Histórias de uma portuga em movimento.
16
Jun 10
publicado por parislasvegas, às 14:22link do post | comentar

Tempo para ler o que gosto;

Guito para comprar o que gosto de ler:

 

Diplomatie (França)

Lire (França)

Harper's (EUA)

The Atlantic (EUA)

Foreign Affairs (EUA)

Foreign Policy (EUA)

Spectator (UK)

 

Isto tudo e mais uma Vogue de vez em quando (de preferência a francesa ou a italiana) e é uma verdadeira renda só para me sustentar o vício.

Se podia ser pior? Claro, as drogas são mais caras....


publicado por parislasvegas, às 08:56link do post | comentar

Os cafés gelados;

O calor abrazador destes Verões;

O Sol, muito, sempre (tirando as semanas de tempestade de areia);

As folhas de vinha recheadas;

As flores de abobora recheadas;

O Iogurte grego;

O feta fresquinho com orégãos e azeite;

O Pimm's com muito gelo e pepino (cocktail de brandy, tradicionalmente inglês, mas que se deve beber só aqui...)

O Brandy sour (idem)

O Hummus;

O pão libanês;

Deixar o meu carro aberto e não se passar nada;

Deixar a minha casa aberta e não se passar nada;

Passar as tardes na piscina com o meu filho;

Marcar consultas de hoje para hoje ao telemóvel com os médicos;

Pagar 20 euros por uma consulta de especialidade;

Falar (mal) grego;

Dizer o que me apetece quando me apetece (assim como assim ninguém me entende);

Exibir as tatuagens;

Cozinhar com tempo e experimentar coisas novas todos os dias;

Não levar o puto à escola se me apetecer passar um dia com ele;

O Mediterrâneo;

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07
Jun 10
publicado por parislasvegas, às 15:09link do post | comentar


 

 

 

O Papa visitou a Ilha nestes últimos três dias, a Comunidade Católica encontra-se quase toda concentrada no mesmo bairro, colado à linha divisória que separa as forças Governamentais das tropas turcas que invadiram a Ilha em 1974.

Toda esta zona é patrulhada pela UNFICYP que se instalou aqui em 1964 e que, mesmo assim, não conseguiu evitar o inevitável da ocupação, guerra civil e partição que se seguiu, situação que continua até hoje.

 

Dada a proximidade das áreas da visita papal à zona de delimitação, foi acordado que seriam os capacetes azuis a fazer a segurança, o que é compreensível, visto que as forças de uma parte e de outra não podem aceder à zona em questão.

 

Acontece que a escolinha do Kiko fica entalada entre duas igrejas católicas a Sul e uma mesquita ao Norte (o que vale é que a escola é laica) e a directora, muito sabiamente decidiu fechar o estabelecimento durante a visita por uma questão de segurança e conforto das crianças. Mesmo assim, a escola encheu-se de capacetes azuis nos dias anteriores à visita, que passaram a escola a pente fino e aterrorizaram o meu miúdo.

 

Quando o fui buscar na Quarta-feira, ele só dizia "os soldados vão me matar" e eu sem perceber a razão de tanto pânico, até que nos cruzámos com três capacetes azuis, que muito tranquilamente se passeavam de metralhadora às costas e gelado na mão. Lá fui ter com os senhores, para eles dizerem olá ao Kiko e para o puto perceber que eles são "dos bons" soldados. Estive a explicar que os senhores das boinas azuis são muito bonzinhos e não matam ninguém. Só andam de metralhadora ao ombro para meter medo aos maus. E se alguém se porta mal eles dizem logo:"mau, maria...queres levar um estalo?" em vez de disparar a matar.

 

Enfim, política internacional explicada às criancinhas....

 

Mas no fim o Kiko ficou fã e agora quando brinca com os seus helicópteros dou por ele a dizer "lá vem o 'cótero dos pacetes azuis!!!Vamos matar os maus!!!" Hoje, quando o fui buscar à escola disse-me que queria ser "chapeau bleu" quando fosse grande, lá estive meia hora a convencê-lo que se dizia "casque bleu" e não chapéu, mas acho que essa parte não lhe entrou muito bem, porque eles aqui andam de boina e não de capacete, de modo que até tem lógica.

