Histórias de uma portuga em movimento.
17
Mar 10
publicado por parislasvegas, às 13:37link do post | comentar | ver comentários (2)

 Cada vez que neste blogue se fala de Disney, lá vem, invariavelmente o Ocelot. Desisti de querer comprar os clássicos da Disney para mostrar ao miúdo. Terá tempo para se aterrorizar quando fôr maiorzinho. Ficamos então pela animação francesa e por alguns (raros) filmes Disney mais para a idade dele.

 

E como sempre, regalem-se lá com este excerto do "Princes et Princesses" do Ocelot. Peço desculpa de ser italiano, mas foi a única coisa que encontrei (se não contarmos a versão em turco...). Acabou por ser uma coincidência, porque eu vi isto nos anos 80 nesta mesma língua!

 

 


publicado por parislasvegas, às 08:20link do post | comentar

Ando a rever os clássicos (muito clássicos) da Disney para ver o que posso mostrar ao meu filho. Como é que nós víamos aquelas coisas e ainda somos bons da cabeça? não sei....A Branca de Neve é de uma crueldade extrema, a madrasta má como as cobras, a imagem no espelho assustadora, as cenas de erotismo reprimido doentias...O Bambi é aterrorizador, com a morte da mãe e a solidão da pequena cria. Enfim, talvez isto sejam os meus olhos de adulto, mas não sei se quero expor o meu filho a isto.

Entretanto ainda tenho o Fantasia na calha para ver, que é o primeiro e do qual já não me lembro. Espero que seja melhor, porque o miúdo adora o Mickey.

 

 

-Neste momento tenho a cena da Branca de Neve a cantar e o passarinho a seguir as notas (não sei se se lembram que no Shrek a Princesa/Ogre faz o mesmo e o pássaro explode) e a minha cadela está a enlouquecer com os agudos. Anda maluca pela casa a ladrar ao pássaro invisível.-

 

 

 No meio disto tudo acho que sempre é melhor ver o gato das botas ser apanhado com erva no bolso (Shrek II) do que viver o sadismo da madrasta da branca de neve, mas isto sou eu que devo ser uma perigosa esquerdista.


05
Mai 09
publicado por parislasvegas, às 11:42link do post | comentar | ver comentários (1)

Como toda a minha geração, lamento o desaparecimento do homem que me despertou o interesse para o cinema de animação. Já crescidinha, continuo completamente viciada em coisas como esta:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Obrigado Vasco!


17
Abr 08
publicado por parislasvegas, às 19:24link do post | comentar | ver comentários (2)




A blimunda recomendou-me o filme Caramel da realizadora libanesa Nadine Labaki que, para retratar as solidariedades e condição femininas em Beirute, escolhe centrar a acção da película num salão de cabeleireiro .

Adorei o filme que, para além de um excelente argumento, me transportou para um sítio que eu adoro: o salão típico, mais ou menos decrépito, onde as conversas oscilam entre o insignificante e o sentido da vida.

Das viagens que tenho feito e nos países onde tenho vivido, fujo dos cabeleireiros franchisados e arrisco sempre (por vezes com péssimos resultados) o salão local, com o décor de há 20 ou 30 anos atrás.

Tenho conhecido personagens impagáveis e saído com os penteados mais loucos que se possam imaginar.

Em Kiev, frequentei um salão minúsculo, praticamente um corredor. Sem decoração que não fossem as cadeiras de barbeiro e os espelhos, porque não havia dinheiro para mais.

A Vita , minha manicure e o marido, meu colorista e cabeleireiro, tinham vivido até à independência como operários metalúrgicos em Donetsk . Construíam carruagens de comboio e viviam num pequeno apartamento comunal para operários. Pode parecer-vos incrível, mas eles falavam com saudade desses tempos em que tudo o que era preciso para poder comer decentemente era passar uma garrafa de vodka ao talhante.

Depois de 91, a única oportunidade de mudar de vida foi emigrar temporariamente para a Alemanha para tirar cursos de estética. E eles agarraram a nova profissão com as duas mãos. Ou era isso, ou os três filhos do casal não comeriam.

