Histórias de uma portuga em movimento.
05
Jul 07
publicado por parislasvegas, às 18:14link do post | comentar | ver comentários (2)

41 semanas e meia de gravidez, gorda que nem uma texuga e com uma ruptura muscular no joelho (21 quilos a mais fazem mossas inesperadas) lá me vou arrastando entre ataques de mau humor e resignação.

 

Como isto não desenvolve, nem da minha parte, nem do puto, o médico resolveu "dar-lhe uma oportunidade" (que é como quem diz que no fim-de-semana não dá jeito ir trabalhar) e marcou cesariana para segunda. Até lá, entre centenas de CTGs e repouso quase total (a merda do joelho), vou mas é aproveitar para dormir as últimas noites seguidas dos próximos 18 anos.

 

 


19
Jun 07
publicado por parislasvegas, às 15:28link do post | comentar

Vou andando por aí a vaguear o mais que posso. Tento aproveitar os últimos tempos desta cidade apesar da barriga de quase nove meses. Quero vivê-la como se fosse minha nestes últimos dias, como se eu não fosse estrangeira (como todos os outros parisienses, aliás).

 

Tenho andado sinceramente deprimida. Por deixar Paris, por ter chegado a uma encruzilhada na minha carreira, por ter que abandonar tanta coisa que gosto. Certamente o facto de estar quase a parir tem acentuado a sensação de finalização de algo, de encerramento de capítulo  -de closure " como se diz em inglês.

 

Ao mesmo tempo é preciso reagir e preparar-me para a nova vida - acabar de arranjar os últimos detalhes para a chegada do bebé mostrar a casa a agências de aluguer, negociar preços de companhias de mudanças internacionais, enviar Cvs , etc. Tudo isto me custa horrores quando só me apetecia ir dormir e acordar no próximo destino, já de bebé nos braços e de nova casa montada.

 

Entretanto foi repetindo os meus mantras : é preciso é ter saúde,com calma tudo se faz, isto vai correr tudo bem, tudo tem solução, e outras banalidades do género a que recorro quando começo a ficar seriamente atrapalhada. É nestas horas que a minha portugalidade emerge - através da psicoterapia barata (em todos os sentidos) do zé-povinho.

 

 

 


04
Jun 07
publicado por parislasvegas, às 10:23link do post | comentar | ver comentários (6)

and 20 kgs latter....

 

 

 

From now on - is the final countdown.

 


28
Mai 07
publicado por parislasvegas, às 12:35link do post | comentar | ver comentários (5)

Os dias têm passado demasiado rapidamente para dias tãos desocupados. Tento recuperar o tempo que perdi em correrias e stresses no início da gravidez e o resultado está à vista: acabaram-se os sinais de parto permaturo - finalmente, o kiko parece estar a sentir-se confortável na barriga da mãe e o meu sentimento de culpa desapareceu, dando lugar a uma sensação assim a modos que de ...cábula...

 

Decididamente não estou habituada a não fazer nada.

 

O terceiro trimestre, esse perído horribilis onde toda a gente se sente mal e pesada e dorida e etc acaba por ser, para mim, o melhor período da gravidez. As aulas de preparação para o parto, com acumpuntura incluída, ensinaram-me a controlar a posição deste malandro, que tinha tendência a instalar-se em cheio na bexiga e me estava a impedir de fazer coisas tão simples como estar de pé e andar.  Desde que aprendi a deslocá-lo a minha vida melhorou consideravelmente. 

 

As aulas de preparação são excelentes - pontos de energia, exercícios de relaxação, estímulos músculares através da concentração e respiração. É tudo fantasticamente new-age-hippie. Só falta fumar um charrito durante os exercícios. Claro que tenho poucas ilusões sobre a hora h propriamente dita. Quais respirações quais exercícios musculares. Duvido que me lembre de algum ponto de energia ou doutra merda qualquer, hei-de gritar pela epidural e mais nada. Mas enquanto a hora não chega, os exercícios neo-hipalhados ajudam-me a manter a serenidade necessária.

 

Isto porque como se não bastasse o facto de estar muito prenha, com a cria quase a saltar daqui pra'fora e com os nervos todos que isso implica para uma control freak like me, ainda tivemos umas semanas muito agitadas com o processo decisório que levou à definição do novo país, que será a nossa casa nos próximos 3-4 anos.

 

É isso mesmo. Perceberam bem. Vamos sair de Paris (chuif,chuif) e mudar, uma vez mais, de país. Por diversas razões, ainda não posso dizer aqui no blog para onde vamos (a informação que tenho é só oficiosa e não oficial) mas já posso adiantar que, provavelmente, não sairemos deste Continente.

 

Quer isto dizer que, para além da mudança de vida crucial que é ser mãe, ainda vou ter uma mudança de casa, adaptação a outro país, aprendizagem de uma nova língua (nenhuma das seis que falo serve naquele país) e, como se não bastasse, mudança de profissão, porque lá no sítio ser-me-á impossível exercer a minha.

 

Agora já perceberam o títiulo do post???

