Histórias de uma portuga em movimento.
07
Mar 08
publicado por parislasvegas, às 10:11link do post | comentar
Quem está à espera de um post sobre as coisas maravilhosas e altamente tecnológicas do nosso país, desengane-se.

Para recuperar alguma da intimidade do casal, e não descurar a nossa tradição de passar uma semana romântica em Fevereiro, lá fomos sozinhos para o Algarve e ficámos num hotel espectacular com um Spa do melhor que eu conheci até hoje. Quem lê este blogue regularmente, sabe que não me faltam viagens para servir de termo de comparação. Mas, como é normal, no meu país não costumo ficar em hotéis e há muito tempo que não tinha a sorte de passar umas férias no Algarve (5 anos).

O hotel era espectacular, lindo, arranjado, impecavelmente limpo (o melhor serviço de house keeping EVER ), tinha um restaurante verdadeiramente fantástico com uma cave muito bem fornecida de vinhos óptimos de pequenas produções. Toda a comida, desde o pequeno almoço, às sanduíches , ao jantar refinado, era da mais alta qualidade, e o serviço foi irrepreensível - até certo ponto - e é aqui que entra o título "portuguese do it better ".  Como é que é possível ter algo tão bom, com um nível de profissionalismo tão elevado e borrar a pintura toda em pequenas coisas?

Exemplos:

Quando quisemos a password para a internet sem fios do hotel - "ah...isso agora...não sei bem como é...." Imaginem-se recepcionistas de um hotel de 5 estrelas: alguém vos pede alguma coisa que vocês não fazem ideia do que é. A resposta deve ser "concerteza . queira aguardar um momento, por favor." e depois fogem para dentro a tentar falar com o gerente e perguntar o que raio é isso da internet sem fios, mas NUNCA se responde aos hóspedes que não se sabe.

Outro: chegámos com o carro uma noite (daquelas da tempestade, lembram-se?) e o estacionamento estava bloqueado à frente do hotel, sem carros, mas bloqueado. Quando perguntámos se podíamos estacionar, o porteiro responde que não porque aqueles lugares não era para hóspedes, que nós bem podíamos estacionar atrás do hotel (e apanhar com a chuva toda) porque ali à frente era só para "quem está aqui a trabalhar". E este discurso todo com o ar mais arrogante do mundo. Ora vamos lá ver: em outros hotéis de igual nível, um porteiro nunca responde, ou diz que sim, ou diz que não e vai ELE estacionar o carro lá atrás. Mas NUNCA dá raspanetes aos hóspedes, nem diz que quem trabalha é que merece estacionar. Isto é um bocado de proletariado a mais quando se está a pagar uma fortuna por noite. Desculpem lá, mas é inadmissível.

Realmente o que fazemos melhor é estragar o que temos de bom....




ps - também duvido que alguém tratasse assim hóspedes estrangeiros. Ainda não se percebe que o turismo português já cria postos de trabalho durante o ano inteiro nas nossas regiões turísticas.

06
Mar 08
publicado por parislasvegas, às 08:47link do post | comentar | ver comentários (1)
à ilha e ao blog depois de um mês passado em Portugal. Muitas vezes me perguntei quando (e se) teria vontade de regressar ao meu país. Pois, não sei ainda bem porquê, mas pela primeira vez em 7 anos, sai de Portugal contrariada.

Não quer isto dizer que tenha achado o país melhor, mais bonito ou mais eficaz, nada disso. Não se admite que, num país tão pequeno o desordenamento do território seja tal que morram pessoas nas cheias todos os anos, nos mesmos sítios, ou que todos os anos, também nas mesmas regiões, deflagrem os incêndios do costume. Continua a não ser admissível que um país tão pequeno tenha 2 milhões de pobres e que a classe média seja um animal em extinção acelerada.

Todos nós queremos o melhor para os que amamos e não haja dúvida que a minha relação com  Portugal continua a ser a de uma paixão intensa.

Mas apesar da vontade de regressar, ainda cá temos mais 3 anos e vamos fazê-los com muito boa disposição. 




07
Jan 08
publicado por parislasvegas, às 15:16link do post | comentar
Ultimamente tenho dado de caras com a nova campanha do Turismo de Portugal /aicep/ MEI em todas as revistas que leio - que são estrangeiras, claro - e devo dizer que é coisa que me entristece . Nada tenho contra o slogan Europe's West Coast , muito menos contra uma campanha paga na imprensa internacional que realmente interessa whatever that means ), mas oponho-me veemente  às fotos utilizadas na campanha.

Supostamente as fotos representam portugueses conhecidos no mundo inteiro. Do que eu tenho visto, qualquer estrangeiro só conseguirá identificar o Mourinho e o Cristiano Ronaldo e, a muito custo, talvez a Marisa (caso seja amante de world music ). Convenhamos que nem eu reconheço o resto da malta que, obviamente, devem ser muito famosos lá em casa deles.  Isto, para mim, é reduzir o nosso país ao fado e ao futebol, quando o alegado  objectivo  da campanha é dar uma nova imagem a Portugal.

Eu até nem sou de dizer mal destas coisas e ando sempre a defender que deveríamos gastar mais dinheiro em promoção. Toda essa massa é muitíssimo bem gasta num país onde os recursos naturais só são aproveitados em prol do turismo (não vamos começar agora com a conversa das energias renováveis senão nunca mais daqui saímos, mas a verdade é que não consigo perceber como é que não aproveitamos a força da ondulação das nossas costas, nem o nosso terrível vento atlântico e muito menos os 300 dias de sol por ano. Mas isso é outro post ). E cá estamos a tentar fazer uma campanha inovadora que nos leva exactamente à casa de partida, muito obrigado.

Dão-se alvíssaras ao estrangeiro que reconhecer algum dos outros gajos desta campanha. Obviamente desqualificados deste concurso estão os familiares dos fotografados e estrangeiros residentes em Portugal.


 

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