Em Banguecoque fui a um salão todo cheio de dourados forrado a veludo verde-irlanda e saí de lá loira platinada, cor que durou quinze dias....o tipo não teve culpa. Ninguém pinta o cabelo de loiro por aquelas paragens.

Tive uma conversa alucinante com o cabeleireiro que, aparentemente, conhecia todos os portugueses da cidade.

E o que dizer do meu casamento em Pequim?? eu saí do hotel para comprar o bouquet (só isso dava outro post) e quando cheguei  o mulherio da festa estava em pânico: tinham ido arranjar o cabelo e pareciam saídas de uma sitcom dos anos 60. Tudo de cabelão enorme e ripado. Felizmente a cerimónia foi ao final da tarde, o que deu tempo a todas de lavar a cabeça e mudar para algo mais simples.

Mesmo assim, enchi-me de coragem e lá fui. Afinal, noiva que é noiva vai arranjar o cabelo no dia em que se casa. As fotos documentam bem a minha banana ao estilo rocka-billy.

Melhor do que esta, só a vez em que fui arranjar as unhas a um salão de bairro em Pequim e saí de lá com unhacas de acrílico de 5 cm cada. Um must.

Aqui a experiência é muito parecida com a do filme da Labaki: duas horas para arranjar o cabelo. Uma para beber café e outra para lavar e secar a cabeça.

O salão parou no início dos anos 80, decoração mais pirosa não há. Mas o mulherio cá do bairro adoptou-me: quando eu estou só se fala inglês para eu poder participar nas conversas e ando a aprender mais grego com elas, uma vez por semana, do que nestes últimos seis meses de permanência na Ilha.

Até em Paris, capital do cabeleireiro franchisado, consegui encontrar no meu bairro um salão tranquilo ("só" era preciso reservar com uma semana de antecedência) que tinha a seu desfavor o facto de não ser piroso - isso não existe nos bairros finos de Paris - e a seu favor o facto de ser propriedade de um português enorme, gabiru latino de rabo de cavalo e mulherengo até dizer chega, mas que fazia milagres com a tesoura (e, segundo as outras senhoras, com outras coisas também...).

Em conclusão - não se conhece a alma feminina de um país enquanto não se frequentam os salões de bairro.

Não se esqueçam de agendar uma ida a um salão na vossa próxima viagem. Por vezes, é uma aventura maior do que ir escalar uma montanha ou passear na selva, porque tal como estas, tem os seus riscos. O que vale é não há mal capilar que sempre dure...

 

08
Abr 08
publicado por parislasvegas, às 15:40link do post | comentar


Não é costume neste blog comentarem-se livros ou filmes. Mas há alguns que são tão bons que se impõem. Sobre o filme, apenas digo que vale a pena ver. O que eu quero escrever é sobre as críticas que eu tenho lido ao filme.

Parece-me idiota que se diga que este filme dá "outra visão do Irão". É preciso ser-se muito ignorante para pensar que os iranianos são todos uma cambada de fanáticos religiosos e anti-ocidentais.

A história da Marjane Satrapi não é diferente da história de outras iranianas que conheço, como a minha amiga A. (da mesma geração) que foi recambiada aos 14 anos, sozinha, estudar para Marselha.

Actualmente a viver em Paris (tal como a Marjane) a minha amiga tem sempre a casa cheia de alguém que escolheu "imigrar", ou que precisa de sair de lá temporariamente. Estes "alguéns" são família, vizinhos, amigos e até amigos de amigos. Para o marido francês de A. era difícil lidar com a situação, o apartamento minúsculo sempre debaixo de uma invasão persa. Mas é a vida.

Este filme pode, realmente, informar muita gente distraída sobre o Irão moderno e como se vive a vida nas casas  da elite bem-pensante, mas, para mim, é muito mais. É a história Universal de uma mulher que se descobre através de uma vivência multicultural e o encarar de frente das suas raízes. A isso chama-se crescer. É verdade que as pessoas crescem depressa nas adversidades, mas dói mais.

Por isso vos peço que vejam o filme sem pensarem que estão a ver uma história iraniana. Para mim, é uma das melhores películas sobre dores de crescimento.