 

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17
Mai 10
publicado por parislasvegas, às 22:38link do post | comentar

Fim de semana passado aqui, para recarregar baterias e namorar, muito, mas muito.

 

Não há fotos, porque havia demasiada luz por todo o lado e não levámos a câmara de jeito, só telefones. Não ficaram nenhumas decentes para contar a história. Limassol é a verdadeira Capital cosmopolita de Chipre, sendo que Nicósia é a Capital política, mas um bocado pobrezinha de entertenimento e agitação noturna.

 

Fizémos os 70 quilómetros que separam as duas cidades num tempo recorde para um carro com 45 anos (velhinho, mas ainda para as curvas) - só uma hora! Chegámos a meio da tarde de Sexta, ainda a tempo de marcar o Roku, restaurante japonês, cuja fama de ser o melhor da Ilha tivemos que comprovar em pessoa.

Descansamos até ao jantar e depois lá partimos a pé para uns saketinis e uns caranguejos divinais. A mistura de saké com chá verde foi agradavelmente surpreendente, mas muito perigosa: aquilo até parece que nem tem alcóol, mas depois bate com uma força inesperada. A comida foi uma das melhores experiências sensoriais que tivémos em Chipre, coisa difícil para palatos portugueses, e ainda mais quando se vem de Paris. Aprovado e com distinção.

 

A noite foi acabada tranquilamente no bar do hotel, com vista para o mediterrâneo com uma luz de lua fantásticas que os vodkas russos melhoraram.

 

O sábado foi passado a vegetar na piscina, entre Perriers e banhos, com sesta intercalada. Bom programa, portanto.

 

À noite fomos verificar o andamento da cidade velha, com jantar no Beige, restaurante de um bom gosto irrepreensível. Não sei se gostei mais do ambiente se da comida. Uma festa.

 

Infelizmente, para estragar a noite, a equipa local, o Apollon, descolou o segundo lugar no campeonato nacional, pondo a cidade ao rubro e a minha cabeça em água com tanta apitadela e tanto foguete. Quer dizer, a coisa é folclórica e tal, mas eu estou velha e tanta confusão já é demais.

Mesmo assim agradeço ao Apollon a sua vice-vitória (é que nem foi o primeiro, mas o fanatismo futebolísco é uma coisa intangível para mim) porque me deu a oportunidade de ver uma das coisas mais estranhas da minha vida: uma família inteira, vestida a perceito e com os cachecóis da praxe, metida num barco atrelado a um jipe (conduzido de certo pela mãe mais envergonhada do mundo) a fazer uma festa como se fossem do Benfica.

 

A noite acabou de novo no Bar do hotel, onde pelo menos os foguetes não se ouviam (tanto).

 

A manhã de Domingo revelou-se difícil, pela falta de descanso geral (sim, há partes da história que vos oculto) e fui recuperar no Spa do hotel, onde para além da simpatia extrema e da massagem ainda tive o luxo de ser atendida em português!

 

E assim se passou um dos fins de semana mais felizes da minha vida. Amanhã lá volto aos armários, que esta Segunda foi para descansar!

 

 

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publicado por parislasvegas, às 15:43link do post | comentar | ver comentários (4)



