Histórias de uma portuga em movimento.
08
Nov 10
publicado por parislasvegas, às 17:15link do post | comentar | ver comentários (2)

Li hoje isto no NY Times e fiquei deveras chocada. Eu sei que talvez seja ingénuo da minha parte, que já deveria saber como se rezam estas missas, mas a verdade é quanto mais se trabalha nesta área, mais vamos esquecendo que há pessoas envolvidas. Inocentes prejudicados, direitos que são atropelados todos os dias. E os mais fracos são sempre os que mais se lixam: mulheres e crianças. Por alguma razão  as Nações Unidas continuam tão activas no domínio dos Direitos Humanos, quer dizer que estes não são respeitados. Nós, confortáveis numa Europa desenvolvida, ocupados a chorar as mágoas de quem não pode comprar um carro novo ou ir de férias para as Bahamas, a fazer contas à vida em como pagar a prestação da casa ou a cortar no peixe para comer mais frango, nem sequer pensamos nestas pessoas, vivendo abaixo da dignidade humana.

 

Não me venham com histórias de isto ser Religião. Os muçulmanos não são nenhuns animais que gostam de bater em mulheres e torturar criancinhas, isto é, simplesmente, a mais completa miséria humana, atraso de espírito, tacanhez mental. O facto de se passar numa região muçulmana é mera coincidência.

 

Na fronteira do Afeganistão com o Irão vivem mulheres que não contam enquanto seres humanos, que são casadas aos 8 anos e começam a parir aos 12, que servem de criadas às famílias dos maridos e são maltratadas por todos. Não podem pedir o divórcio (prática permitida às mulheres muçulmanas, ao contrário das mulheres católicas...) por razões de carácter cultural - se voltarem para casa dos pais e causarem a desgraça do nome de família, serão ainda pior tratadas do que na família dos maridos. A única saída é o suicídio. O pior no meio disto tudo é a sobrevivência. Leiam o artigo.

 

E é esta uma terra "ocupada" pelos Ocidentais. Que vergonha...


04
Nov 10
publicado por parislasvegas, às 15:05link do post | comentar | ver comentários (2)

 

 

 

 

Lise Meitner, (1878-1968) física austríaca, que mudou a sua nacionalidade para Sueca durante a Segunda Guerra Mundial, foi a cientista que conseguiu perceber a razão pela qual um núcleo bombardeado produzia neutrões. O seu colega alemão, que acabou por receber o Nobel em vez dela, não só não precebeu o fenómeno como pensou que se tratava de um erro experimental.  Meitner conseguiu logo ver que se tratava de uma demonstração prática da fómula de Einstein E=MC2, i.e., a massa transformara-se em energia.

 

Originalmente formada em química, numa altura em que as mulheres não tinham outro remédio senão estudar privadamente, em casa, Lise conseguiu doutorar-se com uma tese fora da Universidade e trabalhou durante anos como investigadora sem receber salário.

 

Talvez por se ter convertido ao cristianismo muito jovem, Lise pensou que se iria safar da perseguição Nazi. Mais tarde, já nos anos 60, admitiu que fez asneira em ter esperado tanto tempo para sair da Alemanha. Mesmo à distância, continuou a trabalhar com seus colegas do Instituto Keiser Guilherme, até perceber as implicações da sua descoberta. Passado meses de ter inventado a expressão "fusão nuclear", apercebeu-se do potencial de explosão do material que se formava com o bombardeamento dos núcleos (uranium). De experiências efectuadas para fins médicos, até à criação da Bomba Atómica foi um passinho de bébé.

 

No final da sua vida lamentou que a bomba "tivesse que ser descoberta". A ela se deve também a descoberta de alguns dos isotopos que ainda hoje se utilizam no tratamento do cancro (radioterapia). Todas as equipes em que trabalhou receberam o Nobel, mas ela nunca foi incluída. Talvez por ser mulher, talvez por ser considerada uma Judia relutante porque conversa. O porquê permanece desconhecido, mas o trabalho de Lise continua a dar frutos. A salvar e a tirar vidas...

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