 

 

Bom, no meio disto tudo deixei de ter concentração para tudo o que sejam actividades intelectuais e passei a ter que ocupar o meu tempo com trabalhos manuais. Eu, a miúda das duas mãos esquerdas, ando a fazer bugigangas. Quinquilharia, pechibeque. As pessoas presunçosas chamam-lhe "bijuteria". Quando tiver tempo de tirar fotos logo posto aqui as cenas que tenho feito.

 

Wish me luck for another new life. Estamos como os gatos....

 

 


02
Mai 07
publicado por parislasvegas, às 11:50link do post | comentar | ver comentários (2)

30 semanas de gestação e estou mesmo muito grávida. Demoro duas horas a despachar-me de manhã entre o duche que se tornou uma eternidade de gel especial para isto, leite  antialérgico para aquilo e shampô XPTO para não ficar a parecer a madame min .

 

Solução de água mineral e pepino para a cara para controlar o acne, gel vegetal para evitar as estrias, creme gordo para o peito. Enfim...Tornei-me hipersensível a tudo, qualquer coisinha me provoca acnes, alergias, comichões inimagináveis.

 

Podia ser pior.

 

O vestir tornou-se um show acrobático do qual saio já a precisar de outro duche, toda transpirada com as contorções que o simples facto de calçar um par de ténis implica. Teimosa como sou ainda consigo cortar as unhas dos pés, muito embora apanhar coisas que me caiam ao chão já seja mais difícil.

 

Quase nunca peço ajuda para nada mas acho que vou ter que começar a pedir ao Xano que me ajude a levantar de algumas cadeiras cá de casa (nomeadamente das cadeiras reclinadas da Ikea, verdadeiras armadilhas: atraem porque são confortáveis mas depois já não me levanto) antes que me espalhe a tentar armar-me em independente.

 

Ir trabalhar tornou-se um sacrifício monstruoso - enfrentar o trânsito infernal de Paris em hora de ponta quando não se consegue ficar sentado mais do que um quarto de hora é obra! Passa-se o dia todo com dores de rabo e costas à conta do carro, mais o exercício de ter que ficar sentada e imóvel à frente do computador.

 

 Ir a reuniões tornou-se uma tortura da estátua. À conta do sofrimento físico deixei de ser capaz de me concentrar e ouvir o que se passava à minha volta. Tudo isto aliado ao stress e ao facto do kiko estar muito baixo e todo preparado para sair disparado cá pra fora, tem-me provocado contracções regulares desde a 28ª semana.

 

De forma que, como podem imaginar, foi com grande alívio que ouvi os ralhetes do médico a semana passada e que recebi o papelito da baixa. Pela primeira vez em sete meses não discuti com ele, nem tentei negociar dias para ir trabalhar. Disse que sim senhor e acabou. Acho que o homem deve ter ficado espantado...

 

Como já vem sendo hábito levei outro ralhete fenomenal por causa do meu peso. E ele teve razão. Não me dei conta, mas engordei 5 quilos este último mês, nem percebo como. Estou um verdadeiro bisonte, um elefante enorme com dificuldades em dormir por causa do meu próprio peso. Agora ando em dieta que me lixo. Para além de passar fomeca (psicológica, mas fomeca ) fico intratável, brusca, mal-educada e irritada. Acho que isto é uma questão de me habituar a comer melhor e menos e para isso também preciso de estar em casa. Sem stresses para "compensar" com comida.

 

 Bom e agora tenho que ir ao escritório arrumar papéis e fazer uma série de telefonemas para encerrar os meus dossiers que ainda estão pendentes. A baixa também é um estado psicológico...

 

 

 

As fémeas cá de casa com a mais gorda de todas já nos 65 quilos (auch!).

 


17
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 18:20link do post | comentar | ver comentários (10)

Ontem com a belli no jardim, parece que nem tenho pança..

 

impressão que depressa se desfaz com esta foto tirada há uma hora:

 

Para equilibrar - cá vai uma foto com a outra gorda cá de casa:

 

 

And last but not least - as fatiotas funkies do Kiko:

bodies para 3 meses.


16
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 17:09link do post | comentar | ver comentários (5)

Mais uma daquelas fotos em que não se percebe nada, a não ser que estou GORDA pra carambas!

 

Tirada a semana passada no nosso jardim em Chavenay,

 

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13
Abr 07
publicado por parislasvegas, às 15:24link do post | comentar | ver comentários (2)

Ando sem paciência para coisas sérias porque tenho demasiadas com que me preocupar neste momento. Decidi que, desde que essas coisas seríssimas não toquem o kiko , me estou cagando para o mundo e para tudo em redor.

 

Da premissa acima descrita abro demasiadas, mas obrigatórias excepções - stresso por causa dos meus, muito embora não seja boa altura. Não consigo evitar.

 

Para me distrair caí em futilidades várias - a PS3 , os DVDs Blue Ray , a edição americana dos X-men , a reciclagem de história de Portugal do século XVI,a literatura indiana, os sapatos às cores e a roupa de bébé fazem parte dos meus alívios.