1) Every 3rd person you know owns a Mercedes
2) Every 2nd person you know owns a diplokampino (carinhas de caixa aberta)
3) You can buy souvlakia at any time of the day.. or night
4) Football is the national sport
5) You go to football games to swear instead of watch the match
6) There's at least 1 periptero (quiosque) on every corner and 3 on every street
7) The bus comes 40 mins late
8) Cars beep at bikes
9) Your neighbour cooks souvla on all 52 Sundays of the year
10) Condoms are sold right next to the bubble gum in shops
11) Anyone can buy alcohol
12) There is no such thing as queues
13) You know the person in the car next to you
14) People wear sandals in public
15) Every old person has a moustache. Including the women.
16) You shout Andrea and half the people turn around in a crowd
17) You should maria = the other half turn around
18) Digital T.V hasn't been introduced
19) Bread and Halloumi are always served first at any restaurant
20) Blonde people are considered gods
21) Blue eyed people = even more so
22) You have 6 koumparous at your wedding
23) People clap when you're landing in the plane
24) Parking is either:
-A race against time or
-A civil war waiting to happen
25) Everyone hates foreigners
26) Cereals are known as "kkofleiks"
27) The greek translation for thank you is "thank you"
28) Sorry = sorry
29) All singers sound the same
30) The most famous song apart from the national anthem is the RIK radio song every morning
31) Everyone has a shirt of Che Guevara
32) Zivania is the answer to all problems
33) A Cabaret means a whorehouse
34) Teenagers who start university will go into accounting. Period.
35) "Happy Birthday" is always followed by the greek bday song
36) 7 year old boys drive
37) People compete to see who has the biggest pillar in front of their house
38) When the house is built after 900 years, the pillar is still too short
39) The house opens up into the T.V room
40) There's never too many churches
41) Priests marry
42) If your neighbour has a better Merc/BMW, buy another
43) Only maids take the bus
44) People fight over who pays the bill
45) Cartoons are known as Mickey Mouse
46) You grew up listening to Pompo jokes
47) All Arabs are terrorists
48) The first message you get when you land is by Vodafone
49) Your giagia (avó) force feeds you louvi and angouraki
50) You don't buy cats. You find them
51) Lanitis has been around since the beginning of time
52) You've been hit by a pantofla (pantufa) at least once
53) Watermelon is eaten with halloumi
54) People wear shoes without socks on
55) When you're coming back from Troodos and you put a bunch of snow in the back of your car
56) Taxi Drivers wear 2000 rings on their fingers
57) Compoloi and pilotta should be made into Olympic sports
58) Every car ride turns into a near death experience
Recebi isto no meu mail hoje e ainda não consegui parar de rir. Há coisas que vos podem parecer mero gozo, mas existem na realidade como a nº55, por exemplo. Da primeira vez que fomos às montanhas e vimos o pessoal a encher os carros de neve para trazer para baixo nem queríamos acreditar (principalmente porque as diferenças de temperatura são tão acentuadas que descendo 30 metros a neve já derreteu...). Havia pessoal com as carrinhas de caixa aberta (nº2) carregadinhas de gelo!
De resto há muitas coisas parecidas com Portugal, como as avós que alimentam toda a gente à força, os bigodes das senhoras idosas, os pintas taxistas de anéis nos dedos e, claro, a paixão pelo futebol e os insultos ao árbitro.
Com a nova lei que proíbe os cigarros em todo o lado, houve uma coisa que se perdeu, que era ver os funcionários públicos a atender utentes de cigarro ao canto da boca, motoristas de autocarro a conduzir de cigarro na mão e polícias a passar multas também de cigarrinho em riste. Isto perdeu-se mas os motoristas de autorcarro continuam a conduzir e a falar ao telemóvel ao mesmo tempo, ainda não vi um a ser multado. Deve ser a privação de nicotina que torna a polícia mais distraída.
De resto esta Ilha tem mais em comum com Portugal do que o parece (sendo que as sardinhas são para nós o que o souvla é para eles). Vou ter saudades, ó se vou...

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21
Fev 10
publicado por parislasvegas, às 10:07link do post | comentar

Longe de mim denegrir a imagem desta cidade linda.

Não pensem que retratei a degradação com o prazer secreto de rebaixar o sítio onde vivo, como fazem muitos estrangeiros.

Nada disso.

Esta cidade está viva, e vive através dos buracos de bala, dos muros de separação, do som das mesquitas rivalizando com os sinos das igrejas.

