Histórias de uma portuga em movimento.
29
Abr 09
publicado por parislasvegas, às 13:26link do post | comentar

 

 

Qualidade de trampa porque foi filmado com o telemóvel, mas já dá uma ideia do que é dança do ventre a sério. Estes poucos segundos foram filmados durante a minha festa de aniversário em Beirute, no Líbano em Dezembro do ano passado. 

 

Enjoy.


17
Mar 09
publicado por parislasvegas, às 09:41link do post | comentar

Há quase oito anos que ando a viver em países diferentes, e há quase 15 que ando a saltar pelo mundo.

 

Como eu, existem muitas pessoas que, por diversas razões, andam nisto, mas já há 20 ou 30 anos. Não paro de me surpreender com a falta de flexibilidade mental dessa gente, relativamente aos costumes dos outros.

 

Quer dizer, quem nunca saiu da sua rua, aldeia ou cidade, pode muito bem ficar chocado com as diferenças de costumes, comida, religião e etc de outros povos, ou até mesmo do pessoal da aldeia do lado, mas quem anda nisto há 30 anos?? Tenham paciência e mudem de vida.

 

Como tudo, eu acho que um vagabundo geográfico tem que gostar de o ser. Não vejo maior sacrifício do que andar desenraizado uma vida toda, sem sequer encontrar prazer nisso.

 

E depois há situações perfeitamente ridículas. Ainda há uns tempos uma amiga belga, que anda a mudar de país há cerca de 19 anos, dizia que odeia a Ilha porque os locais são demasiado agressivos ao volante. Apitam muito, insultam e tal. Outra amiga francesa que estava a ouvir a conversa ainda começou a dizer "mas a mim não..." e interrompeu graças a uma discreta cotovelada minha. Pois a mim também ninguém me insulta no trânsito e raras vezes me apitam, por isso a belga deve conduzir extremamente mal para ser tão frequentemente alvo das raivites dos locais.

 

Ora o ridículo da situação está na diferença cultural, pois os belgas conduzem muito devagar e são extremamente respeitadores das regras, e aqui, como noutros sítios do mundo, as pessoas guiam depressa e há que haver flexibilidade para o caos do trânsito fluir minimamente. O acidente mais estúpido que eu já vi na minha vida foi em Bruxelas: dois carros chocaram a cerca de 20 Km/h - e chocaram na mesma! porque nenhum dos dois teve flexibilidade para evitar o acidente. Mas quem já esteve em 10 países diferentes ao longo de quase 20 anos devia reconhecer isso e esforçar-se minimamente para se adaptar. Ou então andar de taxi.

 

Pelo menos os condutores aqui não se comportam selvaticamente como em Portugal, não conduzem tão rápido nem insultam tanto como em Itália, ou Espanha, ou França, e mantém uma ordem, ao contrário do caos generalizado do Egipto ou do Líbano (que aí, juro, pensei que não saía do carro com vida). Guiar aqui é facílimo, uma vez habituada à mudança de mão, nunca mais tive problemas em ir seja onde fôr. Há cidades em que eu sei que iria ser muito difícil para mim guiar: Pequim, Bangkok, Beirute ou Cairo, são tão caóticas que a coisa iria demorar muito tempo e tenho a certeza que iria amolgar muito carrinho até me atinar. Mas uma merdice tão pequenina nunca me faria ir abaixo. Adaptação é a palavra-chave.

 

Eu respeito piamente as diferenças culturais de cada povo e tento dançar consoante a música local, só há uma parte do mundo em que eu nunca conseguiria viver e que fica aqui mesmo ao virar da esquina. Burka não, muito obrigado.


09
Dez 08
publicado por parislasvegas, às 21:41link do post | comentar

Finalmente consegui realizar um dos meus sonhos de viagens e fui ao Líbano. Por poucos dias apenas, mas já deu para ter vontade de voltar o mais rapidamente possível!

 

Chegámos na noite do meu Aniversário, do qual ainda vou aqui postar uns vídeos para vocês se rirem um pouco. Acho que foi a melhor festa de aniversário que tive até agora, vai ser difícil fazer melhor, principalmente porque nem sempre se tem o ambiente de loucura que se encontra na noite de Beirute.

 

Este fim-de-semana foi especialmente particular porque se festejavam os dias do Hajj (peregrinação a Meca), seguidos, como sempre, do Eid ul-Adha, a celebração em honra de Abraão, durante a qual se sacrificam carneiros, à semelhança do que fez o profeta quando Deus lhe pediu que sacrificasse o filho.

 

Este Dezembro é um mês em cheio para as fés do Líbano, que está a abarrotar de turistas. Milhares de muçulmanos do Golfo chegaram na sexta-feira para as celebrações, ao mesmo tempo, milhares de cristãos marronitas continuam a chegar para a grande reunião de eleição de um novo líder espiritual, enquanto isso, os católicos libaneses espalhados pelo mundo regressam a casa para festejar o Natal. Já podem calcular a confusão.

 

O resultado tem sido festa atrás de festa (e, esperamos nós, sem conflitos...) onde cristãos e muçulmanos se juntam nos restaurantes para dançar e cantar até cair. Foi esse ambiente alucinante que apanhámos este fim-de-semana.

 

Beirute é uma cidade linda, onde toda a gente vive no fio da navalha. Sem saber o que reserva o amanhã, os libaneses optaram por viver cada dia como se fosse o último. E sem medos.

 

A destruição da cidade continua visível, em feridas abertas de edifícios esventrados que convivem com prédios de último design. As  Forças Armadas estão presentes em cada esquina e os controles a pessoas e objectos são o pão-nosso de cada dia.

 

Como já esperava, apaixonei-me ao primeiro olhar.

 

 

Grafitti em Hamra, Beirute

 

Zona reconstruída com a grande Mesquita ao fundo, Beirute

 

O velho e o novo, Beirute

 

Memorial ao Primeiro-Ministro Rafik Hariri, assassinado em Fevereiro de 2005.

 

Uma família muçulmana tira uma foto com a árvore de Natal.

Jeita, Líbano

Nossa senhora do Líbano.

Harissa, Líbano

Beirute, vista de Harissa.

 

 


17
Jul 06
publicado por parislasvegas, às 12:05link do post | comentar | ver comentários (4)

Não é a primeira vez que escrevo sobre Beirute e o fascínio que tenho pela cidade desde a minha adolescência. Os amigos Libaneses que tenho tido, poucos mas bons (embora os Libaneses tenham fama de aldrabões e ávaros, eu nunca confirmei o preconceito) têm contribuído para que eu não perca a vontade de visitar esse país tão misturado, tão lindo em termos de paisagem natural e humana.

Volto a este tema novamente, só para me lamentar. Lamentar a infeliz opção de Israel por uma política belicosa, numa altura em que as relações entre a Síria e o Líbano estavam à beira da normalização. Bastava que tivesse havido um gesto de boa vontade por parte de Israel. A verdade é que o próprio Hamas avançou nesse sentido com o reconhecimento implícito do Estado de Israel no final do mês de Junho. Também o Líbano já se tinha declarado disposto a desarmar o Hezbolah, caso Israel retirasse do seu território. Apesar dos pesares, a situação da Palestina não tinha tantas evoluções positivas desde há uns 10 anos.

É triste ter a percepção clara de que a paz naquela região não interessa a ninguém.

 


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