Para mim, a Itália é o meu segundo país, por várias razões, aprendi italiano quase ao mesmo tempo que o português e passei lá muito bons e muito maus tempos da minha vida. Como qualquer pessoa sensível que se preze, o terramoto do início desta semana tocou-me imenso e não deixo de pensar nas pessoas que perderam as suas famílias e as suas casas.
Nunca fui fã do Berlusconi, mas a verdade é que há que entender a Itália e os italianos para perceber como é que tal cromo foi acabar com primeiro-ministro, não uma, mas várias vezes.
Os italianos são como nós: têm uma classe política sofrível (para não dizer outra coisa) e estão desiludidos com a democracia há muito mais tempo do que nós, logo, fazem escolhas improváveis.
Agora nada, mas nada neste mundo pode desculpar as declarações que o primeiro-ministro italiano fez esta semana, dizendo que para as cerca de 50.000 famílias desalojadas, o facto de estarem a viver em tendas era como um "fim de semana de campismo". Na minha opinião, só há uma palavra para descrever isto: bardamerda.
Mas em democracia cada povo só tem o que merece.
Espero, que com esta bojarda, os italianos entendam, finalmente, que têm um idiota como líder, já que, pelos vistos, não perceberam à primeira...