Dos dois lados da barreira as pessoas seguem como se nada fosse.

Como se não houvesse homens armados em cada esquina, como se os helicópteros de vigilância não existissem. Como se o arame farpado se tivesse dissolvido nestes 35 anos de divisão. 

É nas cicatrizes que marcam as pedras que se vê o que as pessoas tentam negar (por necessidade de sobrevivência, por ignorância ou por simplesmente não quererem saber). O património, assim como a história e as pessoas deste país, sofreu atrocidades e continua a ser um emblema da divisão que vem matando esta Ilha aos poucos. 

Aqui não há culpados, nem inocentes.

Como é hábito nestas situações o que existe é uma grande dose de rancor, intolerância, ódio e, sobretudo, medo.

O medo do outro é que nos faz identificar com os nossos iguais.

À falta de identidade comum, exploram-se as diferenças.

Uma história tão velha como a humanidade...

 

Todas as fotos foram tiradas no mesmo bairro de Nicósia na zona controlada pelo Governo da República de Chipre, daí a escolha da banda sonora em grego....

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07
Out 09
publicado por parislasvegas, às 08:04link do post | comentar

Queixava-se uma das recém-chegadas que esta Ilha é tão árida no plano artístico como de paisagem.

Este é um dos defeitos apontados pelos poucos amigos que conheço na comunidade artística, tanto autóctones, como estrangeiros.

Eu, habituada que estou a analisar tudo em termos sociológicos  e políticos tenho uma certa teoria sobre isso, mas não invalida que os artistas que escolheram aqui fazer a sua vida decidam abandonar a ilha mais cedo ou mais tarde.

Na minha opinião, não se pode esperar que uma sociedade maioritariamente rural comece a desenvolver cinema experimental ou pintura de vanguarda de um dia para outro só porque é isso que se faz no estrangeiro.

Quem se vem meter numa aldeia (desenvolvida, mas aldeia) não pode esperar mentalidade aberta nem muito menos um público educado nos conceitos das sociedades pós-industriais.

E depois há a questão da colonização cultural.

Aqui na Ilha foi coisa que começou cedo, com a expansão das colónias das cidades-estado gregas. Perdeu-se a língua e o alfabeto cipriota, e, acima de tudo, perdeu-se a particularidade de algumas formas artísticas exclusivas da Ilha (como os trabalhos em ouro ou em estatuária que eram únicos no mediterrâneo) para começar a alinhar pelo diapasão do classicismo helénico.

O período do domínio ptolemaico também não ajudou, com os artesãos a alinharem pelo estilo egípcio.

A seguir veio a cristianização e aí...bem, sem comentários...

De modo que a expressão artística da Ilha foi sempre amordaçada, trabalhando com os símbolos e artes que eram aceitáveis pelos poderes dominantes da altura.

No século XIX, em vez de sofrer uma revolução industrial, modernizar-se e urbanizar-se (que, nas condições da altura seria impossível), a Ilha foi arrancada ao Império Otomano pelos Ingleses.

O período colonial Britânico caracterizou-se por uma falta de desenvolvimento económico. A Ilha foi tratada como uma base militar e não como um território que interessasse arrancar à pobreza. A população manteve-se rural, com baixos níveis de literacia.

Se esta Ilha tivesse tradição marinheira, tudo seria diferente.

Os contactos que se abrem a quem faz comércio com outras paragens, os mitos e perigos do mar, a nostalgia de terra e a constante inadaptação de quem nunca pára, ainda fornecem material de sobra para forjar bons artistas (vejam-se os Gregos e os Portugueses), mas não. Esta gente é apegada à terra e aterrorizada pelo mar, donde só vêm males, como os navios de conquistadores ou hordas de piratas sem piedade. 

Cada sociedade é produto da sua história, não se pode querer Nova Iorque em Beja.

Claro que é sempre preciso pioneiros que estourem com as visões instaladas. E eu espero que os meus amigos artistas consigam plantar um Oásis no meio de tanta seca...