 

30
Mar 08
publicado por parislasvegas, às 21:49link do post | comentar
Todas as mães de primeira água, especialmente as mães que trabalhavam mais de 10 horas por dia antes de terem crianças, escrevem nos respectivos blogs sobre as resmas de livros de lêem, ou sobre as horas de televisão que vêem.

Eu consegui resistir até agora.

A verdade é que os últimos 9 meses têm sido passados a papar filmes, séries e livros, num ritmo inimaginável.

Eu que já conseguia ler uma média de 2 livros por semana, agora tenho que parar de ler porque o orçamento não dá para tanto. São os aspectos positivos da maternidade, para além de conseguir acompanhar os nossos pequenos.

Estou aqui à frente da TV a ver " The spy who loved me" de 1977, pela primeira vez.

Apesar do Roger Moore não ser o meu 007 favorito, e das Bond Girls serem mais gordas do que eu (meu Deus, como o conceito de mulher sexy mudou em 30 anos!!!) o filme safa-se pelas cenas lindas de perseguição no espectacular Lotus Esprit ( eu e a minha paixão por Lotus), o cenário fantástico do Egipto e a quantidade de pancadaria corpo a corpo em hotéis de luxo, filmadas com os protagonistas em smoking e em vestido de noite. Chamem-me snob, mas por isto é que eu gosto de Bond, James Bond.
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06
Nov 07
publicado por parislasvegas, às 22:09link do post | comentar | ver comentários (3)

 

Por vezes é difícil chamar os bois pelo nome, é preciso coragem e muita desilusão com o mundo para o fazer.

 

Eu já tinha achado o Blood Diamond um excelente filme, embora com algum sentimentalismo estúpido pelo meio (não comprei a regenaração do mercenário rodésio) já nomeava bastantes bois e acabou por trazer para a ribalta os problemas dos diamantes de sangue e das crianças-soldado.

 

 Mas bom mesmo é o Lord of War, baseado na história verídica de Yuri Orlov um ucraniano que se tornou nos anos 90, um dos maiores traficantes de armas do mundo. Recomendamos.

 

 

 

Ps- grande desilusão em DVD deste ano: Babel - como se diz em estrangeiro: plain stupid.

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18
Out 07
publicado por parislasvegas, às 09:42link do post | comentar | ver comentários (5)

Tenho andado a pensar que vai demorar muito, mas muito tempo ainda para poder mostrar ao kiko os meus filmes de animação favoritos. O Tim Burton não é muito recomendável para criancinhas, para grande pena minha que só agora comecei a dar a conhecer os filmes do dito cujo aos meus outros dois filhos "emprestados".

 

Mas outro dos meus grandes favoritos é o Michel Ocelot e esse é óptimo para crianças pequenas - quem não conhecer dê uns cliques em baixo. É muito melhor do que qualquer enlatado da Disney.

 

Este francês, nascido na Guiné-Conakry, é conhecido pelo seu desenho recortado e pormenorizado, mas também pela vontade de contar histórias de outros Continentes e povos, que não aparecem normalmente nas "fairy tales" dos estúdios americanos.

 

 

 

Kirikou e os animais selvagens

 

 

 

 

Azur e Asmar

 

 

E para quem pensa que não conhece os filmes do Ocelot, alguém se lembra de ver na RTP, nos anos 80, uma série chamada "A Princesa Insensível"?? refresquem a memória aqui em baixo:

 

 

 

 

Nem só de Disney e Pixar o mundo é feito.

 

ps- eu sei que, no fim de contas, o kiko vai é querer ver a m*rd* do Noddy,mas ninguém me pode censurar por tentar impingir-lhe coisas melhorzinhas...


16
Out 07
publicado por parislasvegas, às 08:34link do post | comentar | ver comentários (1)

 

 

Grande fã de Vermeer e de Eduardo Serra (estranha conjunção...) vi anteontem pela terceira vez "Rapariga com brinco de pérola". Não sou lá muito cinéfila, mas não me canso dos filmes que me caem no goto. Neste caso, cada vez que o vejo reparo em mais um pequeno detalhe soberbamente retratado.

 

   


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