Histórias de uma portuga em movimento.
12
Jun 09
publicado por parislasvegas, às 13:36link do post | comentar

Bom mesmo é ver o mundo a derreter lá fora e nós os dois sentados no sofá, a curtir o ar condicionado e a comer cachos de uvas chilenas.

 

Bom mesmo é conversar durante horas bi,blá,blá, mamã e brum brum, sem nexo e sem sentido.

 

Bom mesmo é adormecer colados, com festinhas no cabelo e beijinhos nas costas.

 

Bom mesmo é passearmos os dois, chapinhar na piscina dos bebés e depois ir almoçar à esplanada como os grandes.

 

Sou, de facto, uma pessoa muito teimosa. Demorou tempo até perceber que estes são os melhores anos da minha vida, o resto, carreira, dinheiro, prestígio, que se foda, o que eu quero é ser mãe.

A melhor que eu consiga ser, porque eu tive essa opção e essa sorte.O meu filho, coitado não tem escolha e se eu falhar, continuo a ser a única mãe que ele tem.

Por isso nesta "profissão" não há períodos experimentais, nem há espaço para cometer erros graves.

É a melhor coisa que eu já fiz na minha vida. E a mais difícil também.


07
Mai 09
publicado por parislasvegas, às 13:20link do post | comentar | ver comentários (2)

Esperei quase dois anos para fazer este post. Isto porque sei que grávida utilizadora da internet é um bicho perigoso e demasiada informação quando uma pessoa está de barriga pode ser contraproducente. Por isso, se a minha amiga estiver grávida, passe para outro blogue JÁ!

 

Há realidades de que não se fala. Os partos, os pós-partos e nojices afins são mencionados em artigos científicos ou murmurados à boca pequena entre mulheres, o que eu acho muito bem. De toda a informação que li quando estava grávida nada me poderia preparar para o horror dos primeiros quinze dias de recuperação de uma cesariana. Mas eu acho que o essencial ninguém me disse: que era preciso paciência e estoicismo. Resistência à dor física e acima de tudo NUNCA OLHAR PARA A BARRIGA.

 

Falo disso agora, porque a semana passada apanhei o primeiro susto de gravidez possível nos últimos dois anos. E entrei em pânico.

Analisando friamente o porquê do pânico percebi que não tenho medo da responsabilidade de um novo filho, ou preocupação com uma (nova) mudança de vida, mas sim  terror completo de passar por outra cesariana e consequente recuperação. Estúpido, mas é verdade.

 

Porque nunca ninguém me avisou que a recuperação da operação em França era feita quase a frio, e que eu teria de escolher entre amamentar e os analgésicos (escolhi a primeira, claro). Se tivesse sido avisada talvez tivesse feito outra opção. Ou talvez não.

 

Resumindo, passadas 8 horas da cirurgia já estava em pé e a tomar menos paracetamol do que tomo normalmente para uma dor de cabeça. O que me lembro dessas duas semanas é de uma dor física constante e de ter um desejo só: morfina.

 

Não tive inseguranças de mãe de primeira viagem, não tive dificuldades em amamentar, não tive problemas em tratar do bebé ou em relacionar-me com ele, não tive problemas em acordar a cada três horas, nada, nada. Só aquela filha-da-puta da dor lancinante de ter as entranhas a tentarem reconstruir-se.

 

Os primeiros três meses não foram fáceis, e depois passou. Passou tudo, menos a memória.

Claro que vale a pena, mas não estou desejosa de revisitar esses momentos.

 

E já agora, repito NUNCA OLHAR PARA A BARRIGA. Se eu soubesse essa tinha-me poupado um desgosto (pelo menos durante seis meses).

E sim, é verdade, volta tudo ao que era, mesmo quem, como eu, demora dois anos a normalizar, normaliza sim.

O inchaço, a deformação, os quilos a mais, tudo isso passa. E o grande amor que são os filhos esse, fica para a vida.

 


04
Mai 08
publicado por parislasvegas, às 00:11link do post | comentar
Esta semana, entre más notícias e desgostos, uma houve que me alegrou e veio trazer luz aos meus dias: uma amiga, que há muito desejava ser mãe, conseguiu, ao fim de quase vinte anos de martírios físicos, psicológicos e burocráticos, adoptar dois irmãos de dois e quatro anos.

Eu fui mãe tarde. Por opção e por ter uma mãe fora-de-série, que me impôs uma bitola de exigência que eu achei que apenas poderia chegar a estar à altura agora. Apesar de nem chegar aos calcanhares da minha prórpia mãe, a maturidade fez de mim uma pessoa melhor e, logo, uma melhor mãe.

A todas as mães, as que pariram de útero e as que pariram de coração (tão mais difícil...) que passem um excelente dia na companhia dos respectivos filhos, que é coisa que, infelizmente, eu não posso fazer com  a minha mãe, mas vou fazer com o meu filho e aproveitar todos os minutos (como é hábito).

Feliz dia a todas!



27
Jul 07
publicado por parislasvegas, às 11:29link do post | comentar | ver comentários (1)

Pois cá vai o post inevitável sobre as maravilhas da maternidade. É agora que é suposto dizer que as coisas estão muito difíceis e que o puto não dorme e chora muito e tal. Por acaso não acontece nada disso. O Kiko é a calma personificada, quase não chora (tirando no pediatra, onde deve ter cheirado o medo dos outros...), "fala" muito e tem uma força fantástica na cabeça. Como ficou até às 42 semanas na barriga, veio cheio de lanugo- parece uma cobra a descascar - e tem reacções de bébé com mais idade. Tem aumentado de peso com regularidade, e já cresceu dois cm.

 

Mas isto não quer dizer que as coisas estejam fáceis para este lado. A Bli tem razão: a cesariana é lixada - não durante, mas o pós. Agora que já me consigo mexer minimamente, estou lixada com uma série de outras coisas - a Shar Pei esteve entre a vida e a morte nesta última semana: uma infecção generalizada que quase a matou e que obrigou a retirar-lhe metade dos interiores. A cadela safou-se, mas agora temos um cão convalescente e uma conta de veterinário quase igual à da clínica onde tive o miúdo...

 

Os preparativos para a mudança avançam a todo o gás e no meio desta confusão toda, os irmãos do Kiko chegaram para passar um mês.

 

Tenho a sensação que Agosto vai ser muito complicado.

 

Isto é uma questão de ter muita calma, já que por mais que uma pessoa se organize não há maneira de sobreviver à sensação de me estar a afogar no caos. E isto com um marido que está a tratar de tudo o que é burocracias (nem vos passa pela cabeça a papelada de uma mudança internacional) em relação à casa e aos carros e aos telefones e aos seguros e aos contratos de água, electricidade, gás, etc , etc , etc ...É que nesta altura ter que tratar do pequenote e SÓ PENSAR nas outras coisas já está a ser demais para o meu fraco cérebro de mãe recente e hormonas todas trocadas.

 

Claro que no meio disto tudo ainda estou com o tradicional desgosto de estar gorda porra , se me dissessem que alguma vez iria ter este peso na minha vida eu não acreditaria) apesar de ter perdido quase 10 quilos desde o parto continuo um bisonte. Não vejo a hora de começar a poder fazer ginástica a ver se isto abate um bocadito. Ando a fazer um esforço enorme para me arranjar porque se me vejo mal tratada ainda fico pior ( e vou acabar por morder em alguém) mas isto nada me assenta - já se sabe...

 

 


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