 

 

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22
Mai 09
publicado por parislasvegas, às 16:09link do post | comentar

Sabem aquelas coisas que os portugueses dizem de Portugal? Que não há direito, que isto só neste país, que nem parece Europa, que terceiro-mundo, que desorganizado, que retrógrado e tal? Bom, há muito tempo que insisto em dizer que tudo isso está correcto, mas também acaba por envenenar a maneira portuguesa de estar na vida e no mundo. Numa frase - todos se queixam e ninguém mexe uma palha para melhorar a situação- isto tem-me intrigado a vida toda porque não compreendo como é possível que um povo inteiro identifique os seus erros, mas nunca os corrija.

 

Nos últimos anos tenho desenvolvido a teoria da pobre comparação - os portugueses não são pessoas muito viajadas e têm tendência a pensar que tudo o que é estrangeiro é melhor do que o produto nacional. Claro que isto só justifica a parte das críticas, mas não justifica a parte da inércia. Aliás, a grande característica do povo português é justamente essa - a inércia. Pelos vistos, dar novos mundos ao mundo esgotou-nos para todo o sempre.

 

Só para animar o espírito derrotista do portuga médio gosto de postar aqui situações que "só em Portugal", com a diferença que, não se passam no nosso país, mas sim nesse mítico éden de perfeição que se chama "o estrangeiro".

 

A título de exemplo, descrevo a minha ida de hoje ao hospital com o Kiko, para a última consulta do pós-operatório com o cirurgião pediátrico que o operou a semana passada (a nada de grave).

Chego ao bairro do hospital e deparo-me com o caos total. Centenas de carros estacionados por todo o lado, uns na diagonal, outros quase no meio da estrada, etc. Devia ser o dia das consultas externas.

Entro no parque subterrâneo e deparo com dois artistas estacionados de viés, ocupando dois lugares em vez de um. Faço os três andares do parque e nem um lugarzinho para amostra. Volto para cima e não consigo sair com a bisarma do Mercedes porque um dos pacientes perdeu a paciência e largou o Jeep no meio do parque a bloquear entrada e saída. Lá saí do parque, deixando para recordação um risco cinzento e profundo na carroçaria branca do Jeep (em Roma, sê romano).

Estacionei a vários quarteirões do Hospital, saquei do carrinho do puto e fui a pé. Chegando à estrada esperei 10 minutos para conseguir atravessar porque não existem passadeiras ao pé do hospital. Aliás, nem ao pé nem longe. Talvez não existam passadeiras porque também não existem passeios. Os caminhos são de terra batida. E isto no centro da cidade.  Depois foi tentar entrar com o carrinho no hospital. Nem imagino a ginástica de quem precisa de entrar com uma cadeira de rodas. As portas não são nem automáticas, nem se fixam abertas, isto num hospital construído há dois anos.  Bom, lá entrei utilizando a técnica do cú: empurra-se a porta com o traseiro, fixa-se a porta com o traseiro e empurra-se o carrinho para dentro do edifício. Quem tem cú, tem tudo.

Parte positiva: esperei só um quarto de hora pela consulta e não a paguei. Como aliás, não paguei as últimas quatro, porque o médico considera que o serviço de acompanhamento da criança depois da operação está incluído no preço da operação propriamente dita, e isso, tal como os passeios de terra batida, o caos no trânsito e a falta de passadeiras, só neste país.

 

Fomos depois dar uma voltinha pelo centro. Estacionei num dos parques municipais (a pagantes), que é suposto ter vigilância permanente. Quando quis voltar para casa, mais uma vez não conseguia sair porque houve uma anta que estacionou o Subaru no meio da faixa de rodagem, apesar das centenas de lugares livres. Depois de muita manobra lá consegui passar, desta vez sem bater.

 

Tanto no hospital como no outro parque fui queixar-me aos seguranças da maneira como os outros idiotas tinham estacionado. Em qualquer outro país se chamaria a polícia e o reboque. Aqui encolhem os ombros e deixam ficar.