 

Comprei uma t-shirt dos Rolling Stones mi-nus-cu-la . Mesmo assim o puto vai ter que crescer bastante para encher aquilo. Nesse dia, espeto-lhe o cabelo e ponho-lhe uns jeans rotos. Delícia.

 

Só para contrariar, ainda nos sai um betinho atinado que só gosta de gravatas. Dizem que o desatino mental é genético mas que salta uma geração. Pais desatinados têm filhos atinados e vice-versa.

 

Já não consigo assistir a uma reunião como as pessoas normais. Ao fim de uma hora sentada só quero matar alguém e sair dali a correr. Aguentei-me nos últimos dois dias, estoicamente. Não me apanham em mais nenhuma.

 

Ao fim de sete meses estou a começar a admitir que o meu estado me limita e me torna uma elefanta lenta com muito mau feitio (e com péssima memória). Para piorar as coisas, está a começar a fazer calor em Paris.

 

 

 

 

 

 

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19
Mar 07
publicado por parislasvegas, às 10:51link do post | comentar | ver comentários (5)

Pois é. A baleia foi a casa. Como sempre, deu para muita coisa e não deu para nada.

Para já tenho que agradecer à minha mãezinha, que se deu ao trabalho de cozinhar durante três dias para podermos reunir os amigos em comezaina de matança de saudade. E depois tenho que agradecer a toda a gente que se deu ao trabalho de se deslocar para ver a gorda e, assim, dar a grande alegria a esta desterrada de se sentir em casa outra vez.

Gostei muito de rever toda a gente e, principalmente, de ver como a nova geração está cada vez mais crescida (e aumentada). Foi bom conhecer a MI e a Maria e ver o quanto cresceu o resto da miúdagem . O kiko já tem muitos amigos e espero que possa encontrar-se muitas vezes com o ZP e com o Lourenço que, por enquanto, só têm meninas para brincar...

Dizem que , com o tempo, nos transformamos nos nossos pais. Para a nossa geração essa transformação demorou, mas já chegou. Quando nos vejo todos reunidos só me lembro das farras que os nossos pais faziam e que juntavam muitos de nós, ainda de fraldas.  Claro que os "velhos" nos continuam a considerar uma cambada de irresponsáveis, uns miúdos, que não sabemos o que fazemos e etc. Faz parte do generation gap ", haja paciência. Finalmente, passámos a geração sanduiche - entalados entre a criançada e os velhos - passamos a ter responsabilidade de um lado e do outro.

Que haja muito copo e muita farra para compensar o peso dos dias!

No Domingo, para não ficar com pena de deixar uma Lisboa ensolarada e ainda com o coração quente de tantos gestos amigos no Sábado, tive de chegar ao extremo de comprar a CARAS para ler no avião. Quando cheguei a Paris, já ia muito aliviada de ter saído dessa terra, cheia de gente meio pirosa que nem conheço de lado nenhum.

Esta de comprar revistas "socialite " quando não me apetece ir embora é um velho truque que me foi ensinado por um colega de profissão. Quando se começam a passar as páginas e a dizer "quem é este??" e "que cena mais estúpida", "que cena mais pirosa" - é tempo de sair do país. Claro que eu não aconselho este truque a nenhum de vós, porque teriam que sair todos de Portugal, e em passo acelerado.

 Agora esperam-me mais três ou quatro meses sem por os pés em casa, mas, desta vez (e apenas desta) é por uma boa causa.

 

 

 

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08
Mar 07
publicado por parislasvegas, às 16:54link do post | comentar | ver comentários (2)

Comer sopa fria de cenoura com coentros logo de manhã - só costumava fazer isto em casos agudos de ressaca alcoólica , agora transformou-se em pequeno-almoço delícia.

Sonhar com cigarros a toda a hora do dia e da noite - eu sabia que era junkie , mas não tanto.

Comer queijo fresco com compota - Eu ODEIO compota!

Calcular mal os espaços e insistir em passar pelas mesmas frestas estreitas do costume, apenas  para reparar que estou entalada e que tenho que desviar qualquer coisa para sair dali.

Falar em voz alta com o kiko ("Boa filho! com mais força!" - para os pontapés que não doem e "Então filho?isso faz-se??" - para os que doem) e não perceber porque é que está toda a gente a olhar para mim.

Não conseguir nem cheirar vodka - eu ADORO vodka!

Dar descomposturas a quem já há muito as merece.

Dizer " estou-me cagando " aos meus chefes e referir-me a alguns assuntos de trabalho como "essa bela merda " - algum dia haveria de chegar a isto...

Instalar uma "cama" no gabinete e não  ser  capaz de a usar porque "no serviço não se dorme" - vou precisar mandar à merda os meus princípios.

Ter os olhos marejados de lágrimas quando o vi chuchar no dedo pela primeira vez.

Lutar frente ao McDonalds com toda a força de vontade para não ir comprar Sundays - eu ODEIO McDonalds .

 

 

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