a vizinhança " Wisteria Lane ", esta casa foi a casa mais bonita que eu tive e onde me senti mais confortável.

 

Porque adorei o champagne , os restaurantes parisienses, as lojinhas de outlet de alta costura, as chapelarias, as brasseries , o foi gras , as ostras em cama de gelo, os teatrinhos minúsculos,  o YSL com o seu cão velho e as esplanadas fechadas para a Madona comer um hamburguer . 

 

Porque adorei os amigos que aqui fiz (um deles francês - UIPI !) de todas as cores e nações a pintarem uma França diferente num  melting pot " muito mais inteligente que o brainless " americano.

 

Há dois anos disse  adeus e até nunca, hoje digo adeus e até sempre porque, afinal, je   suis une parisienne!

 

 


20
Ago 07
publicado por parislasvegas, às 13:47link do post | comentar | ver comentários (2)

Magritte

 

 

 

Estou há horas a fazer a puta do inventário - a casa é enorme e o seguro tem limites, de modo que é preciso escolher o que se quer que esteja coberto, o resto se o barco se afundar, se se partir pelo caminho se chegar tudo torto que se lixe, paciência...O pior é que não consigo decidir o que entra e o que sai.

 

Aquela estátua que comprámos em Bornéu não é valiosa o suficiente para entrar na lista. E se se parte? e se se danifica na viagem? para mim tem um valor sentimental enorme porque foi comprada na viagem em que o kiko foi feito. O mesmo posso dizer dos pequenos souvenires da URSS (óculos de aviador, capacetes, posters, etc) ou dos posters da china comunista ou de milhentas outras minúsculas coisinhas recolhidas em anos de viagens.

 

Bem sei que não passam de coisas e não se pode estar preso a coisas neste mundo. De resto, nunca me deu para ser materialista, não vou começar agora. O que me entristece, na eventualidade de se perder esta tralha, é que cada objecto tem uma pequena história que envolve pessoas, lugares, cheiros e sensações que não são substituíveis.

 

Quando a nossa tralha começa a ter história é um sinal definitivo de que estamos a ficar velhos...


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