 

Dois anos a viver nesta ilha e raramente vejo polícia de trânsito, só estão presentes nas bermas das auto-estradas para medir a velocidade (máximo 100 Km/h, deve ser com medo que o pessoal acelere e caia ao Mar...). Claro que isto é um país tão avançado quanto o nosso e claro que compraram câmaras com radares para detectar a velocidade e fotografar os infractores, mas essas câmaras não funcionam desde que foram instaladas porque o Governo as comprou defeituosas e a empresa que as vendeu esfumou-se no ar.

 

Faz-vos lembrar qualquer coisa???

 

 


13
Mai 09
publicado por parislasvegas, às 13:31link do post | comentar

 Já começaram as caloraças. O ano passado o Verão começou em Abril e este ano toda a gente se andava a queixar da chuva (decidam-se, caraças), de maneira que desde Sexta-feira passada começou o calor a sério e mal se consegue andar na rua. Agora vai ser isto até Outubro. Eu não me queixo. Quero é aproveitar a canícula ao máximo e armar o meu filho de écran total, chapéu e óculos escuros.

 

Eu já ando desde o Inverno com protector 30 na cara (o Sol aqui é lixado em qualquer altura do ano) e agora vou ter que aumentar para 50, mesmo assim andamos sempre escurinhos. Só o miúdo, que nos saiu alemão é que continua branco como a cal.

 

O fim de semana passado, resolvemos aproveitar o início do calor e rumámos ao território ocupado para gozar as praias desertas e de areia fina. Quase não existem infra-estruturas turísticas, mas conseguimos ficar num sítio limpo, ao contrário da primeira vez que fomos.

 

Ainda não há tartarugas a nidificar, mas a paisagem é espectacular, assim a modos que um Alentejo com montanhas. E depois há a cor do Mediterrâneo que é verdadeiramente espectacular.

Na praia onde estivemos a água era tão transparente que enganava, o fundo parecia muito menos profundo do que era na realidade e qualquer distracção nos deixa sem pé. Para quem é bom nadador (como eu, sem me querer gabar) não é problema, mas alguns estrangeiros vêm-se em apuros e as praias daquela região não têm vigilância.

 

A praia dourada

 

A igreja (abandonada) de Dikarpaz, com a mesquita em fundo.

 

 

Aproveitámos também para visitar a zona.

A ocupação desta área pelo exército Turco em 1974 provocou a fuga dos cristãos para o lado Sul da Ilha. Todas as aldeias têm a antiga igreja ortodoxa, muitas vezes transformada em estábulo para os animais.

Uma das poucas que está mais ou menos conservada é a de Dikarpaz, muito embora não funcione (apesar de algumas famílias cristãs terem permanecido na aldeia), a mesquita data dos anos 70.

 

A companhia, apesar de estranha, foi a mais divertida que poderíamos ter: três espanhóis, uma ucraniana, uma letona e nós dois portugueses.

As conversas eram feitas em castelhano polvilhado de expressões e piadas em russo. Como sempre com pessoas que conhecem bem a ex-URSS a noite foi regada com boa vodka. A nossa estadia no Leste europeu faz com que nos agreguemos a ibéricos com o mesmo tipo de experiência.

Estranhos estes latinos eslavizados, mas divertimo-nos que nem uns loucos.

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04
Mai 09
publicado por parislasvegas, às 19:44link do post | comentar

Ultimamente tenho tido a sensação que esta Ilha anda à deriva por mares e oceanos. Isto porque:

 

1) Faz um calor que não se pode;

 

2)Chove a potes (e Senhores, não é água, é lama!);

 

3) Está um vendaval tremendo, as palmeiras dobram.

 

Pelas minhas contas devemos estar a passar o Equador. Em breve atingiremos o Pólo Sul.

Eu aviso quando chegarem os Pinguins.

 

(E daí também pode ser a tal de "climate change" de que o Al Gore tanto fala).

 

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